Morte de Tiradentes chega aos 230 anos nesta quinta-feira (21/04)
Por ALECE20/04/2022 13:58 | Atualizado há 1 ano
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O dia 21 de abril, que transcorre nesta quinta-feira, é feriado no Brasil, porque se comemora o Dia de Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier. Ele foi um dentista, ativista político, alferes e tropeiro mineiro do século XVIII. É um dos personagens históricos mais proeminentes do Brasil, por ter liderado o processo da Inconfidência Mineira, levante que tinha como objetivo tornar o país um estado independente. A data remete ao dia da execução do inconfidente mineiro, que ocorreu em 21 de abril de 1792. Portanto, a data histórica chega aos 230 anos nesta quinta-feira.
De acordo com o historiador Carlos Pontes, do Memorial Deputado Pontes Neto (Malce) da Alece, Tiradentes nasceu na Capitania de Minas Gerais, em 12 de novembro de 1746, na época do período colonial do Brasil. Entre as muitas profissões que exerceu, estava a de dentista amador. Por isso, ele recebeu o apelido de “Tiradentes”, pelo qual se tornou conhecido.
"Foi, porém, na carreira militar, que Tiradentes fixou-se como profissional. Ele fez parte da Cavalaria de Dragões Reais de Minas, no posto de alferes, uma patente abaixo da de tenente. Os Dragões eram uma companhia militar formada por portugueses e brasileiros, que estava submetida à autoridade da Coroa lusitana e atuava na Colônia", destaca o historiador.
Carlos Pontes destaca que Tiradentes, junto com vários integrantes da aristocracia mineira, entre eles poetas e advogados, começou a fazer parte do movimento dos inconfidentes mineiros, cujo objetivo principal era conquistar a Independência do Brasil. "Tiradentes era um excelente comunicador e orador. Sua capacidade de organização e liderança fez com que fosse o escolhido para liderar a Inconfidência Mineira", recorda. Ele acentua que em 1789, após ser delatado por Joaquim Silvério dos Reis, o movimento foi descoberto e interrompido pelas tropas oficiais. Os inconfidentes foram julgados em 1792. Alguns filhos da aristocracia ganharam penas mais brandas como, por exemplo, o açoite em praça pública ou o degredo.
A derrama
O posto militar de Tiradentes lhe permitiu ter algumas posses, como terras e escravos, e transitar entre as principais lideranças políticas e intelectuais da Capitania de Minas, à época insatisfeitas com a arbitrariedade da Coroa portuguesa. O ponto mais discutido era a cobrança de impostos sobre o ouro extraído em Minas Gerais. Os mineiros tinham de repassar o chamado quinto à Coroa Portuguesa, isto é, 20% de tudo que era produzido. A partir da década de 1760, a produção aurífera regrediu na Capitania de Minas, mas o quinto continuou sendo cobrado na mesma proporção.
Dada a escassez de ouro, a cobrança do quinto não mais satisfazia as necessidades dos lusitanos. Como solução a esse problema, a Corte portuguesa autorizou os governadores da Capitania de Minas a cobrarem a derrama, uma forma de imposto que compensava o déficit do quinto. Não havendo o cumprimento do saldo do quinto, cobrava-se o restante deficitário com tributos sobre outras posses que os mineiros tivessem. Quaisquer bens estavam sujeitos à imposição da derrama.
Tiradentes era natural da Vila de São Jose Del Rei (atual cidade de Tiradentes, Minas Gerais), porém foi criado na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto). Exerceu diversos trabalhos, dentre eles minerador e tropeiro. Tiradentes também foi alferes, fazendo parte do regimento militar dos Dragões de Minas Gerais.
Como Tiradentes tinha poucas influências econômicas e políticas, foi o único condenado a forca, entre todos os inconfidentes, acentua Carlos Pontes. "Aos 45 anos, foi executado. Partes do seu corpo foram expostas em postes na estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais, para servir de exemplo e inibir novos movimentos de independência. Sua casa foi queimada e seus bens confiscados. O movimento da Inconfidência Mineira, liderado por Tiradentes, pretendia transformar o Brasil numa república independente de Portugal", complementa Carlos Pontes.
JS, com historiador informações do Malce
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