Assalce

"Política Cor-de-Rosa" debate ações sobre Fibromialgia

Por Narla Lopes
09/05/2023 17:42 | Atualizado há 1 semana

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Deputada Dra. Silvana durante atividade - Foto: Paulo Rocha Deputada Dra. Silvana durante atividade - Foto: Paulo Rocha - Foto: Paulo Rocha

O projeto “Política Cor-de-Rosa” realizou, nesta terça-feira (09/05), no auditório 3 do Complexo de Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa do Ceará, o seu segundo encontro de 2023. O tema da roda de conversa, promovida pela Associação dos Servidores da Assembleia (Assalce), foi "Fibromialgia - Políticas Públicas e Qualidade de Vida". De difícil diagnóstico, a síndrome é uma doença crônica que causa dores em todo o corpo e afeta principalmente as mulheres. A atividade integrou as ações da semana da Fibromialgia, promovida na Alece.

O encontro contou com a presença da médica e deputada estadual Dra. Silvana (PL), do médico e deputado federal Jaziel Pereira (PL), do médico anestesiologista e terapeuta da dor Túlio Osterne, e do presidente da Assalce, Luis Edson Sales. A primeira-dama da Alece, Cristiane Leitão, foi representada por Tamires Guimarães, do Comitê de Responsabilidade Social e orientadora da Célula de Saúde e Segurança do Trabalho, e por Amanda Mello, da Célula de Articulação e Fomento à Cidadania. Também estiveram presentes representantes da Associação Ordem e Liberdade do Ceará (Ascol), do Ambulatório da Dor da Universidade de Fortaleza (Unifor) e do Grupo Mulheres Conservadoras.

Na oportunidade, os participantes discutiram a importância de serviços públicos de saúde e atenção com ações efetivas para a melhoria da qualidade de vida dos portadores da Fibromialgia, bem como os desafios enfrentados por aqueles que sofrem com a síndrome. Uma doença crônica caracterizada por se disseminar por várias partes do corpo e provocar fadiga, distúrbios de sono e, em alguns casos, episódios depressivos. Além disso, a doença ainda é muito incompreendida e estigmatizada, o que pode gerar preconceito e dificuldades para quem sofre com ela.

Testemunho pessoal

A deputada Dra. Silvana revelou ter passado por um longo processo até receber o diagnóstico correto de Fibromialgia, apesar de estar há 30 anos no exercício da Medicina. Ela ainda compartilhou que sentiu muita vergonha de ter a doença, lembrando que, na Universidade Federal do Ceará (UFC), um respeitado reumatologista chegou a dizer que a doença era "coisa de mulher mal amada que procura apenas atenção”. 

Além disso, a deputada mencionou que, em um determinado momento, ficou afastada por quatro meses com um diagnóstico equivocado de outra doença antes de finalmente ser diagnosticada. "Às vezes o médico diz uma palavra e não sabe o peso que aquilo provoca", destacou a deputada, acrescentando que tudo que um paciente que tem Fibromialgia quer é que as pessoas acreditem. “Porque ela não é uma doença do nosso psicológico, ela é muito real”, asseverou.

O deputado federal Jaziel Pereira ressaltou seu compromisso com a luta contra a fibromialgia, tendo apresentado dois projetos de lei na Câmara dos Deputados. Um deles institui o Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia (12 de maio) e o outro busca incluir no rol das doenças que asseguram a seus portadores a dispensa do cumprimento de período de carência para usufruir dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. “A Bíblia diz que quando homem e mulher se unem, tornam-se uma só carne. Se minha esposa (Dra. Silvana) sente dor, eu também sinto. Observando o sofrimento dela e de tantas outras pessoas que enfrentam a mesma dificuldade, resolvi caminhar nessa direção de dar uma proteção para todos os portadores”, pontuou. 

Encontro reuniu servidoras da Alece e representantes da sociedade civil - Foto: Paulo Rocha

Durante o encontro, o médico Túlio Osterne ressaltou que embora haja uma prevalência maior da Fibromialgia entre as mulheres, a doença não é exclusiva do sexo feminino. Estima-se que a proporção possa ser de 1 para 9, mas essa questão ainda não está nítida, pois historicamente as mulheres tendem a buscar assistência médica com mais frequência e a cuidar melhor da saúde, o que pode influenciar nos números.

Túlio Osterne explicou que a Fibromialgia tem ganhado destaque devido à sociedade atual, que impõe uma grande variedade de conflitos, estresse e problemas. Essa situação pode levar alguns pacientes a uma resposta corporal desfavorável, que pode estar associada a dor, insônia, dificuldade de concentração, fadiga, dor migratória, cefaleia persistente e dor pélvica crônica.

Ele ressaltou que a Fibromialgia é uma doença de difícil diagnóstico, pois os sintomas não correspondem a sinais mensuráveis, como a pressão arterial. Não há equipamentos capazes de quantificar a angústia e a dor persistente associadas à doença, o que torna a permanência da dor sem uma explicação anatômica plausível um sinal de alerta para procurar um serviço especializado.

Alece terá Núcleo especializado 

Durante o encontro, o presidente da Assalce, Luis Edson Sales, anunciou a inauguração do Núcleo de Atendimento à Pessoas com Fibromialgia (NAPF), nesta segunda-feira (15/05), que funcionará no Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS), dentro da Célula de Clínica Médica. O atendimento inicial será voltado para os servidores da Assembleia e seus dependentes, bem como os parlamentares e seus dependentes. Posteriormente, o atendimento será aberto à comunidade do entorno.

Luis Edson Sales anunciou a inauguração do Núcleo de Atendimento à Pessoas com Fibromialgia nesta segunda-feira (15/05) - Foto: Paulo Rocha

"Estamos muito satisfeitos em ver que uma ideia que começou na Associação ganhou força aqui na Casa, e a Dra. Silvana também abraçou a causa. Estamos somando forças para oferecer atendimento a quem precisa", destacou Luis Edson, também diretor do DSAS.

Saiba mais

A iniciativa, que nasceu a partir de uma ideia compartilhada por Luis Edson Sales, presidente da Assalce e diretor do DSAS, juntamente com Virgínia Bastos, assessora de Marketing e Comunicação da Associação, tem o objetivo de promover rodas de conversas entre deputadas estaduais, gestoras e servidoras do Poder Legislativo, juntamente com mulheres representantes da sociedade civil. Estimulando assim, o protagonismo feminino e proporcionando um espaço de diálogo entre homens e mulheres, as participantes podem ouvir e questionar parlamentares da Casa Legislativa e trocar informações sobre diversos temas, contribuindo para a produção de leis mais eficazes e benéficas para a sociedade como um todo.

Edição: Salomão de Castro

 

Núcleo de Comunicação Interna da Alece

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