Ciadi

Ciadi: Quando as diferenças permitem a unidade de esforços

Por Fátima Abreu
28/08/2023 07:33 | Atualizado há 2 meses

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Sáskya Vaz, Cristiane Leitão e Bráulio Teixeira em atividade no Ciadi Sáskya Vaz, Cristiane Leitão e Bráulio Teixeira em atividade no Ciadi - Foto: Bia Medeiros

O Portal do Servidor inicia, nesta segunda-feira (28/08), uma série especial apresentando a natureza do trabalho desenvolvido pela da Assembleia Legislativa do Ceará, por meio do Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi), que permite às crianças e adolescentes a conquista da autonomia.

“Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.” (Rubem Alves)

A citação do psicanalista, educador, teólogo, autor de livros religiosos, educacionais, existenciais e infantis, Rubem Alves (1933-2014), traz a reflexão para as adversidades que a vida traz e a resiliência com a qual somos capazes, de forma criativa e inclusiva, de transformar  realidades. Esta tem sido a aposta que a Assembleia Legislativa do Ceará, tendo à frente, o presidente, deputado Evandro Leitão (PDT), e a primeira-dama da Casa, Cristiane Leitão, ao abraçar projetos que permitem às pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e T21 (síndrome de Down) conquistarem sua autonomia.

Com esse propósito, foi criado em 2021, no momento em que ainda convivíamos com a pandemia da Covid-19, o Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi) da Alece, que acompanha crianças e adolescentes com TEA e T21. Devido a esse panorama, o atendimento passou a ser virtual, com a participação da equipe multidisciplinar do Ciadi e das famílias de crianças e adolescentes.

"Foi um grande desafio chegar à casa das pessoas, com informações para evitar que o tratamento fosse interrompido, considerando que a clientela necessita de atenção diária para o seu desenvolvimento", destaca Sáskya Vaz, coordenadora do Ciadi. Ela conta que a maioria dos pais abraçou a idéia, permitindo que o vínculo não se perdesse.  “Apesar de não haver inicialmente o atendimento presencial, a gente não delimitava tempo, que é da criança. As famílias por outro lado, também colaboravam, permanecendo juntas”, acentua.

Tratamento prioritário

Os dependentes dos servidores da Alece e de moradores das comunidades no entorno do Poder Legislativo constituem o público prioritário. As vagas são limitadas, com 70 crianças/adolescentes atendidos no momento. A coordenadora do Ciadi informa que os critérios para aceitação de quem procura pelos serviços é o número de vagas e a presença constante. “O tratamento é continuo e raramente se dá alta e, quando ocorre desligamento, é por iniciativa da família. Mas a gente percebe o esforço por parte da família e temos uma fila de espera de 500 crianças. Todos os dias chegam solicitações” quantifica.

O Ciadi conta com equipe multidisciplinar que atende a criança de acordo com as suas necessidades realizada por meio de avaliação feita por pediatras. Conforme Sáskya Vaz, quando a criança ingressa no programa, passa pelo serviço social, e, ao mesmo tempo, a família também, "que também passa a ter acompanhamento psicológico individual”, destaca.

Atendimento envolve também as famílias das crianças e adolescentes - Foto: Bia Medeiros

Ela aponta que caso o tratamento para cada criança fosse feito na rede particular, o custo viria em torno de R$ 6 mil mensais. “É caro porque tem acompanhamento multidisciplinar. As terapias são semanais e o acompanhamento é feito duas vezes por semana” justifica Sáskya. O  acompanhamento para os clientes realizado pelo Serviço Social é desenvolvido de forma  individual e em grupos.

De acordo com ela, o acompanhamento às famílias vem transformando a realidade delas. “Muitas mães que chegam ´sobrecarregadas´ de preocupações com o filho, após um período, apresentam-se mais seguras e fortalecidas", festeja.

Resultados positivos

Bráulio Costa Teixeira, enfermeiro e orientador de Célula do Ciadi, acompanha o trabalho terapêutico de crianças/adolescentes junto aos profissionais. “Cada criança  tem uma particularidade que é respeitada e, a partir disso, trabalhamos as suas habilidades, sejam elas motoras, cognitivas ou comportamentais. Todas  as questões são levadas em consideração e a gente monta um plano especificamente para isso”, explica.

Bráulio acrescenta que a cada semestre a equipe se reúne para definir as metas a serem desenvolvidas. “A gente trabalha com objetivos a curto, médio e longo prazo e em todos eles há a participação da família. Porque não adianta instituir um plano que a gente reconhece como ideal e a família não conseguir fazer aquilo. O processo terapêutico acontece em 20 horas semanais, mas o restante ocorre no contexto familiar”, acentua.

Saiba mais

Uma das iniciativas do Centro, o grupo de habilidades sociais de adolescentes com autismo, formado para contribuir com o desenvolvimento pessoal e social e a autonomia, completou um ano de atividades neste mês. Além do acompanhamento realizado, o Ciadi também tem promovido seminários e rodas de conversa, para sensibilizar e informar sobre o TEA e o T21. A ideia é contribuir para a desconstrução dos preconceitos, a ampliação do conhecimento e a maior integração na sociedade.

Atividades são conduzidas por diversos profissionais - Foto: Bia Medeiros

A equipe do Ciadi é formada por 40 profissionais, reunindo psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas, enfermeiros, educador físico, fisioterapeutas, nutricionistas, psiquiatra, homeopatas e neuropediatra. Há receita de medicamentos a convencional e a homeopata. Os processos terapêuticos convencionais acontecem de segunda a quinta-feira e às sextas há reuniões de avaliação da equipe para tratar das metas.

Serviço

O Ciadi funciona de segunda a sexta de 8 horas às 12 horas e de 13h30min às 17h30min,na Avenida Pontes Vieira, nº 2300, no Anexo III da Alece (Edifício Deputado Francisco das Chagas Albuquerque, bairro Dionísio Torres, Fortaleza). Mais informações pelo telefone (85) 3277.2580 

Edição: Salomão de Castro

 

Núcleo de Comunicação Interna da Alece

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