Malce - Memorial Pontes Neto

Exposição disponível na Alece marca 200 anos da Confederação do Equador

Por Júlio Sonsol
26/08/2024 11:53 | Atualizado há 2 meses

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A data de 26 de agosto de 2024 marca os 200 anos da Confederação do Equador A data de 26 de agosto de 2024 marca os 200 anos da Confederação do Equador - Foto: Bia Medeiros

O Memorial Deputado Pontes Neto, da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, sedia, a partir desta segunda-feira (26/08), a exposição "200 anos da Confederação do Equador: um tributo a Bárbara de Alencar", de iniciativa do coletivo de artistas visuais Calçada 2.0, com apoio da Fundação do Sindicato dos Fazendários do Ceará (Sintaf). A mostra, montada diante da sede do Malce, ao lado do hall do Plenário 13 de Maio, segue à disposição dos visitantes até a próxima sexta-feira (30/08). A abertura da exposição foi marcada também pela realização de uma audiência pública sobre o movimento político de 1824, proposta pelo deputado De Assis Diniz (PT).

O coordenador do Malce, Paulo Roberto Nunes, considera que é motivo de alegria a recepção da exposição, que trata de um dos fatos históricos mais relevantes dos últimos 200 anos no Brasil. "A Confederação do Equador diz respeito à manifestação de uma visão social e política diferenciada ocorrida em 1824, em relação a uma forma de exercício do poder que foi  contestada", acentua.

Ele salienta que o movimento foi iniciado em Pernambuco, mas que teve uma participação efetiva de cearenses ou erradicados e "cearenses de coração", denominação com a qual define Bárbara de Alencar. No seu entendimento, o movimento foi precursor de todas as políticas e sociais implementadas nos anos subsequentes. "Prestar o apoio e colaboração para realização desta exposição artística nos faz cumprir o papel do Malce, no sentido de contribuir para não só a preservação histórica, como também na exposição de fatos desta natureza que são de suma importância para a história brasileira", acentua.

Paulo Roberto Nunes revela ainda que a Confederação do Equador é também merecedora, no âmbito da Assembleia Legislativa, de um documentário produzido recentemente, bem como da audiência pública realizada nesta segunda-feira. "Esta série de eventos comemoram este importante fato histórico", assevera. 

Exposição prossegue na Alece até terça-feira (30/08) - Foto: Bia Medeiros

Cariri

A curadora da mostra, Zezé M de Sales, explica que os quadros foram realizados por artistas da região Cariri, onde fixou residência a heroína pernambucana Barbára de Alencar, natural de Exu, Pernambuco. "Os pintores estavam com esta ideia e eu estava com outra exposição que eles viram, e gostaram muito. Assim, e o Calçada 2.0, composto por 22 artistas, nos fez o convite  para que o Sindicato e a Fundação dos Fazendários do Ceará patrocinassem esse exposição, tendo como tema a Confederação do Equador", recorda.

Conforme a curadora, a Fundação ofereceu todo o material necessário para esta exposição, tintas e tela, e o grupo entrou com o trabalho criativo. "Então foi assim que surgiu esta mostra. Visitantes e os políticos já elogiaram bastante. Espero que tenha essa repercussão em todo o Brasil, para que todos os brasileiros tomem conhecimento desse movimento que foi embrionário para a democracia republicana de hoje", destaca.

Imortalizar

O diretor artístico da Fundação Sintaf, Luís Carlos Diógenes, acentua que o debate sobre a relevância da Confederação do Equador para o Nordeste não poderia se dar apenas dentro do ambiente da ciência histórica. "A gente teve a ideia de tentar imortalizar, por meio de um evento artístico, o movimento político de 1824. Então, as artes, de certa forma, imortalizam esses grandes momentos históricos, principalmente este,  que é muito simbólico para o Nordeste brasileiro", assevera. Ele anuncia ainda para novembro próximo a encenação teatral da Confederação do Equador, que terá o caráter itinerante, a exemplo da exposição dos quadros.

Paulo Roberto Nunes, coordenador do Malce, destaca a importância da iniciativa - Foto: Bia Medeiros

O presidente da Fundação, Liduíno Brito, destaca que nesta segunda-feira, 26 de agosto de 2024, é a data exata do transcurso de 200 anos da Confederação do Equador. "Por conta disso, o deputado De Assis Diniz (PT) resolveu marcar essa audiência. Então, nós estamos aqui pra reverenciar esses heróis que estão nos representados nos quadros desta exposição. São heróis esquecidos. Nós da Fundação resolvemos de evidenciá-los, para que sirvam de exemplo às gerações futuras todo os esforços realizados para a implantação de uma democracia republicana no Brasil", avaliou o dirigente.

Saiba mais

A exposição traz a público um conjunto de 22 obras com diferentes repertórios e abordagem estilística, expressando anseios e símbolos daqueles revolucionários e daquela mulher corajosa, para além dos sentimentos machistas conservadores da época. A recorrente presença feminina presente nos trabalhos busca,a partir de imagens e signos de valentia, o reconhecimento da heroína do Crato. Seu estandarte republicano, sob o sol libertário nos ideais iluministas, defendia a República como forma mais democrática de valorização dos direitos humanos.

Em evidente reconhecimento dos confederados cearenses, alinhados ao grande líder do Movimento, o pernambucano Frei Caneca, nomes como Padre Mororó, Padre Ibiapina, Pessoa Anta, Azevedo Bolão, Tristão Gonçalves e o da própria Bárbara de Alencar denominam ruas, avenidas e praças de Fortaleza, dentre outros logradouros. 

Conteúdo digital: Leonardo Coutinho

Edição: Salomão de Castro

 

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