Webinar discute perspectiva sistêmica diante do comportamento suicida
Por ALECE21/09/2021 21:07
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A Célula de Qualificação dos Servidores, da Escola Superior do Parlamento Cearense (Unipace) realizou, nesta terça-feira (21/09), Webinar sobre o tema “A Perspectiva Sistêmica Diante do Comportamento Suicida". A atividade integra a programação do Setembro Amarelo, realizada pela Assembleia Legislativa do Ceará. A palestrante foi Simone Arrojo, que desde 2009 é facilitadora e docente em Constelação Familiar, pela Escola Alemã de Bert e Sophie Hellinger, Hellinger Schule.
Simone Arrojo revelou que o primeiro passo de gratidão se conecta com o divino. E quem não se conecta, não enxerga motivação para mais nada. “Todos nós já passamos desafios e vamos passar por outros. A constelação nada tem a ver com religião, mas abarca tudo que é essencial. No oriente se medita mais e no ocidente se reza mais”, definiu.
No entender da expositora, a pessoa que quer se suicidar já perdeu a noção de vida e morte. “Só olha para morte como se a vida não incluísse a morte e a morte não incluísse a vida. É muito tênue a diferença entre vida e morte, e aceitar isso faz parte do nosso crescimento”, afirmou.
Simone Arrojo revelou que no livro “Conflito e paz” de Bert Hellinger, o autor procurou definir o que torna grande uma pessoa. “O que há de maior no ser humano é aquilo que o torna todos iguais. Tudo para mais ou para menos tira algo dessa grandeza. Quem pensa em suicídio se pensa inferior e excluída por nós humanos e pelo plano divino. Isso é desesperador”, avaliou.
A purificação dos sentidos, explicou a facilitadora, significa tirar o supérfluo da vida para que fique o essencial e definitivo, o que inclui ordem e amor. “Quando é perdido o contato com a dignidade de ser amado e de ser um valor para a sociedade e para Deus, e quando não se reconhece o próprio valor, muitas pessoas se suicidam”, afirmou.
Simone Arrojo informou que na purificação do espírito, os pensamentos ficam de fora. Quando não estão purificados, os pensamentos atrapalham. “Quando conseguimos purificar os nossos pensamentos e não entrar em contato com coisas que não purificam a nossa alma, não vamos ter dificuldade de sair dos problemas que vamos enfrentar. A forma como enfrentamos é que faz uma grande diferença”, pontuou.
Meditação
Durante a exposição, Simone Arrojo também conduziu uma meditação com os participantes. Ela pediu para que todos refletissem se pensam mais sobre a vida ou sobre a morte. “Se a gente não está presente, as coisas acontecem e não se sabe nem de onde veio. Estou aqui e isso é tudo. Mas será que você está mais no mundo dos vivos ou no mundo dos mortos?", questionou. A morte, segundo ela, pode ser uma separação ou uma mudança de casa. “A vida é impermanente. A vida e a morte estão juntas”, pontuou.
Após a meditação ela abordou dados sobre os suicídios no mundo. “A forma como a pessoa escolhe se suicidar dá muitos indícios do problema. “Não havia formas visíveis para o suicida de sair de um trauma. O que não foi trabalhado no sentido de ser transcendido, fica. O que devemos deixar para filhos e netos é a gente trabalhar nossos traumas, para que as próximas gerações possam olhar e superar”, defendeu.
A expositora observou que há muitas pessoas com suicidas na família e ninguém toca mais no assunto. “As pessoas têm medo de falar que aquela pessoa existiu, como se excluíssem os mortos. Há uma moral que não busca solução, mas que condena. Deixa a pessoa excluída e solitária, e a pessoa quer mesmo morrer. Se a pessoa não tem uma escuta de alguém próximo, deve buscar ajuda profissional e não ficar sozinho. Tudo que não pode ser compartilhado vai causar problemas”, asseverou.
Simone Arrojo afirmou que tudo na vida é amor. “Estamos saindo da Era de Peixes para a Era de Aquário, e começando a entender o que é o amor. Mas as pessoas não conseguem colocar ordem para que o amor flua. Todo suicídio tem a ver com alguma desordem. São desordens do sistema familiar”, considerou.
No plano físico, a vida começa com a mãe e o pai, disse a expositora. Assim, quando a gente cobra algo dos pais, está se dizendo que os pais são pequenos. “Há aqui uma desordem e não agradecemos o que os nossos pais nos deram. Esse é a principal ordem que temos de vivenciar dentro de nós. A gente só tem o que merece e precisa reconhecer isso para o crescimento. É assim como o plano espiritual age com a gente”, frisou.
Dimensões
O Webinar foi promovido dentro das ações do Setembro Amarelo realizadas no Poder Legislativo. As atividades estão a cargo dos Núcleos de Saúde Mental, de Práticas Sistêmicas Restaurativas e de Mediação e Gestão de Conflitos, do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) e da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental e Combate à Depressão e ao Suicídio.
A primeira-dama do Poder Legislativo, Cristiane Leitão, disse que o Webinar foi escolhido com muito carinho para trazer uma fala sistêmica, por meio da consteladora Simone Arrojo, que, no seu entender, faz um trabalho “com muita competência e experiência” em São Paulo. Ela apontou como valiosas as informações de como tratar as questões da depressão e do suicídio. “É uma luz para os nossos entendimentos e nossa alma, com a entrega de uma ferramenta de cura, porque depressão e suicídio trazem dores sobre isso. Precisamos compreender tudo que acontece em nosso sistema familiar", defendeu.
Ela destacou que os servidores da Assembleia estão aderindo, gostando e aprendendo sobre a constelação sistêmica. “Estamos procurando fazer ações integradas e colhendo frutos. Muitos servidores estão participando deste movimento e descobrindo o quanto isso é importante. Acredito que assim vamos transformar uma sociedade melhor. Sou só gratidão por Simone Arrojo ter aceitado o nosso convite. Acredito que há um campo se abrindo para as constelações sistêmicas”, afirmou.
A deputada estadual Érika Amorim (PSD), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental, parabenizou, o envolvimento de Cristiane Leitão com a temática, “trazendo um olhar sistêmico, acolhedor e dinâmico para a Assembleia Legislativa e também os núcleos de Práticas Sistêmicas e Restaurativas e de Saúde Mental, que têm um bom trabalho junto aos servidores”. Ao mesmo tempo, a deputada também destacou o papel do presidente do Poder Legislativo, deputado Evandro Leitão (PDT), “que tornou todo este trabalho possível”.
A coordenadora da Célula de Qualificação Dos Servidores, Norma David, elogiou a atividade. "É importante falar sobre o suicídio, apesar de ser um tema doloroso, que não pode ser considerado tabu. Além disso, a Assembleia aderiu a essa campanha, que realiza várias atividades ao longo do mês'', asseverou.
JS
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