Conflitos de relacionamento dão o tom em "Malcolm & Marie"
Por ALECE19/02/2021 18:08 | Atualizado há 1 ano
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Após a estreia de um filme, um casal retorna para casa com sentimentos opostos: enquanto o diretor do longa, Malcolm Elliott (John David Washington), vibra ao reconstituir o evento e a projeção que sua carreira poderá ter a partir dali, sua companheira, Marie Jones (Zendaya), exprime em olhares e silêncios insatisfação com um possível acontecimento anterior. É a partir daí, em um preto e branco muito bem fotografado, que se desenvolve "Malcolm & Marie", novo filme do diretor e roteirista Sam Levinson, disponível em streaming pela Netflix.
Fruto direto da readaptação da indústria cinematográfica após a pandemia da Covid-19, o filme se desenvolve com apenas dois personagens, sendo possível se perceber a utilização da mínima equipe técnica em atividade. O desafio do cineasta e dos atores foi o de entregar um filme dinâmico, apesar da estrutura teatral.
Pode-se dizer que a experiência é bem sucedida: ao focar em um relacionamento em crise ao mesmo tempo que trata de bastidores da própria indústria de cinema, "Malcolm & Marie" envolve e nos leva a refletir sobre os altos e baixos das relações de um casal, quando autoestima e empatia frequentemente estão em lados opostos devido às escolhas individuais dos parceiros.
Para quem acompanha o cinema estadunidense, o filme é um prato cheio. Um exemplo são os diálogos em que Malcolm trata das comparações entre sua carreira e a de cineastas afrodescendentes consagrados pela crítica, como Spike Lee (Destacamento Blood), Barry Jenkins (Moonlight) e John Singleton (Os Donos da Rua) - que estiveram entre os finalistas e vencedores do Oscar a partir dos anos 1990. O personagem vê na comparação feita por uma crítica de cinema um viés racista, enquanto almeja ser considerado um novo William Wyler (diretor do clássico Ben-Hur, de 1959), externo ao seu aspecto racial e ao cinema com viés político encarnado por Lee, Jenkins e Singleton.
Mas, se John David Washington encarna o cineasta de forma correta, o ponto alto do filme é a atuação de Zendaya como Marie. A personagem-título, inspiração para o "filme dentro do filme" de Malcolm, tem camadas mais profundas que as do companheiro de cena, que a atriz exprime com vigor, oscilando entre silêncios e explosões emocionais nos momentos certos. Os dois últimos monólogos de Marie justificam a experiência e convidam a uma revisão do filme. Pelo papel, Zendaya concorre ao prêmio de melhor atriz no Critics´ Choice Awards 2021 e é forte pré-candidata na mesma categoria ao Oscar, cujas indicações serão divulgadas em 15 de março. A conferir.
Serviço: "Malcolm & Marie". Direção e roteiro: Sam Levinson. Ano: 2021. Data de lançamento: 5 de fevereiro (Netflix). Duração: 106 minutos. Sinopse: O relacionamento de um diretor e sua namorada é colocado à prova depois que eles retornam para casa após a estreia de seu filme, enquanto esperam pela resposta dos críticos.
SC
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