Malce - Memorial Pontes Neto

Relação entre Fortaleza e AL é lembrada nos 294 anos da capital cearense

Por ALECE
13/04/2020 15:28

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Palácio Senador Alencar, onde a Assembleia funcionou entre 1871 e 1977 Palácio Senador Alencar, onde a Assembleia funcionou entre 1871 e 1977 - Foto: Divulgação/ site Fortaleza em Fotos (original: jornal O Nordeste)

A capital do Ceará, Fortaleza, completa 294 anos nesta segunda-feira (13 de abril de 2020). A trajetória da metrópole, a caminho do seu tricentenário, guarda forte relação com a história da Assembleia Legislativa do Ceará, ao longo de momentos variados, incluindo inclusive a eleição de prefeitos e prefeitas egressos dos quadros do parlamento estadual.

O presidente do Memorial Deputado Pontes Neto (Malce) da Assembleia Legislativa, ex-deputado estadual Osmar Diógenes, destaca que a data marca um momento especial para a cidade de Fortaleza, haja vista que se comemora o aniversário da sua fundação. "É a nossa loura desposada do sol", acentua o ex-parlamentar, destacando que a elevação de Fortaleza à condição de capital do Ceará iniciou um vínculo definitivo da cidade com o Poder Legislativo Estadual.

Fortaleza foi fundada no dia 13 de abril de 1726, em torno do riacho Pajeú. Sua elevação à condição de cidade ocorreu apenas em 1823, mas seu povoado original teve origem no século XVII. A corte portuguesa queria estabelecer no local um forte que servisse para defender a região contra estrangeiros e que facilitasse o contato com a atual região Norte do Brasil.

Durante o período colonial, o domínio português no Ceará foi interrompido em dois momentos pelos holandeses: em 1637, quando conquistaram o forte de São Sebastião, localizado às margens do Rio Ceará, e em 1649, com a construção do Forte de Schoonemborch, que seria rebatizado de Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção, dando origem ao nome da cidade.

Com o retorno do domínio português, em 1699, foi criada a vila de Fortaleza, que permaneceu sem expressão política e econômica por mais de um século. No final do século XVIII, a produção e comércio de algodão foram os pilares da economia cearense, favorecendo o seu desenvolvimento comercial e político, criando as condições necessárias para a separação de Pernambuco, em 1799.

No final do século XIX, a cidade já dava sinais de desenvolvimento avançado, com a inauguração de diversas estradas, espaços culturais, hospitais e uma boa base de estrutura administrativa. Tudo isso, agregado à beleza natural de suas 15 praias, distribuídas por 34 quilômetros, contribuiu para que Fortaleza se transformasse em um dos principais destinos turísticos do Brasil.

Da Assembleia à prefeitura de Fortaleza

Parte expressiva da história de Fortaleza se confunde com a do Poder Legislativo Estadual, que se sediou na cidade, em 7 de abril de 1835. Naquele dia, o senador José Martiniano de Alencar, que ocupava a presidência da Província do Ceará, abria os trabalhos da primeira sessão do Poder Legislativo cearense, com sede localizada próxima à Praça da Sé, no Centro da cidade. Cumpria-se naquele momento o Ato Adicional assinado pela Regência em 1834, que criou as Assembleias Legislativas Provinciais.

Osmar Diógenes destaca o forte vínculo político entre a capital e o parlamento estadual. "Quando a nossa Assembleia provincial foi instalada, o Poder Legislativo transformou-se em presença permanente na história da cidade, tendo, inclusive, por ela passado muitos dos seus prefeitos”, destaca o presidente do Memorial, em referência a deputados e deputadas estaduais que posteriormente foram eleitos para comandar a Prefeitura de Fortaleza.

Os laços do Legislativo Estadual com Fortaleza ficaram mais fortemente demonstrados após o início da Redemocratização do país, na década de 1980. O então deputado estadual Barros Pinho (PMDB), escritor, membro da Academia Cearense de Letras e ex-vereador da capital, foi o último nomeado pelo governador Gonzaga Mota (PMDB) a ocupar a cadeira de prefeito da cidade, em 1985. A partir daí, estavam abandonados os atos de nomeações dos prefeitos pelos governos estaduais, dando claros sinais dos avanços da redemocratização do país.

No mesmo ano, se elegeu pelo voto popular a também deputada estadual Maria Luiza Fontenele (PT). Ela foi a primeira mulher eleita prefeita de Fortaleza, sendo sua vitória considerada um fenômeno em todo o país. Encerrada a gestão de Maria Luíza, chegou ao Paço Municipal o então deputado estadual Ciro Gomes (PMDB), na eleição de 1988, após disputa com o colega de parlamento Edson Silva (PDT).

A cadeira do prefeito seria novamente ocupada por uma parlamentar estadual após a eleição de 2004, com a vitória da petista Luizianne Lins, reeleita em 2008. Em 2012, o então presidente da Assembleia Legislativa, Roberto Cláudio (PDT), deixou a Casa para assumir a chefia da Prefeitura da capital, sendo reeleito em 2016 para o atual mandato.

Osmar Diógenes destaca ainda que nomes ilustres com atuação na Assembleia, ao longo da trajetória do Poder Legislativo, dão nomes a diversas ruas e avenidas da capital, acentuando que é sempre viva a relação entre a Assembleia e a cidade de Fortaleza.

O ex-deputado destaca ainda que o programa “O Parlamento e sua História”, desenvolvido pelo Memorial Deputado Pontes Neto, trouxe à sede da Assembleia cerca de 8 mil alunos do ensino médio e fundamental para conhecer um pouco mais da vida do parlamento cearense, sendo a grande maioria dos visitantes formada por alunos de instituições da capital.

JS

 

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