Célula de Sustentabilidade e Gestão Ambiental

Responsabilidade intersetorial para prática sustentável é destaque em evento da AL

Por ALECE
10/06/2020 06:54 | Atualizado há 1 ano

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Painel deu continuidade às atividades da Semana do Meio Ambiente Painel deu continuidade às atividades da Semana do Meio Ambiente - Foto: Divulgação/ Agência de Notícias da AL

Participantes da Semana do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Ceará destacaram nesta terça-feira (09/06), durante o painel virtual “O valor da conservação da biodiversidade frente à economia, saúde e gestão pública”, a responsabilidade intersetorial para a efetivação de práticas mais sustentáveis para a conservação da biodiversidade.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da AL, deputado Acrísio Sena (PT), destacou as várias datas alusivas ao meio ambiente, como o Dia Nacional da Reciclagem (5 de junho), o Dia Mundial dos Oceanos (8 de junho) e o Dia Mundial de Combate à Desertificação (17 de junho).

“Todas essas pautas que estou mencionando estão compostas na programação do meio ambiente, com audiências, seminários e palestras, além da construção do Plano Estadual da Agricultura, tendo como meta o mel na merenda escolar, como grande estratégia nossa aqui no estado do Ceará”, comunicou.

O pesquisador Allan Carlos Pscheidt, doutor em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente, comentou sobre o desafio de pensar na preservação da natureza quando é preciso alimentar uma população mundial de 8 bilhões de pessoas.

Entre as possibilidades apresentadas pelo pesquisador estão investimentos em tecnologia de otimização e barateamento da produção de alimentos. “O alimento orgânico e vegano está cada vez mais presente nas prateleiras dos supermercados, mas também temos que cobrar das empresas que esses alimentos estejam disponíveis para todos, não só para pessoas com poder aquisitivo maior”, apontou.

Allan Carlos advertiu ainda para o cenário no qual comunidades de baixa renda não têm acesso a proteínas de qualidade e acabam buscando outras fontes de proteína, como a carne silvestre. “É muito importante ter um olhar para essa população, pois essa carne de caça, muitas vezes, está transportando doenças”, destacou. Ele também salientou a responsabilidade individual no impacto ambiental. “Como vou cobrar um governante se eu não tenho uma prática diária sustentável?”, pontuou.

Já a doutora em Biotecnologia Melyssa Medeiros, da Universidade Potiguar (UNP), destacou a importância do uso adequado de plantas medicinais, uma vez que cerca de 80% da população brasileira faz uso dessas ervas. Segundo ela, esses recursos naturais necessitam de estudos científicos que garantam seu uso racional pela comunidade, apontando ainda a necessidade de resguardar o conhecimento tradicional.

Como exemplo, Melyssa citou o óleo de copaíba, objeto de sua pesquisa de mestrado, conhecido mundialmente por sua função cicatrizante e antimicrobiana. “Se você usá-lo em doses excessivas, ele causa lesões na pele. Isso se deve à falta de conhecimento na sua utilização”, indicou.

Ela também atentou para a busca de alimentos que melhoram a imunidade, nesse momento de pandemia. “Se eu descubro que um alimento é imunomodelador e o consumo todos os dias, em vez de ter uma dose terapêutica, eu tenho uma dose tóxica”, reiterou. Melyssa informou ainda algumas políticas públicas voltadas para essa área, como o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que compreende a relação nacional de plantas medicinais de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS).

Patrícia Barros Braga, economista que pesquisa a área de Políticas Públicas, Desenvolvimento Rural Sustentável e Economia dos Recursos Naturais, comentou que a capacidade de valoração dos recursos naturais considera diversos fatores, seja de produção, de consumo ou de disponibilidade.

“Os valores dos recursos naturais precisam ser derivados das nossas necessidades, da escassez, mas ainda assim de uma consciência de que os recursos ambientais são finitos e essa valoração passa por essa percepção”, comentou. Segundo Patrícia, é importante ressaltar o papel do poder público e da sociedade no entendimento do processo de consumo e da importância da educação para essa compreensão, que deve ser ampla, interdisciplinar e a longo prazo.

Doris Santos, coordenadora de Biodiversidade da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), comentou as ações do órgão que buscam efetivar a sustentabilidade no Ceará. Segundo Doris, atualmente o Ceará possui 89 unidades de conservação, que representam a proteção de 7,78% do território do Estado. O painel contou ainda com perguntas direcionadas aos pesquisadores por internautas que acompanharam o debate pelas redes sociais e veículos de comunicação da AL.

Programação

A Semana do Meio Ambiente da AL, uma realização da Célula da Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P), segue com programação na sexta-feira (12/06), às 16 horas, com o painel “A interferência humana na biodiversidade na origem das pandemias”, com o pesquisador Allan Carlos Pscheidt. O evento será realizado na plataforma Zoom e conta com transmissão pela FM Assembleia (96.7 MHz), TV Assembleia (canal 31.1) e redes sociais da AL.

Além de palestras e painéis virtuais, a Semana do Meio Ambiente da AL realiza o concurso de vídeos “Sustentabilidade em Casa: um minuto que pode salvar o mundo”. As produções, entre 15 e 60 segundos e publicadas nas redes sociais com a hashtag #minutosustentabilidadeCE, devem ter como tema exemplos sustentáveis que possam ser ou foram desenvolvidos durante o período de isolamento em casa.

(Da Agência de Notícias da AL)

 

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