Malce - Memorial Pontes Neto

Ataque do 11 de Setembro chega aos 20 anos

Por ALECE
10/09/2021 11:08

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Historiador Carlos Pontes, do Malce, analisa o fato histórico 20 anos depois Historiador Carlos Pontes, do Malce, analisa o fato histórico 20 anos depois - Arte: Bruna Bringel/ Alece

A história mundial foi tristemente marcada em 11 de setembro de 2001, quando 2.977 vidas foram ceifadas com o ataque suicida às duas torres do World Trade Center, em Nova York (Estados Unidos). O ato criminoso chega aos 20 anos neste sábado (11/09/2021), tendo ainda hoje reflexos na política mundial.

Dentre quatro aviões, dois foram jogados contra as duas torres do prédio. Era um Boeing 767, com 92 pessoas a bordo, saído de Boston com destino a Los Angeles, do voo 11 da empresa America Airlines, e o segundo, o voo 175, da também desta companhia aérea, com mesma origem e destino. O primeiro impacto aconteceu às 8h46min. Aproximadamente 17 minutos depois, aconteceu o choque contra a segunda torre. Ao todo, quatro aviões foram sequestrados por árabes ligados ao grupo Al-Qaeda, comandado por Osama Bin Laden. Os outros dois aparelhos caíram em solo, um atingindo parte do Pentágono, e outro em terreno aberto no estado da Pensilvânia.

Na avaliação do historiador Carlos Pontes, do Memorial Pontes Neto (Malce), da Assembleia Legislativa, em 11 de setembro de 2001, o mundo assistia estarrecido um dos maiores atos de terrorismo que sacudiu o todo poderoso país norte-americano. "As Torres Gêmeas do World Trade Center, que eram, até então, o símbolo do capitalismo, foram ao chão depois que dois aviões se chocaram contra elas deixando cerca de 3.000 mortos. Começava ali o maior pesadelo do império ianque", recorda.

Antecedentes

Carlos Pontes explica que para entender o que realmente aconteceu, é preciso voltar um pouco mais no tempo. "No final da década de 1970 e começo da década de 1980, os Estados Unidos estimularam e financiaram a sangrenta guerra entre o Irã e o Iraque, treinando e armando os soldados de Saddam Hussein, que seria seu inimigo num futuro próximo. Anos depois veio a Guerra do Golfo, nesta última, os EUA estavam apoiando o Kuwait e mais uma vez treinou e armou as tropas que serviam a Osama Bin Laden, na época líder da Al-Qaeda", aponta.

O historiador recorda que em 2003, os Estados Unidos realizaram uma ocupação ao território iraquiano sob a alegação de que o presidente Saddam Hussein mantinha um arsenal de armas químicas que ameaçavam a paz mundial. "Mesmo não provando a existência do arsenal bélico iraquiano, o governo norte-americano conseguiu promover o julgamento e a posterior condenação do ditador Saddam Hussein", acentua.

O novo governo empossado, explica Carlos Pontes,  ainda não havia conseguido legitimar-se e seu poder se mantém com o auxílio direto de tropas militares internacionais que chegam a um contingente de 150 mil soldados estrangeiros. "Ao invés de afugentar os grupos radicais do cenário político iraquiano, a intervenção dos EUA incentivou o crescimento dos grupos fundamentalistas islâmicos do Oriente Médio. Entendendo isso, podemos compreender as razões que levaram aos ataques às Torres Gêmeas e os motivos de ser uma tragédia anunciada", explica.

De acordo com o historiador do Malce, o ódio ao país que invadia, armava e fomentava guerras entre os povos mulçumanos teria uma resposta sangrenta, embora não conseguisse atingir diretamente a Casa Branca, como almejavam. Na ocasião, os Estados Unidos tinham como presidente o republicano George W. Bush.  "Vinte anos depois, os EUA são um país mais cético, dividido, xenofóbico e paranóico do que aquele de 2001. A perseguição aos imigrantes, principalmente aos muçulmanos, cresceu  vertiginosamente desde os atentados. Cerca de 150 queixas de crimes contra os imigrantes mulçumanos são registrados anualmente, mostrando que mesmo depois da tragédia, os EUA não aprenderam com os erros do passado e continuam insuflando o ódio entre os povos", entende.

Atentado repercutiu na Assembleia Legislativa

O atentado contra as Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001 repercutiu na Assembleia Legislativa do Ceará. O tema foi abordado em plenário pelos deputados estaduais em duas sessões, nos dias 12 e 13 de setembro de 2001, em meio a pronunciamentos sobre outros assuntos relevantes, dos pontos de vista nacional e local.

No Brasil e no Ceará, o contexto político da época apresentava forças variadas à frente dos espaços de poder. Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereissati, ambos do PSDB, ocupavam a Presidência da República e o Governo do Ceará, respectivamente, enquanto Juraci Magalhães (PMDB) era o prefeito de Fortaleza. Já a Assembleia Legislativa tinha o deputado Welington Landim (PSB) como presidente.

O primeiro a tratar do assunto, na sessão de 12 de setembro de 2001, foi o então deputado Chico Lopes (PCdoB). Em manifestação próxima ao fim da sessão ordinária daquela data, no "Pela Ordem", Lopes deu conhecimento aos demais parlamentares de um manifesto em que seu partido, o PCdoB, tratou sobre o tema, "condenando o atentado terrorista aos EUA", conforme a ata daquela sessão.

Já na sessão de 13 de setembro, o ato criminoso foi alvo de pronunciamento do deputado Eudoro Santana (PSB) - o primeiro a ocupar a tribuna da Casa naquela manhã de quinta-feira (dia dedicado às votações de projetos e requerimentos). Ele analisou politicamente o atentado terrorista contra os Estados Unidos, condenando-o e "chamando a atenção para o momento que requer reflexão sobre a política mundial", conforme descrito na ata da sessão.

Ainda em seu pronunciamento, Eudoro leu trechos de editorial do jornal "O Povo" sobre o assunto, entendendo que o jornal fez uma análise correta dos acontecimentos. Ainda citando o editorial, o então deputado pelo PSB destacou que o periódico apresentou "uma visão de esperança de que as nações possam reavaliar a forma de interação mundial".

JS/SC

 

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