Dicas de Saúde

Médico do DSAS orienta sobre medidas de combate à dengue

Por Júlio Sonsol, com Rádio FM Assembleia e Assessoria de Imprensa do DSAS
08/03/2024 16:01 | Atualizado há 8 meses

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No Brasil, mosquito Aedes aegypti é o principal vetor dessas doenças No Brasil, mosquito Aedes aegypti é o principal vetor dessas doenças - Foto: Divulgação/Unimed

Em entrevista ao programa Narcélio Limaverde, da Rádio FM Assembleia, nesta quinta-feira (07/03), o médico cardiologista Célio Vidal, do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), alertou sobre os riscos das arboviroses, que se intensificam em períodos chuvosos intercalados com altas temperaturas.

As arboviroses são doenças virais transmitidas pelas picadas de insetos e aracnídeos, sendo as mais comuns dengue, chikungunya e zika. No Brasil, o mosquito Aedes aegypti é o principal vetor dessas doenças, e suas condições de reprodução são favorecidas pelo clima quente e pela presença de água parada.

“Os pacientes acometidos pelas arboviroses apresentam inicialmente febre e, no caso da dengue e chikungunya, cefaléia retro-ocular (desconforto atrás dos olhos). Além disso, podem sentir dores articulares, náuseas, vômitos, dores na coluna e mal estar geral. É importante frisar que, passados alguns dias do início dos sintomas, a pessoa pode sentir uma melhora aparente que precede um agravamento de seu quadro clínico, às vezes em nível sistêmico”, informou Célio Vidal.

O cardiologista também salientou que o tratamento depende do tipo da arbovirose e do momento da apresentação clínica. “O paciente com dengue não pode consumir aspirinas, anti-inflamatórios e certos tipos de analgésico, pois podem agravar seus sintomas. Se ele apresentar muita dor abdominal, vômitos e desidratação, deverá ser internado por, pelo menos, 48 horas. Nos casos mais graves, precisará ser conduzido à UTI”, explicou.

Medicamentos contraindicados

De acordo com o Ministério da Saúde os antibióticos são contraindicados no caso de suspeita de dengue porque esta é uma doença viral causada por um vírus específico, e os antibióticos são utilizados para tratar infecções causadas por bactérias, não por vírus. Portanto, o uso de antibióticos para tratar a dengue não só não seria eficaz, como também poderia causar danos à saúde do paciente, incluindo resistência bacteriana e efeitos colaterais indesejados.

A Invecmeticina é um medicamento utilizado para o tratamento de parasitas como piolhos e carrapatos. Ela não é recomendada para pessoas que estão com dengue porque pode aumentar o risco de sangramento, pois a doença já afeta as plaquetas e a coagulação sanguínea. Além disso, a Invecmeticina pode causar efeitos colaterais como náuseas, vômitos, diarreia e erupções na pele, o que pode agravar os sintomas da dengue e dificultar o diagnóstico correto da doença.

Os anti-inflamatórios como a aspirina, ibuprofeno e naproxeno são contraindicados para tratar a dengue porque podem aumentar o risco de sangramento, que é uma complicação grave da doença. Portanto, o uso de anti-inflamatórios não é recomendado no tratamento da doença, sendo necessárias orientações médicas para o alívio dos sintomas e o controle da doença.

O uso de corticoides é contraindicado para tratar a dengue devido ao fato de que esses medicamentos podem agravar o quadro clínico da doença. Os corticoides suprimem o sistema imunológico, o que pode dificultar a capacidade do organismo de combater o vírus da dengue, fazendo com que a infecção se espalhe mais rapidamente e cause complicações graves, como hemorragias e choque hemorrágico.

Números

De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do começo de 2024, foram notificados 7.762 casos de arboviroses no Ceará. As estatísticas podem ser acessadas pela plataforma online IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), disponível no link https://integrasus.saude.ce.gov.br/#/indicadores/indicadores-vigilancia-saude/cenario-arbovirose .

Edição: Salomão de Castro

 

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