Comitê de Responsabilidade Social

Dia Nacional da Luta Antimanicomial chama atenção aos cuidados para pessoas com sofrimento mental

Por Assessoria do Comitê de Responsabilidade Social, com Núcleo de Comunicação Interna da Alece
18/05/2023 09:51

Compartilhe esta notícia:

Carina Diógenes, psicóloga da Céula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas, traz orientações sobre o tema Carina Diógenes, psicóloga da Céula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas, traz orientações sobre o tema - Arte: Publicidade/Alece

Celebra-se nesta quinta-feira (18/05), o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data instituída com o objetivo de lutar pelos direitos das pessoas com sofrimento mental. Dentro da causa está o combate ao conceito de que se deve isolar o indivíduo com problemas mentais em pretensos tratamentos, lembrando que essas pessoas possuem o amplo direito de viver em sociedade e em liberdade.

A Assembleia Legislativa do Ceará, por meio do Comitê de Responsabilidade Social e a Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas, também se engaja nesse movimento, com o lema "Trancar não é Tratar".

De acordo com a psicóloga Carina Diógenes, integrante da Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas, com o avanço dos estudos e dos debates em ralação ao assunto, se chegou à conclusão de que novas intervenções menos agressivas devem ser feitas com essas pessoas, facilitando o tratamento e o convívio delas em sociedade.

“A questão da data está muito voltada aos internamentos em manicômios, onde muitas vezes é realizado um tratamento doloroso ao paciente, como por exemplo com os eletrochoques. Muitas vezes as famílias querem se livrar, querem tirar as pessoas com transtorno mental da sociedade, sem oferecer cuidados e tratamentos adequados. A luta da data é pelos cuidados adequados, reforçando a ideia de que trancar esses indivíduos nos manicômios não é tratar da maneira ideal”, avalia a psicóloga.

Lei da Reforma Psiquiátrica, Lei Antimanicomial e Lei Paulo Delgado

A Lei da Reforma Psiquiátrica no Brasil completou 22 anos em meio a conquistas e desafios. Também conhecida como Antimanicomial ou Paulo Delgado, a lei tem como fundamento o tratamento mais humanizado dos pacientes acometidos por doenças mentais, com o fechamento gradual de manicômios e hospícios existentes no País. A diretriz é a internação do paciente somente se o tratamento fora do hospital se provar ineficiente.

Em substituição aos hospitais psiquiátricos, o Ministério da Saúde determinou, em 2002, a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) em todo o país. Os CAPs são espaços para o acolhimento de pacientes com transtornos mentais, em tratamento não-hospitalar. Sua função é prestar assistência psicológica e médica, visando a reintegração dos doentes à sociedade.

Nesses 22 anos de vigência, a lei conseguiu promover avanços na forma como o Estado, a sociedade e os próprios profissionais de saúde encaram e tratam os doentes mentais no País. Mas também enfrentou e enfrenta resistências tanto de ordem cultural na forma de ver a doença mental, como também de instituições e profissionais que insistem em velhos métodos, muitos deles considerados cruéis, com o uso de camisas de força ou choque elétrico, por exemplo.

"Hoje ainda temos muitos gargalos. Muitas vezes os familiares não sabem o que fazer com a pessoa que necessita de ajuda e acabam imediatamente internando. A grande questão do simbolismo da data é gerar uma conscientização coletiva de que essas pessoas podem e devem ter uma ressocialização, seja com atendimentos psicofármacos ou seja com terapias laborais, para que possa se ter uma evolução. Nossa sociedade precisa olhar para essa pessoa com transtorno mental como alguém que precisa de cuidado e não de alguém que precise ser isolado”, avalia Carina Diógenes.

A Lei da Reforma Psiquiátrica prevê que os pacientes sejam tratados em unidades apropriadas e por equipes multidisciplinares – com psicólogos, médicos e outros profissionais de saúde – que promovam a reintegração do doente ao convívio social.

Edição: Salomão de Castro

 

Núcleo de Comunicação Interna da Alece

Email: comunicacaointerna@al.ce.gov.br

Telefone: 85.3257.3032

Página: https://portaldoservidor.al.ce.gov.br/

 

Veja também