Censo 2022/2023 do IBGE teve apoio da Alece

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recebeu apoio da Assembleia Legislativa do Ceará, para realizar o Censo 2022/2023, que teve início em 4 de julho do ano passado, e se estendeu até maio deste ano, com resultados divulgados nesta quarta-feira (28/06). Aos agentes censitários foi cedida uma sala no 4º andar da sede da Escola Superior do Parlamento Cearense (Unipace), localizada no Anexo II da Alece (Edifício Deputado José Euclides Ferreira Gomes), com serviço de Internet, onde ficou baseada a coordenação das áreas Papicu I e Papicu II. Antes do início do Censo, também foram realizados treinamentos aos agentes do IBGE nas salas de aula da Unipace.

As previsões iniciais apontavam que a pesquisa coordenada a partir da Alece, abrangendo os bairros do Papicu, Varjota, Serviluz e Mucuripe, dentre outros, deveria concluir as suas atividades até o final de março. O coordenador do grupo de trabalho, Geraldo Magela Osterno, estabelecido em sala contígua ao Comitê de Estudos de Limites e Divisas Territoriais do Ceará (Celditec), disse que a previsão foi frustrada em parte por conta das recusas da população em responder ao censo.

De acordo com o coordenador, que gerenciou a equipe baseada na Alece, o apoio da Casa foi essencial para a realização do trabalho dos agentes do posto. Antes deste período o Instituto promoveu treinamento das equipes na sede da Unipace, de março a junho de 2022. "Houve toda uma estrutura disponibilizada, tanto física, como uma sala, com Internet, e de logística, já que o prédio é de fácil acesso. Isso possibilitou o trabalho do pessoal baseado no posto e dos agentes que estiveram no campo realizando a pesquisa. Este apoio foi vital para que o trabalho seja realizado com presteza e a rapidez necessária", salientou o coordenador do IBGE.

Andressa Menezes, agente censitária municipal, atuou na sede do Celditec - Foto: Núcleo de Comunicação Interna da Alece

Como foi feito o trabalho

A agente censitária municipal Andressa de Menezes, da Alece, coordenou uma equipe de seis agentes censitários supervisores e 30 recenseadores que atuaram  nos bairros de Cais do Porto, Titanzinho, Vicente Pizon, Praia do Futuro, Cocó, Cidade 2000, De Lourdes e Manuel Dias Branco. Ela explicou que ao final do prazo inicial de conclusão, em março deste ano, o trabalho ainda estava inconcluso. Segundo afirmou, isso se deveu ao fato que na grande maioria dos casos, os moradores das residências se recusaram ou não estavam presentes para responder ao questionário apresentado pelos agentes censitários. Eles repetiam as visitas ao mesmo local quatro vezes, antes de considerar a ausência do pesquisado em sua residência.

O coordenador do Celditec, Luís Carlos Mourão, salientou que este trabalho foi possível devido ao convênio de cooperação firmado entre Alece, IBGE e Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace). Ele ressalta que a primeira versão do acordo entre as instituições foi firmado em 2009, procedimento que prosseguiu sistematicamente, a cada três anos. Ele ressaltou que grande quantidade de dirigentes municipais buscam o Celditec, porque, após os levantamentos censitários, determinadas áreas que imaginavam pertencer a um município na realidade estavam situadas em outro.

”O Censo 2022/2023 demonstrou isso com exatidão, porque a partir do momento em que houve o georreferenciamento, os limites ficaram tecnicamente conhecidos, não restando mais dúvidas quanto a sua territorialidade. Mas os municípios que não fizeram os ajustes após o levantamento dos limites estão buscando o entendimento para homologação das áreas limitantes”, observou.

Reunião do presidente do IBGE, Cimar Azeredo, com o presidente da Alece, Evandro Leitão, em 28 de março - Foto: Marcos Moura

No dia 28 de março deste ano, o presidente do IBGE, Cimar Azeredo, visitou a sede da Alece, quando esteve reunido com o presidente da Casa, deputado Evandro Leitão (PDT), e com servidores do Celditec. Na oportunidade, ele destacou a importância do apoio recebido do Legislativo cearense, inclusive prorrogando o prazo de permanência das equipes do instituto nas instalações da Alece. 

Resultados no Ceará e em Fortaleza

O censo realizado pelo IBGE identificou o aumento da população do Ceará de 4%, com 339,3 mil pessoas a mais em comparação ao Censo de 2010. Ao todo, o Ceará conta com 8.791.688 habitantes, de acordo com os números divulgados. O resultado aponta o menor crescimento percentual entre Censos desde o início da pesquisa nacional.

O resultado do Censo indicou que Fortaleza é atualmente a quarta cidade mais populosa do Brasil e a maior em número de habitantes da região Nordeste. A capital cearense soma 2.428.678 habitantes, conforme indicou a pesquisa. Em 2010, data da última pesquisa censitária nacional, a Capital tinha 2.452.185 habitantes e ocupava a quinta posição do ranking. Mesmo com a redução de 1% no intervalo de 12 anos, Fortaleza ultrapassou Salvador (BA), porque a capital baiana tevediminuição de 9,6% na população residente, computando 2.418.005 pessoas a menos.

No Ceará, também conforme os números divulgados, 4,8% de domicílios não responderam a consulta. Em 3,3%, o IBGE considerou a “não resposta”, ou seja, quando os recenseadores não conseguem encontrar e entrevistar os moradores. Além disso, houve 1,5% de recusa.

Durante o Censo, os recenseadores percorrem as residências para coletar, dentre outras informações, a quantidade de moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial, dados sobre educação, trabalho, rendimento e mortalidade. Quando ele deixa de ser realizado, o Brasil fica sem uma base de dados confiável. 

Edição: Salomão de Castro

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