Webinar aborda saúde mental da mulher durante a pandemia
Por ALECE30/03/2021 21:07 | Atualizado há 1 ano
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O Webinar “Saúde mental da mulher em tempo de pandemia” foi apresentado pela Escola Superior do Parlamento Cearense (Unipace), por meio da Célula de Qualificação dos Servidores, nesta terça-feira (30/03). A exposição foi desenvolvida pela mestre em Psicologia Clínica, especialista em Psicodrama e integrante do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) da Assembleia Legislativa do Ceará, Isabel Martins Coelho. O evento transmitido por meio da plataforma Zoom, exclusivamente para o corpo de servidores do Poder Legislativo e convidados. Cerca de 125 pessoas participaram da iniciativa.
Isabel Martins observou que o trabalho profissional foi uma conquista das mulheres. Só que para além dessa atividade, ao retornar para o lar, outras tarefas se apresentam, o que torna a rotina feminina muito estafante, na maioria das vezes. “Saímos da esfera do privado e fomos para o público e ainda fazendo grandes exigências a nós mesmas”, afirmou. Ainda no seu entendimento, a autocobrança é muito grande, gerando uma certa dose de ansiedade. “É a mulher que cuida”, avaliou Isabel Martins em referência ao que prevalece no senso comum da sociedade. De acordo com a expositora, o amor materno é uma construção social.
Com a sua experiência profissional, Isabel Martins disse perceber que as pessoas estão muito adoecidas, por conta da pandemia. “A gente tinha uma vida tão acelerada como se não fosse morrer. Ninguém parava para pensar em nada, nem no trabalho, nem nas relações de família. Porém, com a chegada da pandemia (do Coronavírus), chegou também o medo de morrer e todo mundo fala sobre isso, mas há também os negacionistas, como mecanismo de defesa”, diferenciou.
Pandemia leva a escolhas
A partir dessas modificações, disse a psicóloga, houve uma chamada para se observar o interior de cada um. Ela considerou que a pandemia trouxe esse olhar, e com isso se saiu do piloto automático e muitas vezes “coisinhas que iam para debaixo do tapete”, agora estão aparecendo, sendo registrado até crescimento no número de divórcios. “Estamos sendo chamadas para escolher como iremos olhar para a pandemia e para nossas escolhas diante de tudo. Vamos pegar esse limão e fazer uma limonada bem gostosa”, convidou.
No entender da psicóloga, diante da crise, houve a necessidade até de se aprender a respirar, ato que antes se fazia intuitivamente, sem que houvesse atenção com a forma correta de se praticar esse ato, quase sempre inconsciente. Ela salientou que a saúde mental não é a ausência de doença mas um estado de bem estar. Para isso, se faz necessário se observar como reagimos a cada situação. “Muitas vezes surgem doenças psicossomáticas por fatores sociais, como perda de emprego ou por questões pessoais, que não são enfrentadas da forma mais eficiente”, afirmou.
Um dos pontos levantados pela psicóloga é a resiliência, também conhecida como capacidade de enfrentar as questões pessoais e sociais sem adoecer, mesmo diante de situações difíceis. “Quando se aprende a ter um otimismo diante da vida, é mais fácil superar os problemas. Caso contrário, as pessoas vão adoecer e sentir mais fracas. O modelo de saúde mental se interliga com essas dimensões”, pontuou.
Saúde mental em evidência
A primeira dama da Assembleia, Cristiane Leitão, presente ao evento durante a abertura, observou que fica “maravilhada” com os temas abordados e a qualidade dos profissionais que desenvolvem a atividade. “Trago também uma palavra, porque esta é a primeira ação do Núcleo de Saúde Mental do Departamento de Saúde e Assistência Social do Poder Legislativo”, explicou. Ela lembrou que no dia 22 de março foi inaugurado o serviço de Telessaúde, com atendimento psicológico para os servidores da Casa, através de ligação telefônica, “para melhor atender” o público interno – ou seja, os servidores do Poder Legislativo.
O evento tem transmissão online ao vivo, sempre às terças-feiras, a partir das 16 horas. Os temas do Webinar são diversificados e sugeridos pelos próprios servidores, para levar informação e manter a interação dos colegas durante o período de isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19.
A coordenadora da Célula de Qualificação dos Servidores, Norma David, destaca que o tema foi escolhido pela grande carga emocional “peculiar ao universo feminino”, principalmente em tempo de pandemia. “Há muitas doenças que incomodam muito a mulher, que trazem prejuízos no lado pessoal e também e no lado emocional, ocasionando depressão, ansiedade e grande carga de trabalho, tendo em vista que agora a mulher passa mais tempo em casa, por conta do isolamento social”, afirmou. Ela lembrou que a apresentação fecha o mês de março, dedicado às mulheres.
JS
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