Morte de Getúlio Vargas chega aos 68 anos
Por ALECE24/08/2022 08:07
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“Saio da vida para entrar na História”. A data de 24 de agosto de 2022, nesta quarta-feira, marca o transcurso dos 68 anos da morte do ex-presidente Getúlio Vargas. Ele tirou sua própria vida com um tiro de revólver no peito, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro (RJ), então capital da República, em 24 de agosto de 1954. A frase célebre ficou registrada na carta-testamento deixada de próprio punho por Getúlio, em cenário de grave crise política que marcava seu último governo.
Na avaliação do pesquisador do Memorial Deputado Pontes Neto da Assembleia Legislativa do Ceará (Malce), Diego Morais, trata-se de um dos maiores estadistas brasileiros do século XX. "Foi o homem que criou o Brasil moderno", define.
O ex-presidente nasceu em São Borja (RS), em 19 de abril de 1883. Ele fez parte do grupo de lideranças políticas da denominada "República Velha", ocupando o cargo de ministro da Fazenda do presidente que o antecedeu, Washington Luís.
Diego Morais destaca que as circunstâncias da história o levaram a ser o líder da mudança de estruturas de um país agrícola em um estado moderno e avançado. Por duas vezes, Getúlio Vargas foi presidente da República. Inicialmente, de 1930 a 1945, governou o país em três fases distintas. De 1930 a 1934, no Governo Provisório, de 1934 a 1937, no Governo Constitucional, eleito pelo Congresso Nacional; e de 1937 a 145, na Ditadura do Estado Novo".
O pesquisador acentua que a segunda vez é considerado o período de 1951 a 1954, quando foi eleito democraticamente, por meio do voto. Diego Morais lembra que Getúlio Vargas era chamado pelos simpatizantes como “Pai dos Pobres”.
"As realizações de Getúlio Vargas foram bastante significativas. Entre as quais destaco o voto secreto, o voto feminino, a legislação trabalhista, a criação da Força Aérea Brasileira, a Previdência Social e a Petrobras, entre outras", aponta o pesquisador.
Homem público multifacetado
Para Diego Morais, nem tudo foram crédito nas gestões do ex-presidente. "Na visão de alguns estudiosos, ele não passou de um ditador repressivo que fazia vistas grossas para a corrupção", aponta. Mas, para o pesquisador, ele também era um mestre da política e sabia fazer o jogo entre estados e municípios, além de conhecer todos os meandros da administração pública no momento histórico em que viveu.
Em relação às manifestações de Getúlio Vargas, o pesquisador diz que ele era populista nos discursos que proferia. "Getúlio fez mais pelo Brasil Moderno do que qualquer outro presidente, segundo alguns historiadores", acentua. Foi ainda o primeiro presidente que usou a propaganda moderna em benefício do Estado.
"Sua máquina de propaganda era muito eficiente. Utilizou do rádio para se comunicar com o país, criando a ‘Voz do Brasil’ e usou os símbolos nacionais para despertar o civismo, criando uma identidade nacional. Infelizmente o seu suicídio, em 1954, marcou tragicamente a história do Brasil", recorda.
JS
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