Outubro Rosa: prevenção do câncer de mama é tema de Webinar
Por ALECE05/10/2021 20:11
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A Escola Superior do Parlamento Cearense (Unipace), por meio da Célula de Qualificação dos Servidores, realizou, nesta terça-feira (05/10), Webinar com o tema ''Saúde da Mulher: Prevenção do Câncer de Mama”. A atividade integra as ações da Célula de Clínica Médica do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) da Assembleia Legislativa, e teve a participação dos médicos Túlio Osterne, orientador da Célula Médica do DSAS e Flávio Ximenes, médico mastologista do departamento.
A palestra foi apresentada por Elvis Barbosa, médico coordenador da Residência de Mastologia do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), membro da Comissão de Oncoplastia da Sociedade Brasileira de Mastologia, Fellow em Cirurgia Plástica e Reconstrutora da Mama pelo Instituto Europeu de Oncologia - Milão (Itália). O evento faz parte das atividades da Campanha Outubro Rosa de prevenção ao câncer de mama da Assembleia Legislativa.
Túlio Osterne, durante a abertura disse que é bem relevante a realização de atividades que levem a conscientização sobre o câncer de mama. “Deveria ser, além de outubro, o Ano Rosa”. Ele considerou que as patologias mamárias devem ter o combate diário. “Em sua plenitude, a mama feminina sempre se referiu a feminilidade e a maternidade. As mamas exercem um grande poder na construção da autoestima feminina. Mesmo com a cura da doença, há o trauma da perda”, avisou.
Flávio Ximenes disse que Elvis Barbosa é um profissional brilhante e com uma boa bagagem. “Ele traz uma aula sobre um tema instigante e necessário. Vale destacar que além dos equipamentos para os diagnósticos e informações é muito grande. “A informação e fundamental”, ressaltou
MAMOGRAFIA
Elvis Barbosa disse que o câncer de mama é 100 vezes mais comum na mulher do que no homem. Para o diagnóstico, ele salientou que a mamografia é o exame que consegue detectar o câncer na forma mais primária possível e quando identificado neste estágio, há 90 a 95% de tratamento eficaz. “É um exame de excelência para o rastreamento indicado para pacientes sem nenhum sintoma”.
Conforme informou Elvis Barbosa, todo câncer, de uma maneira geral, é derivado de uma mutação genética. Após a mutação pode ser desenvolvido um tumor ou um câncer, de natureza genética ou hereditária. “O câncer hereditário é aquele que o paciente já nasce com a mutação. Enquanto não hereditário, há uma mutação genética, para que haja o desenvolvimento. Somente 5 a 10 por cento são hereditários”, revelou.
Do ponto de vista epidemiológico, explicou o médico, o Instituto Nacional do Câncer apresenta pesquisas sobre a incidência da doença. Em 2019, segundo ele, foram 59.700 casos novos. Para 2020-22, são previstos 66.280 casos novos a cada ano. No Ceará serão 2.510 casos por ano, diagnosticados, no período. “Uma em cada nove mulheres vai desenvolver o câncer. São 16 mil mortes por ano, com curva de mortalidade crescente. O câncer de mama ainda está sendo diagnosticado muito tardiamente. Há dificuldade de acesso ao especialista e a mamografia, que é simples e barata”.
O especialista informou que a mamografia, quando realizada anualmente, reduz a mortalidade em 30%. Ele esclareceu que nenhum outro exame tem um resultado tão positivo, mas no Brasil não se consegue alcançar toda a população por causa das dificuldades no acesso aos especialistas e aos exames. Ele acentuou que há médicos que defendem que a mamografia, por ter irradiação, não deveria ser feita. “Mas a irradiação é mínima e isso não deve ser levado em consideração”, avisou.
A idade, disse Elvis Barbosa é outro fator de risco. Quanto mais se avança na idade, maior é o risco. “A história familiar com casos de câncer coloca a pessoa em um patamar de alto risco. Isso pode ser desde mutação hereditária herdada ou hábitos de vida praticados no seio familiar. Mulheres que não amamentaram, ou tiveram filho após 30 anos também estão em grupo de risco. Quanto maior o número de filhos e mais tempo amamentando, mais proteção ela vai ter. Álcool, o tabagismo, anticoncepcionais e reposição hormonal também são fatores de risco porque são lesivos ao DNA.
O médico asseverou que nos dias de hoje as mulheres usam anticoncepcionais da adolescência até a vida adulta. Por isso, esse hábito faz com que a doença apareça em mulheres cada vez mais jovens. Também é considerado fator de risco uma dieta rica em carne vermelha, gordura animal, pobre em fibras vegetais. Ele esclareceu que a obesidade após a menopausa predispõe ao câncer de mama. “Daí a importância de cuidar da dieta e das atividades físicas, desde jovem, para não chegar a idade avançada com neoplasias.
Também são riscos para a saúde as substâncias derivadas do petróleo, que tem características cancerígenas, usadas em depósitos de alimentos e mamadeiras de crianças.
Uma das causas que favoreceu o combate ao câncer de mama, de acordo com Elvis Barbosa, foi a atriz Angelina Jolie ter exposto o seu caso pessoal, quando descobriu que tinha mutação genética igual a sua mãe, e a artista, antes de ter o câncer de mama, retirou as mamas e os ovários. “Isso deu uma ajuda gigantesca nas cirurgias preventivas”.
Elvis Barbosa recomendou que as pacientes que tiveram câncer de mama devem fazer prevenção terciária. Segundo ele, as cirurgias preventivas devem ser realizadas com muito cuidado, porque podem acontecer complicações. Por isso, as pacientes devem ser bem esclarecidas.
O médico explicou ainda que a mamografia deve ser feita de forma preventiva anualmente a partir dos 40 anos. Há também a mamografia de diagnóstico, que pode ser feita em qualquer idade, em qualquer sexo, porque é realizada quando já há suspeitas da doença.
JS
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