Fonoaudióloga alerta sobre uso inadequado dos fones de ouvido
Por ALECE02/09/2020 15:13
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Os fones de ouvido fazem parte do cotidiano da população brasileira. Seja para escutar uma música, assistir vídeos online ou participar de reuniões virtuais, o acessório tornou-se um aliado, mas seu uso necessita de cuidados para evitar danos à audição. A fonoaudióloga do Departamento de Saúde e Assistência Social da Assembleia Legislativa do Ceará (DSAS), Valéria Cavalcante Menezes, alerta que o limite seguro de som contínuo para o ouvido é de 80 decibéis e defende que os fones e outros aparelhos sonoros sejam usados com o volume até a metade para evitar prejuízos à audição.
''Uma pessoa que usa o fone de ouvido de forma recreativa como lazer provavelmente não terá uma perda auditiva se utilizá-lo de forma correta. Uma perda auditiva para ser desencadeada pelo uso de fone tem algumas especificidades, pois, para além de fatores genéticos, o indivíduo teria que ficar exposto a um ruído acima de 85 decibéis diariamente por pelo menos cinco horas por dia durante alguns anos para desenvolver o que chamamos de perda auditiva por ruído'', esclarece a fonoaudióloga.
A profissional orienta que o volume correto para não causar dano a audição é que aquele que fica na metade do volume máximo do equipamento. Se a pessoa não tiver como mensurar isso, de acordo com ela, basta colocar o som numa determinada altura em que ele consiga ouvir sua música e também os sons ao seu redor, a buzina de um carro ou a campainha tocando. "Se durante o uso do fone ele sentir uma sensação como se estivesse numa caixa acústica, sem saber o que acontece à sua volta, o volume está acima do permitido'', afirma Valéria Cavalcante.
Pesquisa
Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de um bilhão de jovens no mundo correm o risco de desenvolver problemas de audição diante da exposição prolongada e excessiva a sons em volume alto, principalmente por meio dos fones de ouvido.
Dentre os diversos modelos de fone de ouvido, o circumaural, que envolve toda a orelha, é o considerado melhor, pois ajuda a isolar bem o som externo, permitindo melhor qualidade de som e evitando, assim, que o usuário aumente o volume. "Mas as pessoas costumam utilizar o modelo auricular, que não bloqueia a entrada dos sons do ambiente, o que contribui para que as pessoas aumentem o volume do aparelho, o que não é indicado'', alerta a profissional.
Em relação ao modelo headset adotado em muitas empresas de call center e vendas, a recomendação é fazer a troca de orelha para que a audição descanse e o nervo auditivo não fique tão fadigado devido ao excesso de estímulos sonoros.
A fonoaudióloga do DSAS, Valéria Cavalcante Menezes, afirma que os principais sintomas de perda auditiva são zumbidos no ouvido e baixa auditiva - este último na maioria das vezes é transitório por conta da fadiga do nervo. ''Quando você faz um repouso acústico, em 72 horas sua audição volta ao normal. Caso não aconteça, é porque já começou a se instalar uma perda auditiva e você deve procurar o otorrinolaringologista. A perda auditiva é difícil de se instalar, mas quando ocorre, na maioria dos casos é irreversível", pontua.
JB
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