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Quadro "Mulheres Conectadas" aborda questões relacionadas à convivência conjugal e familiar

Por Júlio Sonsol, com Rádio FM Assembleia
21/06/2024 08:33 | Atualizado há 4 meses

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Viviane Vale e Neyliane Onofre durante o programa Narcélio Limaverde Viviane Vale e Neyliane Onofre durante o programa Narcélio Limaverde - Foto: Júlio Sonsol/Núcleo de Comunicação Interna da Alece

Vida conjugal, comunicação, sexualidade e conexão. Estes foram os temas abordados nesta quinta-feira (20/06), durante o quadro "Mulheres Conectadas", do programa Narcélio Limaverde, da Rádio FM Assembleia. Para falar sobre esses assuntos, participaram Neyliane Onofre, a mestre em Psicologia, e Viviane Vale, master coach e secretária executiva do Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC) da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece).

A psicóloga informou que muitas pessoas por ela atendidas em seu consultório deveriam às vezes ler mais, compreender e ouvir. "As pessoas erram porque não sabem. Então, o conhecimento liberta você a fazer essas escolhas assertivas. A comunicação é a base de qualquer relacionamento, inclusive o conjugal. Mas muitas vezes percebo que as pessoas não entendem como comunicar as necessidades nas relações", explicou.

No entender de Neyliane, as relações mudam, no trabalho, com o ciclo da família, bem como um filho pequeno é diferente de outro, adolescente. "E muitas vezes as pessoas não vão se ajustando e vão se desconectando. A comunicação vem com um objetivo não de criticar, não de julgar, não de falar do outro e sim falar do problema" defendeu.

Tipos de comunicação

A psicóloga apontou três tipos de comunicação: a agressiva, a passiva e assertiva. Ela defendeu que em determinadas ocasiões, é necessário a pessoa se posicionar e usar a linguagem agressiva. "Mas deve ser 10% da comunicação", alertou. A comunicação passiva, em sua compreensão, é marcada por entendimento do tipo "deixa pra lá, eu quero ter paz e não ter razão". Mas assim, ponderou, pode resultar em adoecimento da relação. "Eu preciso colocar os pontos que não estão legais. E a comunicação assertiva tem de ser realizada. Você deve falar na primeira pessoa, usando expressões como 'eu percebo, eu acredito' , falar do problema e buscar a solução. E não criticar", defendeu.

A profissional explicou que amar não é um sentimento, é uma decisão. Mas, em muitos casos, a pessoa deixa de tentar ajustar a relação e falar de uma forma adequada. Com isso, vai distanciando e se desconectando. Neyliane recomendou que a ironia pode e deve ser evitada na comunicação. "A ironia é uma forma de julgar o outro, de menosprezar aquele sentimento ou aquela ação. Então, a comunicação é um dos maiores temas do meu consultório de terapia de casal", atestou.

Neyliane Onofre apontou que muitos problemas entre casais ocorrem devido à falta de comunicação. "Às vezes eu pego casais que chegam por conta de um problema de traição. Mas quando você vai analisar a relação, a desconexão começou antes, pela falta de ajuste e de diálogo", afirmou.

Em alguns casos, avisou, os casais se detém em conversas sobre os filhos e não falam mais sobre sonhos, projetos em comum,  necessidades de cada um e sobre o dia a dia. Na avaliação de Neyliane Onofre o amor inclui perceber, ver o outro e suas necessidades. "Com isso a gente precisa aprender a exercitar as linguagens do amor ", pontuou.

O que difere

Já para a secretária executiva do MMLC, Viviane Vale, a única coisa que difere um casamento de um relacionamento normal é o sexo. "Se a gente for parar para pensar as outras relações, a gente vai ter conversa, diálogo, até proximidade, abraço, carinho, mas o que difere um relacionamento comum de um casamento é o sexo", defendeu. Para ela, o sexo é básico em um relacionamento saudável.

A secretária executiva defendeu que precisa haver "uma quebra de gelo" para  tratar do sexo, e que a conversa deve ser feita em casa. "Porque se eu, como mãe, não falar sobre isso à minha filha ou meu filho, quem vai ensinar? Através de vídeos que não são nada saudáveis, com distorção de valores. Então, é um assunto que a gente tem que falar", considerou.

Ela informou que entre as mulheres que atende, há algumas que nunca chegaram ao orgasmo na vida. "Esse assunto é entre homem e mulher. Dentro de um relacionamento conjugal, a intimidade deve ser preservada e o assunto tratado entre eles. Mas, infelizmente, há casais que não conversam nem entre eles sobre isso", afirmou.

Na compreensão de Viviane Vale, é necessário falar sobre as preferências, o que é feito, e o que não é aceito. "Isso precisa ser conversado ou a gente vai experimentar anos de um convívio em um relacionamento onde as pessoas estão infelizes e insatisfeitas porque não tiveram a coragem de falar. E aí volta a comunicação. Nesse ponto eu sei que as mulheres têm uma travazinha. Não é tão fácil. É realmente é um assunto que é marcado de muito tabu, de muito mito e que leva ao afastamento de uma compreensão", alertou.

Viviane alertou ainda sobre a necessidade de discussão do assunto entre pais, mães e filhos. "Eu acho que não tem hora para se falar de sexo. Eu acho que sexo é um assunto que tem que estar na mesa desde a infância. Às vezes as pessoas me perguntam quando é a hora que eu tenho que falar de sexo com meu filho. Eu digo: desde sempre", completou.

Edição: Salomão de Castro

 

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