Novo Borat pulveriza pautas conservadoras e enterra o trumpismo
Por ALECE26/03/2021 16:36
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Depois do sucesso alcançado em 2006, o repórter fictício do Cazaquistão Borat retorna às telas. Não mais às salas de cinema, proibidas pela pandemia que grassa todo o mundo, mas às smartvs, que acessam o mundo do stream. Quem assistiu o primeiro vai se adaptar bem ao “Borat – Fita de Cinema Seguinte”, que traz novamente o protagonismo do segundo melhor jornalista casaque, como assim Borat nos é apresentado. No entanto, mesmo quem desconhece o original irá aproveitar e se divertir bastante com a sequência.
Desta vez, ele tem a missão de levar mimos ao então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para fortalecer as relações entre os dois países, em pleno ano eleitoral de 2020, quando o vencedor da disputa foi o democrata Joe Biden.
O filme procura esmiuçar e estraçalhar, de forma bem escrachada, toda a visão de mundo que é reforçada pelo conservadorismo trumpiano, que troca olhares insinuantes com o neonazismo. Não fica de fora nenhuma pauta que a ala mais progressista da sociedade procura de toda forma manter. Feminismo, racismo, desigualdade social, xenobofia e homofobia são igualmente metralhado(a)s de forma quixetesca ao longo de 1h36min.
O segundo melhor repórter do "Glorioso" Cazaquistão, interpretado por Sacha Baron Cohen, viaja à América, onde deita e rola nas críticas ao preconceito enraizado na cultura norte-americana. Quando surgiram os primeiros boatos de que o segundo filme foi gravado em segredo para ser lançado antes do fim do período de votação para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, já era esperado que Borat repetiria os ataques ao conservadorismo da primeira edição.
Sobre a trama
O filme seguinte de Borat inicia com o repórter recebendo uma segunda tarefa que incluiria novamente uma viagem aos Estados Unidos, dessa vez, com a missão de aproximar o presidente cazaque de Donald Trump. Logo nos primeiros minutos, Sacha Baron Cohen verbaliza o típico e já ensaiado discurso de todo eleitor republicano, colocando a culpa do "caos norte-americano" nos dois mandatos de Barack Obama. Borat chega a afirmar que Trump tornou "A América great novamente", repetindo slogan utilizado na campanha em 2016.
Mas Borat não está só nesta empreitada. Ele tem a companhia da filha Sandra Jessica Parker, em intepretação digna de um Oscar, da húngara Maria Bakalova (indicada ao prêmio na categoria de melhor atriz coadjuvante). O protagonista entrega a sua mais pura essência humorística e escrachada. Agora sendo considerado um ícone da cultura pop, ele precisa se disfarçar para conseguir andar pelas ruas dos Estados Unidos sem ser reconhecido. É graças a presença de Bakalova, inclusive, que Borat se vê com um enorme trunfo para criticar os mais absurdos pensamentos internalizados na sociedade estadunidense, como a limitação de atividades praticadas por mulheres, os fanáticos religiosos e o discurso antiaborto e como as redes sociais podem ditar a feminilidade atualmente.
Republicanos na mira
Para se aproximar do presidente dos Estados Unidos, Borat resolve oferecer a filha como um presente para mais próximas figuras do Republicano, escolhendo inicialmente o vice Michael Pence como sua primeira vítima. Após sujeitar a mudanças na aparência, Sacha Cohen disfarça-se de ninguém menos que Donald Trump e invade um comício político, causando um enorme alvoroço entre os eleitores.
Correndo contra o relógio e fazendo o máximo para não ser executado pelo presidente do Cazaquistão, Borat resolve partir para cima do ex-prefeito de Nova York e atual advogado de Trump, Rudy Giuliani. Como se não bastasse, o filme tem um flagrante envolvendo Giuliani nas cenas finais, que já acusou Sacha Cohen de manipular as imagens.
Mesmo sem verbalizar uma única palavra, Borat ainda encontra espaço para criticar o armamento da população estadunidense, tão defendido por Donald Trump. Antes de se encontrar com dois eleitores do Partido Republicano, Sacha Cohen caminha pelas ruas vazias até ser informado do período de quarentena por conta da pandemia de Covid-19.
Borat ainda encontra margem para criar os mais absurdos pensamentos e teorias, como se culpar pela proliferação do novo Coronavírus e ainda comparecer a uma marcha pró-Trump e anti-isolamento.
Sem papas na língua e com o politicamente incorreto predominando, a sequência supera o longa original e gera um incômodo divertimento, devido a abordagens polêmicas sobre diversos temas que permeiam o mundo. Além da indicação de Maria Bakalova como atriz coadjuvante, o filme concorre ao Oscar de melhor roteiro adaptado, que tem Cohen como um dos autores.
Serviço: “Borat – Fita de Cinema Seguinte” (2020). Dirigido por: Jason Woliner. Elenco: Sacha Baron Cohen, Irina Nowak, Luenell, Tom Hanks, Dani Popescu, Maria Bakalova, Manuel Vieru. Comédia, 95 minutos. O novo filme de Borat está disponível na plataforma Prime Video.
JS
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