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Exposição de fotos sobre tragédia de Mariana prossegue até 13/10

Por ALECE
29/08/2019 05:17 | Atualizado há 1 ano

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Exposição traz 28 fotos produzidas por Christian Cravo Exposição traz 28 fotos produzidas por Christian Cravo - Foto: Divulgação

Está aberta para visitação pública a exposição fotográfica Mariana, que foi inaugurada nesta quarta-feira (28/08), na Caixa Cultural. Composta por 28 fotografias produzidas pelo baiano Christian Cravo, a mostra procura retratar a tragédia da cidade mineira de Mariana, onde pelo menos 19 pessoas perderam as vidas em 2015, com o rompimento da barragem Fundão, da mineradora Samarco, controlada pela Vale do Rio Doce S/A.

As imagens trazem aos olhos do visitante as memórias que atravessaram a lama, procuram reviver a cidade e resguardar o passado. A mostra se baseia na visão do artista, em fotografia fine art. “Mariana” retrata memórias humanas sobre uma das maiores tragédias ambientais do País, em que centenas de famílias foram desabrigadas após o desastre que, apesar de ter acontecido em 2015, ainda repercute na cidade e na vida de pessoas afetadas direta e indiretamente até hoje.

Christian Cravo trabalha como fotógrafo há 27 anos, mas convive com a fotografia desde os 11. Tem trabalhos reconhecidos internacionalmente, sendo criador de diferentes ensaios, como "Roma noire, ville métisse" (2005) e "Nos Jardins do Éden" (2010).

História do desastre

No dia 5 de novembro de 2015, às 15h30min, uma gigantesca barragem de rejeitos de minério de ferro, conhecida como Fundão, pertencente à empresa Samarco, controlada por duas das maiores mineradoras do mundo – a brasileira Vale e a anglo-australiana bhp Billiton – rompeu inteira sobre o povoado de Bento Rodrigues, distrito de Mariana (MG). O rompimento da barragem se converteu na maior tragédia ambiental brasileira e no mais grave acidente – e único dessa natureza – da história da mineração mundial. Dezenove pessoas morreram na primeira meia hora. Mas, nos dias que se seguiram, as vidas de outras centenas de milhares seriam afetadas para sempre.

Um pouco antes das 16 horas do dia 5, o povoado de Bento Rodrigues deixou de existir. Foi engolido pela lama que, sem qualquer bloqueio que a contivesse, seguiu sua rota de destruição, alcançando rapidamente o rio Gualaxo do Norte, fazendo estragos nos povoados à sua volta. Na manhã de sexta-feira (6/11/2015), a onda chegou ao rio Doce. Ali, se espalhou e transbordou, soterrando toda a vida existente ao longo dos 650 quilômetros de extensão do rio até o mar.

Ao contaminar o rio, a lama afetou toda a bacia do Doce, uma região do tamanho da Áustria. No total, 228 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo foram impactados. Naqueles primeiros dias, cinco seriam dramaticamente atingidos: Governador Valadares, Resplendor, Colatina, Linhares e Regência. Décadas serão necessárias para recuperar a biodiversidade alterada pelos resíduos metálicos. No entanto, passado quase quatro anos  da tragédia, pouco se fez para minorar o seu efeito. O Brasil e o mundo parecem não ter se dado conta da magnitude desse desastre, cujas consequências para a vida dos 3,5 milhões de habitantes da região, dos peixes, das plantas e das demais espécies, ainda são impossíveis de se prever.

A mostra "Mariana" prossegue até 13 de outubro na Caixa Cultural de Fortaleza, de terça-feira a domingo.

Serviço: Exposição “Mariana”. Período: Até 13 de outubro, das terças-feiras aos sábados, das 10 horas às 20 horas, e aos domingos, das 12 horas às 19 horas. Local: Caixa Cultural Fortaleza (avenida Pessoa Anta, 287 - Praia de Iracema). Informações: 85.3453.2770. Entrada gratuita.

 

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