"Política Cor-de-Rosa" aborda inclusão de pessoas do espectro autista
Por Julio Sonsol30/04/2024 12:02 | Atualizado há 6 meses
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A Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa do Ceará (Assalce) realizou, nesta terça-feira (30/04), a roda de conversa "Autismo: educação, inclusão e mercado de trabalho". O evento fez parte das atividades desenvolvidas pela ação "Política Cor-de-rosa: uma conversa de incentivo ao protagonismo feminino" e foi realizado no auditório Lucila Bomfim do Anexo III da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece).
A roda de conversa desta edição teve como convidadas a Deputada Estadual Marta Gonçalves (PL), a fisioterapeuta Walmar Menezes, do Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi), representando a líder do Comitê de Responsabilidade Social da Alece, Cristiane Leitão, a diretora do Departamento de Gestão de Pessoas (DGP) da Alece, Maria Elenice Ferreira Lima, a médica pediatra Mayra Pinheiro, a jornalista Helaine Oliveira (mãe atípica, que participou remotamente) e a empresária Mariana Sá (mãe atípica). A roda de conversa teve a mediação da jornalista Magnólia Paiva e direção e produção de Virgínia Bastos, idealizadora do projeto.
Ciadi
A fisioterapeuta do Ciadi, Walmar Menezes, salientou que o Centro atende crianças e adolescentes com autismo e com Síndrome de Down. "O trabalho que o Centro vem desenvolvendo nesses últimos três anos tendo à frente a doutora Cristiane Leitão é um trabalho de excelência, com uma equipe multidisciplinar que atende a essas crianças duas vezes por semana", assinalou.
Segundo ela, as crianças atendidas vêm evoluindo de forma satisfatória. A roda de conversa tem a importância de trazer a discussão do tema no momento que a Alece tem se somado, tanto no trabalho de assistência, quanto mostrando a importância da inclusão, afirmou Walmar Menezes. Hoje, o Ciadi é um centro de referência que trabalha a inclusão dessas crianças de uma interdisciplinar", completou.
Filho autista
A empresária Mariana Sá, mãe de filho com quatro anos, com espectro autista diagnosticado como moderado, considerou que todos os eventos que tragam para a discussão o autismo, dando visibilidade ao tema, são importantes. "Os autistas são muito marginalizados. Toda e qualquer ação que se faça, até postagens em redes sociais que tragam à luz o assunto, é muito importante", acentuou dando destaque à ação da Assalce.
A roda de conversa foi dirigida às servidoras da Casa e convidadas - Foto: Bia Medeiros
"Quando se traz à luz, a gente encoraja não somente as crianças, como também os adultos diagnosticados, a viver uma vida normal, com inclusão e respeito. Cada e qualquer evento que traga o autismo para a discussão é muito importante", reforçou. A empresária elogiou a iniciativa da Assalce que colocou o assunto em debate. "Muitas vezes a gente não tem voz, mas aqui estamos tendo a oportunidade de discutir o tema", enfatizou.
Mariana Sá revelou que descobriu o autismo em seu filho mais novo quando foi alertada pelo colégio e mesmo assim resistiu a aceitar. No primeiro momento tentou negar o quadro. O primeiro neuropediatra não reconheceu transtorno do espectro autista. Somente no segundo diagnóstico é que o laudo foi conclusivo. "Após o primeiro resultado, o colégio insistiu por uma segunda avaliação, e apesar de eu continuar negando o levei para outro médico, que não fechou o diagnóstico. Somente seis meses depois isso aconteceu tive a confirmação".
Depois do laudo conclusivo, Mariana Sá diz que seria mais vantajoso não ter sido negacionista e aceitado a situação no primeiro momento, porque as terapias, quanto mais precoces, mais eficientes. "Quanto antes você intervir, mais rápido a criança vai desabrochar e ter um melhor desenvolvimento".
Vida profissional
A diretora do Departamento de Gestão de Pessoas, Elenice Ferreira Lima, assinalou que a inclusão de pessoas com autismo também deve abordar a vida privada e profissional. "Precisamos falar sobre a capacitação de pessoas para recebê-los, e que todos eles se sintam bem à vontade numa instituição onde possam trabalhar", avisou.
Ela salientou que há, entre as pessoas que possuem algum nível de autismo, algumas que têm supercapacidade em determinadas áreas. "Precisamos trabalhar essas habilidades e atitudes. As pessoas que vão trabalhar com eles, têm de recebê-los bem e entender o percentual a que cada um pode oferecer na empresa ou no serviço público. O autista tem o direito de estar onde ele quiser", considerou.
A diretora revelou que há recém aprovados em concurso da Alece que são portadores do espectro autista. "Estamos trabalhando muito para a inclusão dessas pessoas, qualificando os nossos líderes para recebê-los. Eles precisam estar inclusos. Não adianta a gente dizer que trabalha a inclusão do autista se não capacitamos as pessoas pra recebê-los", asseverou.
Luis Edson destacou apoio da Assalce e do DSAS ao "Política Cor de Rosa" - Foto: Bia Medeiros
O diretor do DSAS da Alece e presidente da Assalce, Luís Edson Sales, disse, na abertura da roda de conversa, que a entidade está sempre aberta a projetos e ações como esta discussão sobre a inclusão do autista. "Alguns temas trazidos anos atrás pela associação, hoje outras assembleias legislativas estão copiando. Entre estas está a Fibromialgia que foi abordada em uma roda de conversa, e hoje tem apoio da Alece no atendimento destes casos", avisou.
Conteúdo digital: Leonardo Coutinho
Edição: Paulo veras
Núcleo de Comunicação Interna da Alece
Email: comunicacaointerna@al.ce.gov.br
Telefone: 85.3257.3032
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Autor: Núcleo de Comunicação Interna, com Virgínia Bastos (Assessoria de Marketing e Comunicação da Assalce)