Projeto "Mãe, deixa eu cuidar de você" conclui atividades do primeiro semestre
Por Júlio Sonsol02/07/2024 14:07 | Atualizado há 4 meses
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A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) realizou, nesta terça-feira (02/07), atividade relativa ao encerramento do projeto "Mãe, deixa eu cuidar de você - Um olhar plural para o autismo e a síndrome de Down" no primeiro semestre de 2024. O projeto é iniciativa da Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas Restaurativas, do Comitê de Responsabilidade Social da Alece, em parceria com o Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi) e o Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC).
O evento, voltado para as mães participantes do projeto, foi um momento de acolhimento e relaxamento com massagens e auriculoterapia. Também foi realizada a palestra sobre autocuidado com Rachel Rodrigues, e entregues planners (agenda de atividades) que ajudarão na organização da rotina das mães atípicas.
A primeira-dama da Alece, Cristiane Leitão, idealizadora do Comitê, salientou que o projeto "Mãe, deixa eu cuidar de você" é um grupo terapêutico voltado para o acolhimento de mães de pessoas com síndrome de Down e autismo, acompanhadas pelo Ciadi e outras instituições. "Nossa Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas Restaurativas, do Comitê de Responsabilidade Social, abriu as suas portas para receber as suas mães, fazendo um trabalho de cuidar do cuidador. Nossos psicólogos estão trabalhando o emocional dessas mães que muitas vezes passam por desafios, principalmente nessa luta pela inclusão", afirmou.
Segundo afirmou Cristiane Leitão, é importante também cuidar e acolher todas essas mães, dando orientação e suporte emocional para a tarefa que é a maternidade. "Muitas mães falam que aqui se sentem contempladas, porque, principalmente, não há um julgamento. Essa é uma pérola que o sistêmico traz. Quando trabalhamos com as abordagens sistêmicas e restaurativas, nós não julgamos", explicou.
Como o projeto é desenvolvido
O projeto consistiu na realização de encontros semanais, oferecendo suporte psicológico às mães. Desde abril, foram realizados sete grupos de apoio, totalizando três meses de atividades. A psicóloga Isabel Teixeira, da Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas Restaurativas, explicou que a ideia surgiu de uma demanda reprimida bem considerável do Ciadi. "Em numa reunião com a psicóloga Renata Soares e com o enfermeiro Bráulio Soares, a gente pensou numa proposta pra ajudar essas mães a se resgatar e cuidar de forma harmônica de seus de seus filhos", frisou.
Para desenvolver o projeto de cuidar das mães, foram realizadas sete reuniões, estimulando cuidado e autocuidado físico, emocional, cognitivo, espiritual e social. "Foram encontros riquíssimos, a gente cresceu muito e permitiu que elas crescessem também numa troca muito honrosa e respeitosa", disse Isabel Teixeira.
Projeto é iniciativa da Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas Restaurativas, do Comitê de Responsabilidade Social, em parceria com Ciadi e MMLC - Foto: Celso Oliveira
No momento de encerramento da primeira etapa do projeto estiveram presentes cerca de 50 mães. A todas, foram entregues planners desenvolvidos pela psicóloga Renata Soares, que também é mãe atípica.
Sobre os planners
Renata Soares informou que o planner é um instrumento de autocuidado para as mães, principalmente para as que não têm recurso para investir em tratamento terapêutico. "É um recurso para cuidar de si. Ele vem com a proposta de se olhar e se cuidar dentro do processo de acompanhamento terapêutico e de tratamento do filho", considerou.
Como uma agenda, o planner detalha em cada mês uma proposta do que geralmente acontecerá nas famílias. "Por exemplo, fevereiro, eu estou falando sobre a dinâmica escolar. O que eu escuto, enquanto psicóloga dentro do consultório, tem uma ordem cronológica no planner. A cada mês um acontecimento diferente aonde a mãe pode interagir conversando sobre o que aconteceu", disse.
A orientadora da Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas Restaurativas, Rejane Sales, explicou que há grande demanda de atendimentos e o Ciadi não comporta todas as crianças. "Nós tínhamos cerca de 640 mães à espera de uma vaga para seus filhos. Como a gente trabalha numa gestão sistêmica de inclusão, a gente não poderia deixar de olhar para essas mães", explicou.
Gestoras, servidoras da Alece e mães atípicas durante a atividade - Foto: Celso Oliveira
A partir da constatação, a orientadora revelou que foram formados grupos terapêuticos voltados ao atendimento destas mães que estavam sem um autocuidado. "A gente fez um trabalho de acolhimento, montamos uma estrutura com psicólogos e foi realizada uma formação com cinco a sete módulos dependendo da necessidade de cada uma. Formamos 19 turmas neste semestre e no próximo semestre daremos continuidade", adiantou.
Repercussão
Luciana Campos, mãe atípica que participou do evento de encerramento, disse se sentir honrada de fazer parte dessa primeira turma, onde encontrou outras mães com as mesmas vivências que ela.
"Nós somamos, agregamos, compartilhamos muitos momentos especiais. Em muitos momentos nós mães nos sentimos muito solitárias. Encontrar essas mulheres nos deu força e eu queria agradecer a cada uma delas. Fazer parte desse projeto foi muito importante pra mim", disse Luciana, mãe de Gabriel Campos, de 9 anos, com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que se comunica por meio de um programa de iPad que hoje é a sua voz.
Edição: Salomão de Castro
Núcleo de Comunicação Interna da Alece
Email: comunicacaointerna@al.ce.gov.br
Telefone: 85.3257.3032
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