ASSALCE

Curso Em Rodas de Biblioterapia orienta sobre etarismo

Por Julio Sonsol
19/09/2024 12:23 | Atualizado há 17 horas

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Luis Edson, presidente da Assalce, e Jacqueline Assunção, abriram o evento Luis Edson, presidente da Assalce, e Jacqueline Assunção, abriram o evento - Foto: José Leomar

A Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Assalce) realizou, nesta quinta-feira (19/09), a 74ª edição, em seu sétimo ano, do curso "Em Rodas de Biblioterapia - Ler Cuidando do Ser". A roda de conversa desta edição teve a poética apresentada pelos alunos de psicologia Bruna Gomes Alves e Roberto Vale, da Universidade Maurício de Nassau (UniNassau).

A exposição teve por base o livro "Vamos Falar de Etarismo", de Fran Winandy e Patrícia Santos. A biblioterapeuta Jacqueline Assunção, idealizadora e coordenadora do curso, mediou o encontro. Ela explica que para apresentar o tema foram convidados alunos de psicologia da UniNassau. "Nós Falamos sobre esse preconceito e discriminação com base na idade". 

De acordo com Jacqueline Assunção, a publicação apresentada traz cem cartas-perguntas, que leva a uma reflexão a respeito do preconceito contra pessoas idosas, que afeta diferentes aspectos da vida, Incluindo a oportunidade de empregos, a participação social e a estereotipagem baseada na idade. "Não só os mais velhos são atingidos, mas de uma forma geral, geralmente se aplica aos mais velhos. Esse preconceito pode se manifestar de várias formas e é sobre isso que a gente precisa atentar". 

Sensibilização

De acordo com a mediadora, o objetivo desta roda foi promover a sensibilização em relação a esse preconceito, "que já é, mas que agora assume o nome de Etarismo". Através da apresentação das cartas contidas no livro foi destacada a necessidade de que a diversidade etária seja valorizada, "Não podemos deixar o preconceito se perpetuar. Há, inclusive, uma lei que ampara a mulher em relação ao preconceito que ela sofre", salientou. 

Bruna Gomes considerou que o etarismo é um tema que tem sido muito difundido, mas precisa ser mais conversado. "A gente sabe que o etarismo é um preconceito ou uma discriminação com base na idade e que geralmente é sentido quando se ultrapassa os 50 anos e vai chegando aos 60. Isso provoca um impacto na vida profissional e na vida social", observou a estudante de psicologia, apontando que este fenômeno já está acontecendo com pessoas mais jovens.

Auditório da Associação ficou lotado de servidores interessados no tema - Foto: José Leomar

Misoginia

Segundo ela, no contexto de pessoas mais jovens que sofrem o etarismo é observada a questão da diferença de gênero. "A mulher sofre muito mais o etarismo do que o homem. Porque na nossa sociedade, quando um homem vai chegando aos seus cinquenta e cinco, sessenta anos geralmente ele é visto como uma pessoa muito sábia, um exímio A mulher, em contrapartida, já vai perdendo um pouco da sua credibilidade. Então assim a gente sente que há, também, um pouco de misoginia", revelou. 

A aluna de psicologia também avaliou que a mulher sofre muitos impactos do envelhecimento porque a sociedade cobra dela um padrão de beleza e de comportamento. "Com o passar do tempo, quando ela vai saindo desse padrão pelo envelhecimento normal, a sociedade começa de certa forma a minimizar a sua participação em tomadas de decisões até mesmo no seio da família. A mulher ela vai perdendo um pouco a sua visibilidade e sendo vista como uma pessoa ultrapassada", considerou.

Para Bruna Gomes, a pressão que é imposta pela aparência jovem, por estar sempre dentro dos padrões, gera uma obsessão, Em consequência, uma corrida incessante a cremes e procedimento estéticos, para não aparentar ter a idade que se tem. "Na verdade, não é problema algum ter a idade que tem. O envelhecimento tem que ser tratado de forma respeitosa e como uma circunstâncianatural, fisiológica que todos os indivíduos vão passar". 

A estudante disse quenão existe essa questão de estar muito velho para algo. Segundo ela, sempre é tempo de se recomeçar, de se redescobrir e de se olhar carinho. "Esse é o objetivo desta conversa para que o tema seja difundido por sua importância. Quanto mais a gente fala quanto mais a gente discute e levanta as questões, mais de fácil fica o acesso a informação, considerou. 

Alunos do curso de Psicologia da Uninassau ao lado de Luis Edson e Jacqueline Assunção - Foto: Divulgação Assalce

Legislação

O estudante Roberto Vale, também expositor, explicou que a lei 10.741 de 2003 aborda a questão dos idosos e procura combater o etarismo. Conforme esclareceu, há certa vulnerabilidade nas pessoas que têm idade avançada, e, portanto, é necessário haver uma legislação que atenda o princípio de proteção.

“A lei veio proteger e também na verdade tipificar alguns casos que são enquadrados como ofensa a pessoa vulnerável, prevendo reclusão de seis meses a um ano.Para tanto, é necessário que a pessoa ofendida, ou se representante legal, ingressecom uma ação na justiça, para que sejam assegurados os seus direitos. Infelizmente, a nossa sociedade trata um idoso como algo descartável”, disse o estudante.

Saiba mais

A biblioterapia é uma terapia pautada na utilização dos livros como principal elemento. Se trata de uma abordagem que utiliza textos de diferentes formatos para tratar questões psicológicas como depressão e problemas de autoestima.

Como o próprio nome sugere, a biblioterapia é uma terapia pautada na utilização dos livros como principal elemento. O primeiro registro sobre a modalidade terapêutica aconteceu há cerca de 100 anos pelo americano Samuel McchordCrothers. No Brasil, porém, a biblioterapia só chegou em 1975.

Na prática a biblioterapia é um encontro em que duas ou mais pessoas lêem o mesmo livro.Assim, cada leitor deve dizer o que aquela história causou e quais impressões e percepções teve sobre o enredo e seus protagonistas. Ah! Vale lembrar que nesse contexto não há “certo” ou “errado”.Todas as impressões são válidas e podem enriquecer o debate. O mais importante é ser honesto sobre o que o livro causou e quais reflexões desencadeou.

 

Conteúdo digital: Leonardo Coutinho

Edição: Paulo Veras

 

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