Departamento Legislativo

Assembleia anuncia ampliação do atendimento do Projeto Mundo Azul em debate sobre autismo

Por ALECE
05/04/2021 23:09

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Debate foi acompanhado por integrantes da Assembleia e do Governo do Estado Debate foi acompanhado por integrantes da Assembleia e do Governo do Estado - Foto: Divulgação/ AL

A Assembleia Legislativa do Ceará realizou nesta segunda-feira (05/04) o debate virtual “Autismo: um mundo azul de descobertas”, no qual o presidente da Casa, deputado Evandro Leitão (PDT), anunciou a ampliação do Mundo Azul, projeto voltado para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) dependentes de servidores e de comunidades do entorno do Parlamento Estadual.

A capacidade de atendimento saltará de 40 crianças para 80 e a idade máxima aumentará de 12 para 16 anos. O presidente da AL destacou o trabalho de qualidade que vem sendo feito pela equipe do projeto, que vem mudando a vida de mais de 40 famílias.

“O Mundo Azul é um projeto que abraça crianças e famílias que já enfrentam tantas dificuldades e situações adversas. Essa é uma causa de todos nós”, afirmou o presidente da AL, apontando para a necessidade de acolher e quebrar preconceitos.

O debate faz parte das atividades da Semana Mundo Azul, que faz alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo (2 de abril). "É com grande satisfação que realizamos a Semana Mundo Azul, por entender que temos a responsabilidade de chamar a atenção para a temática e propor novas políticas públicas" destacou Evandro.

Participação de integrantes dos poderes Legislativo e Executivo

As deputadas Fernanda Pessoa (PSDB) e Érika Amorim (PSD) e o deputado Walter Cavalcante (MDB) participaram do evento, parabenizando e reconhecendo a importância do projeto Mundo Azul da AL e a relevância do debate sobre o autismo. A deputada Fernanda Pessoa destacou ainda a necessidade de que as famílias das crianças do espectro autista tenham suporte e apoio e reiterou a necessidade de um censo para criar políticas públicas. Já a deputada Érika Amorim comentou a importância do diagnóstico precoce e do apoio às famílias com maior vulnerabilidade para que compreendam o espectro, percebam as potencialidades das crianças e possam ter atendimento adequado.

Socorro França, titular da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Diretos Humanos do Ceará, destacou iniciativas como o Mundo Azul e a relevante marca de cuidar das pessoas que a AL promove com o projeto.

O deputado estadual Ferreira Aragão (PDT) agradeceu o trabalho do projeto Mundo Azul pelo atendimento de seu filho mais novo, destacando o desenvolvimento da criança ao longo do período. Ele também sugeriu que o projeto fosse ampliado para mais regiões do Ceará, podendo fazer a diferença para mais famílias.

Debate

A primeira-dama da AL e fonoaudióloga Cristiane Sales Leitão mediou o debate com o médico neuropediatra Sávio Caldas e a fonoaudióloga Raquel Lobo e agradeceu ao presidente Evandro Leitão e ao coordenador do projeto Bráulio Costa. Durante o debate, foi enfatizada a importância da intervenção precoce em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), bem como a necessidade de conscientizar a sociedade acerca dessa condição neurobiológica.

Sávio Caldas ressaltou que é preciso explicar à sociedade que o autismonão é doença, e sim uma condição neurobiológica. Ele reiterou que o autista não é doente ou deficiente, mas um indivíduo com um funcionamento diferente dos demais. “Se a gente tiver esse cuidado de entender que o filho não tem uma doença e sim uma condição, até fortalece no sentido de as intervenções serem mais eficazes”, salientou.

O neuropediatra apontou que a intervenção precoce é ainda mais importante do que fechar um diagnóstico. “Terapia o quanto antes, melhor, porque o cérebro, ainda imaturo, vai amadurecendo, como se estivesse compensando o distúrbio do atraso do desenvolvimento”, explicou. O neuropediatra ressaltou ainda que o modelo adotado pelo projeto Mundo Azul é reconhecido internacionalmente como padrão ouro para intervenções, com equipamentos de última geração e profissionais treinados.

Conforme a fonoaudióloga Raquel Lobo, é comum o fonoaudiólogo ser o primeiro profissional a ser procurado pelas famílias de crianças com TEA. Ela frisou que, na avaliação dessas crianças, é necessário atentar-se para as outras formas de comunicação, como olhares ou sorrisos, uma vez que a fala é apenas um componente da comunicação.

“Às vezes, a criança olha, sim, nos olhos, mas não da maneira espontânea ou frequência que a gente esperaria para a idade dela. Muitas vezes, as crianças demoram a ser diagnosticadas porque as habilidades estão presentes, porém em frequência e intensidade menores”, afirmou. Raquel também acentuou que uma equipe capacitada e integrada, como a do projeto Mundo Azul, faz a diferença no desenvolvimento de qualquer criança ou adolescente autista.

Da Agência de Notícias da AL

 

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