Coordenadoria de Comunicação Social

Seminário debate políticas preventivas no combate à violência

Por ALECE
11/11/2019 16:53 | Atualizado há 2 anos

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Seminário prossegue até a próxima quinta-feira (14/11) Seminário prossegue até a próxima quinta-feira (14/11) - Foto: Edson Júnior Pio

O Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência da Assembleia Legislativa do Ceará promoveu, na manhã desta segunda-feira (11/11), o seminário Cada Vida Importa, no teatro Marcus Miranda, do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ).

O deputado Renato Roseno (Psol), relator do comitê, reforçou a necessidade de políticas públicas preventivas de combate à violência contra os jovens. Ele apontou  a importância de financiamento e a conscientização da sociedade quanto à importância desse tipo de política, como desafios para a sua efetividade.  O tema do seminário, "Cada Vida Importa", faz referência à chacina ocorrida no bairro Messejana, em 2015, onde 12 pessoas foram assassinadas e destas, nove tinham menos de 19 anos de idade.

Renato Roseno explicou que um dos objetivos “é respeitar a memória desses jovens,  porque esse tipo de violência não pode ser banalizada”. Outro é afirmar a esperança de vida. "É só quando vemos esses jovens como eles estão aqui hoje, fazendo arte e cultura, é que percebemos a importância das políticas públicas preventivas, e de fazer com que cheguem a essa juventude”, acrescentou.

O parlamentar informou que 829 adolescentes foram assassinados em 2018 no Ceará, e que houve um aumento significativo na mortalidade de garotas. considerou que a prevenção da violência começa no local. “Daí a importância da participação dos governos locais nesse combate.” Roseno lembrou ainda que essas mortes ocorrem em locais específicos, em corpos específicos (negros, pobres), pela ausência de saúde, educação, lazer e cultura.

A pesquisadora e mestranda em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos, Izabel Accioly, uma das convidadas do primeiro painel do dia, contou a experiência dela com a pesquisa sobre as populações carcerárias. Para Izabel, “o melhor do presídio são as pessoas, e elas tem muitas histórias em comum com muitos de nós”.

Izabel observou também que é a falta de empatia que não permite olhar para o outro e percebê-lo como um igual. “Na minha pesquisa, descobri que os presidiários escrevem, fazem zines, tem subjetividade, saudades da mulher e dos filhos, e que quando terminam de cumprir suas penas precisam sair e ter acesso a trabalho, como todo mundo”, pontuou.

O estudante do curso de Artes Visuais do CCBJ, Leonardo Alves, disse que o que instiga os estudantes a participarem dos cursos e oficinas promovidos pelo equipamento é a possibilidade de denunciar a realidade que vive o jovem morador da periferia.

“Mesmo sem incentivo, sem bolsa, a gente se organiza para realizar nosso projeto do curso, pois é de grande importância para nós, no sentido de dar visibilidade a nossa realidade”, afirmou.

O Seminário Cada Vida Importa é realizado em alusão à segunda Semana Estadual de Prevenção aos Homicídios de Jovens no Ceará, e a programação  segue até a próxima quinta-feira (14/11), com a realização painéis, palestras, exibições de curtas, oficinas e saraus.

O Comitê é uma iniciativa conjunta da Assembleia Legislativa, Governo do Estado do Ceará e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

(Da Agência de Notícias da AL-CE)

 

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