Junho Violeta traz o debate da violência contra idosos

O Junho Violeta foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como alerta para conscientização e combate a atos de violência contra os idosos. De acordo com a advogada Eveline Lima, em entrevista concedida ao programa Narcélio Limaverde, da Rádio FM Assembleia, no dia 11 de junho, o objetivo da campanha é despertar a sociedade como um todo no processo de sensibilização para coibir, diminuir e amenizar o sofrimento da pessoa idosa contra a violência que essa população vem sofrendo, em especial durante períodos de pandemia e isolamento social.

"A primeira coisa que a gente tem que ter em mente é que o idoso ele é uma pessoa vulnerável, ele não condições psíquicas e em alguns casos nem motoras pra buscar essa ajuda. Então nós, enquanto sociedade, não podemos negligenciar ajuda pra essas pessoas que precisam da nossa atenção", salientou a advogada. Segundo ela, após a pandemia  de Covid-19, em 2020, houve aumento significativo das estatísticas quanto a esse tipo de violência.

A advogada observou que em muitas situações, os agressores são os próprios filhos. No seu entender, o grande problema da agressão com o idoso é quando essa é psicológica. "Trata-se de uma agressão que não deixa marcas", definiu.  Segundo afirmou a advogada, a própria Constituição Federal e o Estatuto do Idoso determinaram que os filhos tem de ter o cuidado com os pais, inclusive dando assistência e amparo.

Como identificar

Eveline Lima destacou que é importante ficar atento aos primeiros sinais de violência. "Às vezes, se você observa, por exemplo, que o idoso está com perda de peso ou com a falta de apetite, pode ser uma condição biológica decorrente do emocional abalado. A perda de peso pode ser por conta da privação do alimento, não só por conta do emocional. Então é preciso ter um cuidado e estar muito atento quanto a isso", apontou.

Outro ponto a ser observado é a mudança de humor e de comportamento. A advogada asseverou que quando o idoso era extrovertido e se torna  introspectivo, é necessário reforçar o cuidado. "Há também a higiene precária, com a presença de hematomas ou de machucados. Então, se esse idoso está sempre usando roupas muito fechadas mesmo quando está muito calor, ele disfarça alguma dor que ele está sentindo", asseverou.

O que fazer

A advogada Eveline Lima orientou ser necessário estar atento e verificar algum hematoma, ou machucado que mereça maior atenção. Ela recomendou aos responsáveis cuidado de acompanhar o idoso no banho, mesmo sendo um momento de muita privacidade da pessoa idosa. "É importante para que se consiga ter essa atenção mais próxima", acentou. Ela recomendou também que se verifique quando os óculos quebram, pois, em muitas ocasiões, isso é decorrente de uma agressão. "Às vezes o tapa não deixa a marca física. Mas a os óculos caem e a armação quebra. Então, essa troca constante de armação de óculos também é algo a investigar", completou.

Em caso de identificar algum desses sinais, a pessoa deve buscar ajuda, usando o  Disque 100, que é o número que registra qualquer tipo de violação de direitos humanos. Qualquer pessoa pode ligar de qualquer lugar do Brasil, de telefone fixo ou celular, pois as ligações são gratuitas. As denúncias são recebidas, analisadas e encaminhadas pra os órgãos de proteção e defesa de cada região.

Edição: Salomão de Castro

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