Departamento de Saúde e Assistência Social

Projeto Florescer debate os desafios da alimentação de crianças atípicas

Por Julyana Brasileiro
01/07/2025 16:32 | Atualizado há 10 horas

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Encontro teve palestra, dinâmica sensorial e momento de degustação com receitas Encontro teve palestra, dinâmica sensorial e momento de degustação com receitas - Foto: Érika Fonseca

O projeto Florescer, iniciativa do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) da Alece, promoveu nesta terça-feira (01/07), mais um encontro com famílias de pacientes atípicos atendidos pelo departamento. Mães e profissionais do DSAS se reuniram para falar sobre um tema que, para muitas famílias, é um desafio diário e carregado de sentimentos: a alimentação de crianças atípicas.

A  nutricionista do DSAS, Lia Borba, abordou os desafios na alimentação desse público específico e frisou que frequentemente ele apresenta seletividade alimentar, com preferências por certos alimentos e resistência a novos sabores, texturas ou cores devido a fatores sensoriais ou dificuldades motoras.

“O consumo excessivo de ultraprocessados e açúcar interfere diretamente no comportamento dessas crianças e temos também a seletividade alimentar que é bastante frequente nesse grupo. Tentamos estratégias, conversamos com as famílias para diminuir essa seletividade alimentar”, explicou. 

Segundo ela, a alimentação tem papel central no desenvolvimento físico, emocional e cognitivo da criança. Para crianças atípicas, esse cuidado deve ser ainda mais atento, respeitando suas particularidades e buscando estratégias que unam nutrição adequada, prazer alimentar e bem-estar sensorial.

"A dieta mediterrânea pode ser uma excelente referência, porque é rica em alimentos naturais, anti-inflamatórios e nutritivos e contribui para o desenvolvimento cerebral, regulação intestinal, controle de inflamações e melhora do comportamento'', indicou. 

Patrícia Mara, mãe do Francisco Miguel, que tem 9 anos e autismo, afirma que se sentar à mesa junto ao filho é uma dificuldade diária devido a sua recusa por diversos alimentos. 

Foto: Érika Fonseca

“É a segunda vez que participo do projeto Florescer e esse tema em si veio como um socorro porque Miguel recusa os alimentos, tem ânsia de vômito, basicamente consome arroz, uns três tipos de frutas, sucos, ovo sem a gema. Por mais que eu incentive, é um processo difícil e trouxe ele aqui para entender que precisa acrescentar novos alimentos na sua rotina”. 

Encontros para lidar com a rotina

De acordo com Edinira Borges, orientadora da Célula de Serviço Social do DSAS, a cada novo encontro a célula traz um tema pertinente que aflige as mães atípicas para que elas possam lidar melhor com as dificuldades da rotina.  

“Os desafios na alimentação dessas crianças é um desafio, porque a seletividade alimentar faz parte dos quadros do transtorno do espectro autista. No DSAS, temos a Célula de Nutrição que tem profissionais especializados em seletividade alimentar e neuronutrição e trouxemos esse momento para ajudar as mães, tirar dúvidas. O projeto Florescer é um local onde elas encontram apoio”, detalhou. 

Além da  palestra, o encontro desta terça-feira contou com dinâmica sensorial e momento de degustação com receitas saudáveis.

Adriana da Silva, mãe do Adriel de 5 anos, que tem TEA, destacou que os encontros do projeto Florescer fazem parte de sua rotina desde o ano passado. Para ela, poder se reunir com mães que vivenciam as mesmas dificuldades da maternidade atípica é uma oportunidade de apoio mútuo. 

Foto: Érika Fonseca

“No Projeto Florescer tenho esse contato com outras mães atípicas e também com as profissionais do Departamento de Saúde que nos oferecem todo o suporte, consulta, encaminhamentos para os profissionais. Aqui me sinto acolhida e, juntas, aprendemos a lidar com os desafios do dia a dia”. 

Projeto Florescer

O Florescer é  uma iniciativa da Célula de Serviço Social do DSAS e tem por finalidade auxiliar mães atípicas, colaborando para a elevação da autoestima e superação do sentimento de desamparo na rotina de cuidados de seus filhos.

O grupo conta com palestras, atividades interativas e a troca de experiências a partir de encontros que acontecem uma vez por mês no Auditório Lucila Bonfim, localizado no 2º andar do Anexo III da Casa. 

 

Edição: Samaisa dos Anjos

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