Exposição sobre constituições brasileiras prossegue até 31 de outubro

A exposição "Da Imposição à Cidadania - 1824 a 2024: Dois Séculos de Lutas e de Conquistas” prossegue em cartaz no hall de entrada do prédio principal da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) até o dia 31 de outubro. A mostra, organizada pelo Memorial Deputado Pontes Neto (Malce), conta com 19 expositores, com ilustrações, fotografias e obras de arte que retratam os principais avanços políticos e sociais decorrentes das constituições brasileiras ao longo de seus 200 anos.

O coordenador do Malce, Paulo Roberto Nunes, relata a importância da exposição do ponto de vista histórico e político. “Ela busca, em síntese, relatar os principais fatos ocorridos e que tem relação direta com as referidas constituições”. Todas as sete cartas magnas do país (1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988) têm espaço na exposição.

Paulo Roberto cita um exemplo, a primeira constituição, a de 1824, que foi uma carta magna imposta, decorrente do autoritarismo do então imperador do Brasil, D. Pedro I, que dissolveu uma assembleia constituinte para definir, sozinho, a lei maior do Brasil.

Percurso histórico

O coordenador lembra que esta carta de 1824 gerou um desdobramento sócio-político histórico para o País. “A Confederação do Equador, um movimento que nasceu em Pernambuco e rapidamente se estendeu por Paraíba, Rio Grande do Norte, e Ceará, teve motivação nesta Constituição”, explicou. Neste movimento, inúmeros personagens da história nacional, como Bárbara de Alencar e Frei Caneca, foram executados em praça pública por lutarem contra as imposições da Coroa.

As outras constituições que se seguiram foram postas para a sociedade, sendo algumas democráticas e outras não. Essa evolução culminou com a promulgação da Constituição de 1988, atualmente vigente no País, a chamada Constituição Cidadã. Uma carta que foi trabalhada por uma Constituinte muito representativa, com vasta participação popular.

Exposição traz resgate histórico das constituições brasileiras - Foto: José Leomar

Sobre esta carta especificamente, temos depoimentos bastante contundentes que fazem parte do vídeo apresentado na exposição, afirma Paulo Roberto. “Constituintes como Lúcio Alcântara, Moema São Thiago (a única deputada federal constituinte do CE), Ricardo Tapeba, representando os indígenas, a professora Ângela Pinheiro, representante do movimento que cuidou dos interesses de jovens e adolescentes, e João Melo, empresário ligado ao desenvolvimento sócio-econômico da região Nordeste, contribuíram na redação do documento”, aponta.

O coordenador salienta que a importância desta exposição é mostrar a evolução de fatos extremamente importantes para a construção do país. Neste contexto, a visitação e participação dos jovens, em especial no âmbito do programa “Parlamento e sua História”, é essencial. Paulo Roberto enfatiza que o trabalho da Alece, por meio do Malce, é fundamental para dar esta condição à juventude. “Com o Parlamento aberto, eles têm nesta exposição uma oportunidade ímpar para conhecer um pouco da história política e social do país e a partir daí construir seu próprio processo individual de cidadania”, afirma.

Balanço da exposição

Nesse período, desde o início da exposição, no dia 11 de setembro, conforme Paulo Roberto, cerca de 700 estudantes do 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio visitaram o local. "Além dos estudantes, o público em geral e também servidores da Alece visitam diariamente a exposição, o que nos faz projetar que o número de pessoas que já passou pelo hall da Assembleia Legislativa e interagiu com as informações sobre as constituições brasileiras é muito maior. Isso acontece porque o espaço é aberto, o que impede a contagem e aferição total dos visitantes", destaca.

Na avaliação de Paulo Roberto Nunes, o Malce tem executado bem sua missão, que é a manutenção e o desenvolvimento dos principais fatos históricos que se relacionam à história do parlamento cearense. “Essa história não pode ser vista de forma isolada. Daí toda essa conexão que realizamos com a história política do país, percebendo que desta maneira alcançamos uma parcela importante da sociedade, jovens de 15 a 17 anos de idade, no momento de sua construção cidadã.

Paulo Roberto Nunes, coordenador do Malce, estima que cerca de 700 estudantes visitaram a exposição até agora - Foto: Máximo Moura

A exposição prossegue até o dia 31 de outubro. A equipe do Malce já está planejando a 3ª exposição do ano. “Vamos nos reunir para discutir as condições de realização e anunciar o mais breve possível. Deverá ser uma exposição de curta duração, obedecendo ao calendário da Casa”, revela Paulo Roberto.

Serviço: Exposição “Da Imposição à Cidadania - 1824 a 2024: Dois Séculos de Lutas e de Conquistas”. Período: Até 31 de outubro de 2024. Horário: das 8 horas às 17 horas. Local: Hall de entrada da da Alece (entrada pela rua Barbosa de Freitas).

Conteúdo digital: Leonardo Coutinho

Edição: Salomão de Castro

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