Celditec recebe cineastas que vão produzir documentário sobre litígio Ceará/Piauí

O pertencimento da população cearense que vive na área do litígio entre o Ceará e o Piauí será o personagem principal de um documentário que está sendo realizado pela produtora Idealize sobre a disputa entre os dois estados.  

Para obter subsídios técnicos e estudos já desenvolvidos na área, o produtor Adriano Canuto e o diretor Heraldo Cavalcanti visitaram, nesta segunda-feira (07/04), o Comitê de Estudos de Limites e Divisas Territoriais do Ceará (Celditec), da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece). 

O documentário, ainda sem um título definido, de acordo com Adriano Canuto, começará as gravações de imagem a partir do início de maio, será concluído em junho e será apresentado a partir de julho em todos os municípios que estão com seus territórios incluídos na área de litígio. 

O coordenador do Celditec, Luís Carlos Mourão, que recebeu os cineastas, disse que este novo documentário, além de auxiliar na percepção de pertencimento da população, mostrando que os habitantes se sentem verdadeiramente cearenses, é também um reconhecimento dos esforços desprendidos pelo órgão da Alece na defesa da integralidade do território do Estado. 

Reunião aconteceu na sede do Comitê, no Anexo 2 da Alece. Foto: José Leomar. 

"A gente fica muito feliz com a vinda deles até aqui. Isso vem coroar um trabalho que foi feito conjuntamente aqui no Ceará, por muitas mãos da Alece, IPECE e Procuradoria Geral do Estado", apontou, destacando que as produções sobre o tema, como as já realizadas pela Alece TV, TV Ceará e PGE, fortalecem a defesa do território cearense.  

Para o produtor da Idealize, já foram passados para eles o livro do professor João Bosco Gaspar, que resgata a integralidade do território cearense através de documentos históricos, folders explicativos sobre a área, abordando aspectos populacionais e imóveis, além de uma série de pesquisas e trabalhos técnicos, de acordo com o coordenador. "A gente vai fazer de tudo para ajudar neste documentário", completou.

Pertencimento

Adriano Canuto revelou que a produtora Idealize tem sede em Fortaleza, mas também se volta a produções audiovisuais na Chapada de Ibiapaba e, com isso, sentiu a necessidade de realizar um documentário sobre o litígio. 

"O que mais chamou a atenção da gente foi que o Ceará tem um histórico de alguns litígios e sempre tenta resolver de uma maneira diplomática. Mas notamos que o nosso povo não estava com sentimento de pertencimento que deveria ter. Este documentário vem, então, neste sentido de reforçar a cearensidade na região", frisou . 

Ao assistir reportagens e entrevistas que acompanhou através das mídias sobre a disputa Ceará-Piauí, Adriano Canuto sentiu que, por "paixão e por dever", tinha que fazer um documentário que levasse à população a realidade do conflito de interesses. 

"Por tudo que a gente está pesquisando até agora, junto com o apoio da senadora Augusta Brito e do deputado Alysson Aguiar (PCdoB), e todos os prefeitos, nós vamos levar esse documentário para a população", disse. 

Já estão previstas 68 exibições em todas as localidades de municípios da Serra da Ibiapaba a partir de julho, conforme anunciou o produtor. "Nossa missão não é só revelar a legitimidade do Ceará, mas também fazer com que o cearense tenha esse pertencimento sobre o que é dele  e o que tem que continuar a ser do nosso Ceará", completou. 

Importância

O diretor Heraldo Cavalcanti, autor do documentário Fractais Sertanejos e do filme A Casa das Horas, premiados em festivais internacionais, como Palm Springs, da Holanda, e em Londres, destacou que a visita ao Celditec  tem como principal foco olhar para a importância da área em litígio. "Estamos observando a questão dos minerais da região e sobre o desejo das pessoas que vivem nessas áreas de realmente continuarem sendo cearenses", explicou. 

Ele avaliou como importantes as informações repassadas pelo Comitê. “Nós percebemos que no documentário a gente vai fazer a análise histórica, o que originou esse questionamento do Piauí em relação ao território cearense”, indicando que também serão abordadas questões jurídicas e econômicas.

Edição: Samaisa dos Anjos

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