ASSALCE

"Política Cor-de-Rosa" debate violência de gênero e turismo sexual

Por Júlio Sonsol
27/08/2024 15:19 | Atualizado há 2 meses

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Deputada estadual Lia Gomes, titular da PEM da Alece, durante a atividade Deputada estadual Lia Gomes, titular da PEM da Alece, durante a atividade - Foto: Bia Medeiros

A Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa do Ceará (Assalce) realizou, nesta terça-feira (27/08), a roda de conversa "Violência de Gênero e Turismo Sexual". O evento, realizado no auditório do Complexo de Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), integra as atividades desenvolvidas pelo projeto "Política Cor-de-Rosa: uma conversa de incentivo ao protagonismo feminino", da Assalce. A atividade foi iniciada há três anos, sempre buscando trazer temas relevantes do universo das mulheres.

A roda de conversa desta edição teve a participação da titular da Procuradoria Especial da Mulher (PEM), deputada estadual Lia Gomes (PDT), da diretora do Departamento de Gestão de Pessoas (DGP) da Alece,  Elenice Ferreira Lima, do presidente da Assalce, Luís Edson Sales, da secretária executiva do Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC), Viviane Vale, e da orientadora da Célula de Psicologia do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) da Alece, Conceição Martins.

O evento teve a mediação da jornalista Magnólia Paiva, com direção e produção de Virgínia Bastos, idealizadora do projeto.

Sem espaço seguro

Segundo afirmou a deputada Lia Gomes, não há espaço totalmente seguro para as mulheres. "Por isso, é importante discutir a temática da situação sexual de crianças e adolescentes e também a violência política de gênero, que todas nós, mulheres que estamos na política, ainda sofremos", afirmou.

Na compreensão da parlamentar, é possível perceber que nos últimos anos a violência praticada por homens contra as mulheres, principalmente daquelas que estão no âmbito de convivência, tem crescido. "A gente, na PEM, criou  um observatório e verificamos que essa violência vem aumentando. É como se os agressores estivessem sentindo que este movimento é irreversível", avaliou.

Parlamentares, gestoras e servidoras da Alece participaram da roda de conversa - Foto: Bia Medeiros

A deputada apontou que de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres são a maioria entre chefes de família e as principais provedoras, com o maior salário da casa. "O número de mulheres que estão tocando o seu lar sozinho é estarrecedor no Brasil", explicou a deputada, considerando o fato muito preocupante. Além disso, salientou Lia Gomes, se criou a ideia de que deve existir um controle por parte do Estado do corpo da mulher. 

Violência latente

A diretora do DGP da Alece, Elenice Ferreira Lima, que pela terceira vez participou do "Política Cor-de-Rosa", disse que a violência de gênero está muito latente. "Na sociedade, sempre aconteceu, mas hoje está muito em evidência. Temos a exploração infantil, tráfico humano, e a violência de gênero de todas  as formas. A Alece não podia deixar de falar sobre o assunto. Por isso que o 'Política Cor-de-Rosa' veio sempre trazer essas rodas de conversa, com temas que estão evidentes na sociedade", asseverou.

Para ela, o debate provocado pelo projeto tem trazido uma maior reflexão sobre os temas abordados, e pode influir sobre a conduta das pessoas. "Queremos mudar e cada pessoa pode fazer alguma coisa para eliminar a violência e se tornar útil a essa causa", defendeu. Elenice recomendou que as pessoas, a partir de um maior conhecimento, passem a falar, inclusive, com os vizinhos sobre violência doméstica, violência de gênero e sobre a exploração infantil.

"Muitas dessas violências acontecem do lado de casa, praticadas por familiares, por pessoas próximas. Às vezes o desconhecimento faz com que as pessoas achem que a criança, que o adolescente, que a mulher, não vêm passando por esse tipo de violência porque não estão atentos ao seu entorno. Então é preciso conversar,  e discutir a causa. São esses temas  que o projeto traz que precisam ser mais abordados entre todos", pontuou.

Políticas públicas em pauta

O presidente da Assalce, Luis Edson Sales, explicou que a entidade tem buscado tratar de temas relevantes para a sociedade, para que, a partir das discussões realizadas, possam surgir medidas necessárias ao enfrentamento dos problemas abordados. "É importante para os servidores e servidoras ter uma consciência crítica. Aqui a gente tem essa oportunidade a partir deste evento", apontou, destacando que o projeto foi de iniciativa de uma mulher, a servidora Virgínia Bastos, do Núcleo de Comunicação Interna da Alece.

Projeto trata de questões relacionadas ao cotidiano das mulheres - Foto: Bia Medeiros

Luis Edson Sales lembrou que Fortaleza é uma cidade turística e que, por isso,  é importante trazer a público a discussão sobre o turismo sexual que acontece em alguns pontos da capital. "Temos que realmente buscar políticas públicas relacionadas a essa situação", defendeu.

O gestor da Assalce lembrou que graças a uma discussão acontecida dentro do projeto, foi desenvolvida e efetivada uma política pública para abordar a questão da fibromialgia, que afeta principalmente as mulheres, numa proporção em torno de 80% dos casos. A Alece é a primeira Assembleia Legislativa brasileira a ter implantado um núcleo de tratamento da fibromialgia, conforme destacou.

Conteúdo digital: Leonardo Coutinho

Edição: Salomão de Castro

 

Núcleo de Comunicação Interna da Alece

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Telefone: 85.3257.3032

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