Dicas de Saúde

Infectologista traz orientações sobre gripes e resfriados

Por Núcleo de Comunicação Interna, com Governo do Estado
11/06/2024 14:04 | Atualizado há 5 meses

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Orientações são da infectologista Lisandra Damasceno Orientações são da infectologista Lisandra Damasceno - Foto: Divulgação/Governo do Estado

Nariz entupido, dor de garganta e uma certa moleza. São sintomas que fazem com que as pessoas indaguem: Será gripe ou resfriado? Às vezes, é difícil distinguir as duas doenças, uma vez que ambas apresentam sintomas bastante semelhantes. A infectologista do Hospital São José (HSJ), Lisandra Damasceno, explica a diferença entre um leve resfriado e a gripe, além de informar sobre tratamento, formas de transmissão e dicas de prevenção para as duas enfermidades.

Segundo a médica, tanto a gripe como o resfriado são infecções respiratórias causadas por vírus. No entanto, a gripe é causada, principalmente, pelo vírus da Influenza A e B, enquanto o resfriado é causado por outros vírus respiratórios, como o vírus sincicial respiratório, o rinovírus e o vírus da parainfluenza.

A principal diferença entre a gripe e o resfriado reside na febre elevada, característica da gripe. “A gripe leva a uma condição em que o indivíduo fica muito mais prostrado, tem febre elevada, uma dor no corpo intensa, tosse, dor de garganta, dor de cabeça e coriza”, destaca Damasceno. Já no resfriado, os sintomas são mais leves, com ausência de febre ou febre mais baixa, obstrução nasal, espirros, tosse seca e dor de garganta.

Outra diferença entre as duas enfermidades está na duração dos sintomas. “Em geral, os sintomas do resfriado duram de cinco a sete dias, e os da gripe de sete a dez dias, mas podem cursar com complicações, principalmente se esses indivíduos mantêm quadros de febre elevada, desconforto respiratório e uma tosse mais frequente”, alerta a infectologista.

Entre as complicações mais comuns da gripe, estão a pneumonia e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Já o resfriado pode causar, principalmente em crianças, bronquiolite, otite e sinusite.

Tratamento e grupos de risco

A gripe e o resfriado, em geral, são doenças autolimitadas, ou seja, são enfermidades de baixa gravidade e curta duração. Em razão disso, o tratamento para ambas as doenças, em geral, consiste no uso de medicamentos para alívio dos sintomas, como antitérmicos e analgésicos. Conforme Lisandra Damasceno, somente a gripe possui tratamento específico com antiviral (oseltamivir), indicado para pacientes que têm condições de risco para a doença.

E quais são os grupos de risco para a gripe? Gestantes, puérperas nas primeiras duas semanas após o parto, idosos com 60 anos ou mais e crianças abaixo de 5 anos. Além disso, pessoas com comorbidades — como doenças hepáticas, renais, pulmonares e cardiovasculares, com exceção da hipertensão controlada — e doenças imunossupressoras, que afetam o sistema imunológico, também estão sujeitas a evoluir com complicações nos casos de gripe.

Arte: Divulgação/Governo do Estado

Caso a pessoa integre algum dos grupos de risco para a gripe, a recomendação da infectologista é procurar assistência médica na unidade básica de saúde mais próxima logo no início dos primeiros sintomas, para que possa fazer uso do antiviral. “Já as pessoas fora dos fatores de riscos para gripe devem procurar o serviço de saúde quando apresentarem os sintomas para receberem a orientação adequada sobre o tratamento disponível, e principalmente, se evoluírem com febre ou tosse persistente, desconforto respiratório ou, ainda, se esses indivíduos estiverem com muita prostração”, orienta Damasceno.

Transmissão e prevenção

Se a gripe e o resfriado apresentam diferenças em relação aos sintomas e riscos de complicações, a transmissão dos vírus acontece da mesma forma: por contato direto de pessoa para pessoa, principalmente quando estão aglomeradas. “A pessoa doente, ao tossir, falar e espirrar, dispersa gotículas no ambiente, e essas gotículas, ao serem inaladas por outras pessoas saudáveis, podem levar essas pessoas também a manifestarem essas infecções”, assinala a infectologista do HSJ.

O contágio pode acontecer ainda por contato indireto, quando as pessoas levam suas mãos contaminadas com os vírus à boca, nariz e olhos. Para se prevenir, o ideal é higienizar sempre as mãos com água e sabão ou álcool em gel, além de evitar contato com pessoas doentes. O uso de máscara, caso a pessoa esteja doente, também é indicado. 

Vacina: medida eficaz de proteção

A vacina contra gripe está disponível desde o dia 11 de março e foi ampliada para a população em geral, a partir de 6 meses de idade. A coordenadora de Imunização da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Ana Karine Borges, orienta que pessoas com quadro de doenças febris devem adiar a vacinação até a melhora dos sintomas, com o intuito de não serem atribuídas à vacina as manifestações da doença.

E mesmo se a pessoa já tiver contraído a gripe, ainda assim a vacina é necessária, garante Borges. “A vacina reduz as complicações e internações decorrentes das infecções do adoecimento pelo vírus da influenza. Além disso, é importante lembrar que existem outros vírus que ocasionam síndromes gripais. Portanto, a vacinação é uma proteção a mais, tanto para o indivíduo como para a população, por reduzir a transmissão”, frisa.

Edição: Salomão de Castro

 

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