Departamento de Saúde e Assistência Social

Os impactos da pandemia na vida das mulheres: saúde mental e autocuidado

Por ALECE
11/03/2022 11:15 | Atualizado há 2 anos

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Tema é abordado por parlamentares e servidoras da Alece ao longo da série Tema é abordado por parlamentares e servidoras da Alece ao longo da série - Arte: Divulgação/Alece

A crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19 afetou a sociedade em diversas áreas e as consequências sociais, emocionais, econômicas exigem um acompanhamento atento e a longo prazo. Entre os muitos desafios impostos estão os impactos na saúde mental.

Pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e conduzida pela equipe do neuropsicólogo Antônio de Pádua Serafim, em 2020, apontou que as mulheres foram as mais afetadas emocionalmente durante a pandemia.

Os dados da pesquisa, que foi publicada em fevereiro de 2021, apontam que as mulheres respondiam por 40,5% de sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse.

Adoecimento em pauta

A psicóloga do Núcleo de Saúde Mental da Assembleia Legislativa do Ceará, Raquel Penaforte, avalia que a pandemia contribuiu para um adoecimento geral e as mulheres foram uma parcela muito afetada justamente pela posição de cuidadoras que exercem. Segundo ela, “os dados sobre ansiedade e depressão ainda podem ser a ponta do iceberg. Já são muitos os casos, tanto no serviço público como no serviço privado”.  

Entre os muitos fatores para o adoecimento, cita a psicóloga, estão a solidão, incerteza sobre o futuro, sobrecarga de trabalho e de cuidado com a família, o medo da doença, a insegurança financeira, a pressão para se reinventar diante da situação, entre outros.

A deputada Dra. Silvana (PL) opina que as mulheres e as crianças são as principais prejudicadas pelos impactos da pandemia. Para a parlamentar, as mulheres enfrentaram um “desequilíbrio emocional muito pesado” ao se depararem com as diversas questões impostas neste período.

Entre os desafios e problemas, a deputada citou a luta diária para o equilíbrio e manutenção da casa, uma vez que os homens ainda têm participado pouco, o aumento da violência doméstica e, para as famílias com filhos, a falta das aulas presenciais, algo “irreparável” para as crianças, avalia Dra. Silvana.

Atenção à saúde mental

A primeira-dama da Alece, Cristiane Leitão, reiterou que a pandemia trouxe diversas dores e as mulheres, em especial, sentiram o impacto do adoecimento mental. “A mulher em si é, muitas vezes, a mantenedora da questão emocional, financeira, educacional da família, então ela fica sobrecarregada. Isso tudo realmente afeta a saúde mental da mulher”, avalia.

Ela, que é mestre em Gestão em Saúde e líder do Comitê de Responsabilidade Social do Poder Legislativo, acentua que é necessário olhar para todos os prismas que afetam a saúde da mulher nesse cenário, como o isolamento, a carga emocional, a questão profissional, familiar e, em muitos casos, a violência doméstica.

Diante de tantos desafios e incertezas, o autocuidado ficou ausente da rotina de muitas mulheres. “Esse autocuidado quase não existiu, o foco era muito na doença, na prevenção, nas prioridades do outro. É um tempo de voltar para si, recomeçar o autocuidado, ter tempo para si, cuidar da saúde física e mental, explica a psicóloga Raquel Penaforte, reforçando que a saúde mental atravessa todos os aspectos da vida.

A psicóloga Mayara Rios, da Célula de Psicologia do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) da Alece, reforça o impacto emocional da pandemia e a necessidade de que, mesmo diante das incertezas e angústias, é necessário cuidar da saúde mental e exercer o autocuidado na rotina.

A profissional elenca algumas ações que podem colaborar nessa retomada dos processos de autocuidado, como estipular horários para as atividades do dia, contribuindo com o foco de cada momento; ter momentos de prazer e relaxamento durante a rotina, assim como um tempo só para si, como formas de aliviar o estresse.

Mayara Rios cita ainda a importância de aceitar a própria vulnerabilidade, aprender a buscar ajuda e dar espaço para as pessoas poderem participar e ajudar na rotina.  Outro ponto importante, comenta a psicóloga, é buscar o acompanhamento psicológico, que colabora para lidar com as angústias e questões pessoais, assim como ressignificar o sofrimento. 

Série Pandemia e as Mulheres

A primeira matéria sobre os impactos da pandemia na vida das mulheres abordou a sobrecarga de trabalho e cuidado enfrentada neste período, situação que está diretamente relacionada à saúde mental, ponto deste texto.

A terceira matéria sobre a vida das mulheres durante a pandemia abordará o aumento da violência doméstica e a maior vulnerabilidade em um cenário de crise sanitária.

Da Agência de Notícias da Alece

 

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