Em “A Verdadeira Dor”, uma agridoce visita às origens judaicas
Por Salomão de Castro30/01/2025 09:13 | Atualizado há 5 dias
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“Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais”
“Como Nossos Pais” – Belchior
Não é de hoje que os cinemas estadunidense e europeu se dedicam a tramas protagonizadas por judeus ou que tenham o judaísmo como um de seus temas principais. Alguns exemplos são “A Lista de Schindler” (1993), de Steven Spielberg, e “O Pianista” (2002), de Roman Polanski, bem como grande parte da filmografia de Woody Allen. Tendo como base essa premissa. “A Verdadeira Dor”, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (30/01), se diferencia por apresentar uma perspectiva mais intimista – e desafiadora – para a plateia.
Trata-se da jornada dos primos David (Jesse Eisenberg, de “A Rede Social”, também produtor, diretor e roteirista do filme) e Benji (Kieran Culkin, da série “Succession”). De comportamentos opostos, ambos partem dos Estados Unidos para a Polônia, após a morte da avó, para revisitar suas origens judaicas e, de certa forma, buscar recompor a afetividade familiar que se perde com o tempo. Não necessariamente nessa ordem.
O filme utiliza uma estratégia interessante para familiarizar o público que conhece pouco sobre os judeus: um guia turístico, James (Will Sharpe), conduz David e Benji por Varsóvia e por outras cidades da Polônia, mostrando pontos históricos que se tornam relevantes para a evolução emocional dos personagens, cumprindo também uma função didática. No caminho, outras pessoas que serão impactadas pelos rumos da relação entre os primos.
Atuações são o ponto alto
De caráter intimista e amplamente estruturado a partir dos seus protagonistas, “A Verdadeira Dor” tem nos desempenhos de Eisenberg e Culkin seus maiores destaques. No primeiro caso, há a construção de um David introspectivo, sensível, lidando com a administração dos sentimentos variados expressados pelo primo, ao mesmo tempo em que tem seus próprios desafios, com a família que segue nos Estados Unidos enquanto ele faz o périplo pela Polônia.
Mas o destaque do filme, sem dúvida, é Culkin: Benji é o centro da trama, aliando humor ácido, sarcasmo, frustração e comportamentos inadequados de forma inesperada. Não à toa, seu desempenho foi reconhecido no Globo de Ouro, com o prêmio de melhor ator coadjuvante – categoria em que também está indicado ao Oscar.
No elenco, uma curiosidade: uma das participantes do tour polonês, Marcia, é vivida por Jennifer Grey, atriz ícone dos anos 1980, após protagonizar “Dirty Dancing – Ritmo Quente” (1987), ao lado de Patrick Swayze.
De ritmo lento, com monólogos envolventes e trilha sonora discreta, em que predominam obras clássicas de Frédéric Chopin (1810-1849), “A Verdadeira Dor” merece ser descoberto. O filme concorre ainda ao Oscar de roteiro original.
Serviço: “A Verdadeira Dor” (A Real Pain, Estados Unidos, 2024). Direção, roteiro e produção: Jesse Eisenberg. Elenco: Jesse Eisenberg, Kieran Culkin, Will Sharpe e Jennifer Grey. Duração: 1h30min. Estreia nesta quinta-feira (30/01) no Cinépolis RioMar (sessões às 14h30min, 16h30min, 18h30min e 20h30min), Cinemas Benfica (18 horas e 20h10min) e UCI Kinoplex Iguatemi Fortaleza (15h25min e 20 horas).
Edição: Salomão de Castro
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