Nova versão de Pinóquio traz tons realistas à fábula
Por ALECE09/04/2021 17:29
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Os fãs do cinema nacional têm uma relação de antipatia com o ator e cineasta italiano Roberto Benigni que remonta a 1999. É que, naquele ano, “A Vida é Bela”, película que abordou o Holocausto com viés cômico, venceu o Oscar na categoria melhor filme estrangeiro, superando o brasileiro “Central do Brasil”, de Walter Salles, estrelado por Fernanda Montenegro. Eis que, 22 anos depois do episódio, Benigni está de volta às telas (desta vez no streaming), como Gepeto, pai do protagonista de “Pinóquio”, atualização da fábula infantil, dirigida pelo italiano Matteo Garrone.
Apesar da tendência de se buscar uma comparação direta com a animação de Walt Disney, de 1940, esta versão tem tom próprio, mais adulto e realista. Na trama, Gepeto dá vida ao boneco de madeira Pinóquio (Federico Ielapi), que enfrenta diversos percalços em busca de se tornar um garoto de verdade. A narrativa traz os episódios presentes no livro original, com personagens como o Grilo Falante, a Fada Azul e a baleia que ainda assusta a quem vier a conferir o filme, mas dá maior destaque a alguns episódios, se comparados a outros.
Merece destaque a produção caprichada, com reconstituição dos desenhos originais do livro por meio dos recursos de que o cinema dispõe, como os cenários, efeitos visuais discretos (mas bastante eficientes), figurino e maquiagem (nos dois últimos casos, ambos indicados ao Oscar, que será realizado no dia 25 de abril). A trilha sonora pontua de forma singela o filme, cuja fotografia em tons pasteis apresenta ao público, evidentemente, um produto bem menos colorido que a animação dos estúdios Disney.
O novo “Pinóquio”, certamente, agradará mais aos adultos, mas pode ser visto sem reservas pelas crianças que já possuem certa compreensão sobre questões relevantes nas nossas vidas. Em tempos de “novo normal”, fica a dica para que seja assistido como uma “sessão família”, por pais e filhos.
Se você torce o nariz para Benigni, releve e procure aproveitar o que o filme tem de bom. “Pinóquio” tem qualidades bem superiores ao algoz de “Central do Brasil” e também injustamente vencedor do Oscar de melhor ator em 1999, quando derrotou as atuações – muito superiores – de Tom Hanks (“O Resgate do Soldado Ryan”), Nick Nolte (“Temporada de Caça”), Ian McKellen (“Deuses e Monstros”) e Edward Norton (“A Outra História Americana”). Chegou a hora de superar o 7x1 que tivemos para o cinema italiano, há 22 anos.
Serviço: “Pinóquio”. Direção: Matteo Garrone. Elenco: Roberto Benigni, Federico Ielapi e Rocco Papaleo. Duração: 2h05min. Disponível para compra nas plataformas de streaming.
SC
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