Rodas de conversa sobre uso demasiado de telas chegam à segunda edição
Por Paulo Veras22/10/2024 12:37
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
A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), por meio Programa de Reflexão Sobre o Amanhã (Prosa) do Departamento de Gestão de Pessoas (DGP), em parceria com o Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) e com o Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi), realizou, nesta terça-feira (22/10), a segunda roda de conversa sobre o tema ''Ferramentas e suporte para as famílias sobre o mundo digital - Diagnóstico, prevenção e tratamento''. A primeira edição foi realizada no dia 16 de outubro.
Nesta edição, realizada no anexo II da Alece (Edifício Deputado José Euclides Ferreira Gomes), os participantes puderam escutar orientações e dicas de três especialistas sobre como enfrentar o problema do uso excessivo das telas. A psicóloga do DSAS, Mayara Rios, a psicopedagoga do Ciadi, Luciana Bem e a terapeuta ocupacional do DSAS, Sheryda Batista, conduziram a ação. Ao todo, 58 inscritos participaram dos dois eventos. Aqueles que cumpriram os requisitos farão jus à certificação dada pelo Escola Superior do Parlamento Cearense (Unipace).
Antes do início da roda de conversa, Isabel Cristina, do Prosa, apresentou aos servidores presentes o projeto Realizar, que oferece aos servidores da Casa Escuta Psicossocial, Consultoria Financeira e Orientação Pessoal e Profissional.
A diretora do DGP, Elenice Ferreira Lima, destacou a preocupação da Assembleia Legislativa, por meio do DGP e de todos os parceiros, em cuidar das pessoas. “Este é um tema muito atual e, dentro dessa nossa visão de cuidar dos servidores, tanto de sua saúde física como mental, resolvemos trazer esta pauta para discussão”, afirmou Elenice.
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Ação foi realizada no Anexo II - Foto: Bia Medeiros
Ela destacou que o envolvimento das famílias para evitar abusos no uso de telas é primordial. “Pais e avós precisam dar o exemplo, estar mais unidos, conversar à mesa, pois sabemos que a tecnologia tem muitos benefícios, mas pode também trazer problemas. E, sobretudo, dar o exemplo, porque o exemplo arrasta”, asseverou. Elenice destacou que o DGP disponibilizou uma cartilha sobre o tema, desenvolvida pela Célula de Psicologia do DSAS.
A voz das especialistas
A terapeuta ocupacional Sheryda Batista destacou a necessidade de abordar este tema na atualidade. Segundo ela, desde o isolamento causado pela pandemia de Covid-19, o número de crianças, adolescentes e adultos que utilizam excessivamente as telas vem aumentando. “O uso do celular traz uma sensação de bem-estar, uma dopamina para o cérebro e isso pode ser muito perigoso”, avaliou.
Este uso excessivo vem causando, precocemente, problemas nas crianças, apontou a terapeuta. “Vemos crianças de 6 a 8 anos de idade com crises de ansiedade, o que pode gerar vários tipos de transtornos”, exemplificou. No entender de Sheryda, é necessário que estas telas sejam substituídas por outras atividades também prazerosas. ”Hoje (terça-feira, 22/10), falamos sobre as ferramentas que auxiliam neste controle. É um processo gradativo e contínuo, que vai desde organizar a agenda da criança até participar com ela e dar o exemplo”, reforçou.
A psicóloga Mayara Rios considerou que o maior desafio da atualidade é equilibrar o uso da Internet, em especial para crianças e adolescentes. “Um adulto que já é formado, que já tem seus valores, seus costumes e princípios, irá conseguir equilibrar melhor este uso. Entretanto, uma criança ou adolescente que ainda não possui controle dos impulsos sofrerá mais”, ponderou.
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Rodas de conversa reuniram 58 participantes - Foto: Bia Medeiros
Mayara afirmou que problemas como crise de identidade, inserção grupal, insegurança, falta de autoestima e de estrutura familiar, são fatores que podem aumentar a propensão da criança ou adolescente para o uso excessivo. “Por isso, nosso trabalho é fazer com que eles possam fazer uso saudável da tecnologia. O primeiro passo é ser referência positiva. A família dar bom exemplo e participar é essencial, pois os jovens são repetidores dos comportamentos que observam”, acentuou.
Como lidar com a neourodiversidade
A psicopedagoga Luciana Bem abordou o trabalho com a neurodiversidade, principalmente no caso do autismo e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). “Lidamos com o hiperfoco. Então, por vezes, tanto a criança como o adolescente neurodivergente tem seu hiperfoco direcionado para as telas, quer seja um programa de TV, um jogo eletrônico”, pontuou.
O material elaborado pela Alece, segundo afirmou a psicopedagoga, traz dicas de aplicativos, de sites e de programas que podem ser utilizados pelos pais e trazem boas orientações sobre o uso de telas. Luciana apontou a existência de aplicativos que trabalham habilidades sociais. “Precisamos lembrar que crianças e adolescentes, com transtornos ou não, estão em um processo de crescimento social, cultural, hormonal, cognitivo e pedagógico e isso deve ser levado em conta por pais, educadores e terapeutas”, reforçou Luciana Bem.
Saiba mais
O Programa de Reflexão Sobre o Amanhã (Prosa) busca promover o autoconhecimento, desenvolvimento das competências e habilidades dos servidores pré-aposentados, preparando-os para a pós-aposentadoria, promovendo a elevação da autoestima, para que as pessoas possam ter uma melhor qualidade de vida na construção de novos projetos. O programa abre novas possibilidades no campo pessoal e profissional por meio do incentivo à capacitação de novos conhecimentos.
Edição: Salomão de Castro
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