Departamento de Saúde e Assistência Social

DSAS promove rodas de conversa em alusão ao Junho Violeta com atendidos pelo Sapi

Por Ana Vitória Marques
01/07/2025 14:23 | Atualizado há 4 horas

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Rodas de conversa com os participantes do Sapi foram realizadas na segunda e terça Rodas de conversa com os participantes do Sapi foram realizadas na segunda e terça - Foto: Bia Medeiros

Junho é o mês de conscientização sobre a violência contra a pessoa idosa, tendo a cor violeta escolhida para representar a campanha. A urgência da temática se dá diante de dados preocupantes: entre 2020 e 2023, foram 408.395 mil registros de violência contra idosos no Brasil, de acordo com o artigo “Denúncias de violência ao idoso no período de 2020 a 2023 na perspectiva Bioética”, das pesquisadoras Alessandra Camacho(UFF) e Célia Pereira Caldas (UERJ). 

Nesse contexto, a Alece, por meio do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS), realizou nesta segunda (30/06) e terça-feira (01/07), rodas de conversa com pessoas pelo Serviço de Atenção ao Adulto e à Pessoa Idosa (Sapi). A atividade foi conduzida pela Célula de Terapia Ocupacional, a qual o Sapi é vinculado, em parceria com a Célula de Serviço Social. 

Foto: Pedro Albuquerque

Milene Mota, orientadora da Célula de Terapia Ocupacional, explicou que existem muitos tipos de violência para além das agressões físicas, como negligência e violência psicológica e que, na maioria das vezes, os casos acontecem dentro do lar, por um familiar ou mesmo pelos cuidadores. 

“A pessoa que mais precisa ser conscientizada do que é a violência contra a pessoa idosa é o próprio idoso, porque é ele quem sofre. Então ele precisa entender quais são os tipos de violência pelas quais ele pode passar, entender que ele pode fazer essa denúncia e que os canais são anônimos. Porque, às vezes, existe um medo, um receio de denunciar, seja ele um cuidador formal ou informal, uma pessoa da família”.

Ela comentou ainda que as atividades do Sapi são sempre multidisciplinares e contam com o apoio de várias células do DSAS. A iniciativa desenvolvida consistiu em um momento de diálogo, depoimentos e exposição dos tipos de violências que atingem as pessoas idosas, com divulgação dos canais e órgãos competentes para denúncias.  

Foto: Bia Medeiros

Nathalia Alves, assistente social da Célula de Serviço Social e condutora da intervenção, afirmou que espaços como esses são importantes para que as pessoas idosas se sintam acolhidas e possam, não só saber mais sobre o assunto, mas se reconhecer na situação. 

“Como o grupo é composto majoritariamente por pessoas idosas, nós trouxemos essa temática para que eles possam conhecer os tipos de violência, desde a violência física, que normalmente é a mais lembrada, mas também os outros tipos, como violência psicológica, institucional, financeira, que também é muito recorrente na faixa etária deles", comentou.

Segundo ela, o momento de conversa também foi uma oportunidade para os participantes compartilharem "se já passaram por algum tipo de violência, como eles se veem na sociedade e fornecer a informação de onde eles podem denunciar”.

Compartilhando experiências

Maria Marluce Cavalcante Mendonça, de 86 anos, revelou já ter sofrido preconceito pela idade. Ao chegar em uma fila, foi ironizada por um homem mais novo por ter usado o seu direito à preferencial. Ela contou que situações como essa são frequentes na sua vida. 

“O idoso saiu de casa, é uma luta. Eu, pelo menos, sou arrasada porque não posso mais dirigir. Meus filhos não deixam mais e com razão, porque ninguém obedece às leis de trânsito e não respeitam ninguém. Cada dia aumenta a violência e as pessoas não respeitam nem crianças nem adultos”.

Marluce estava acompanhada da irmã Maria Oneide Cavalcante de Freitas, de 88 anos. As duas frequentam os encontros do Sapi juntas. 

Maria Marluce e Maria Oneide são irmãs e participam das atividades do Sapi. Foto: Ana Vitória Marques/Comunicação Interna

Também na roda de conversa, Oneide expôs um caso que enfrentou enquanto dirigia. Um motorista que estava atrás dela se incomodou com uma manobra que ela fez e a ofendeu verbalmente ao chamá-la pejorativamente de “velha”. Em resposta, Oneide disse: “Agradeça se um dia você chegar na minha idade dirigindo”. 

“Conversas como essa são muito importantes e na minha casa sempre converso isso com meus filhos, sobre respeito e sobre casos como esses de violência. Não admito uma coisa dessas e minha mãe já dizia isso, que ela não admitia malcriação e meu pai era um homem também muito educado e muito tranquilo, que conversava com a gente. Então nós fomos criados desse jeito e criei meus filhos assim também”.

Eunice Guimarães, que é dependente de uma servidora da Casa e atendida pelo Sapi, também relatou situações de constrangimento vivenciadas em razão de sua faixa etária. "Uma delas aconteceu em um supermercado. Apesar de eu ser idosa, um cliente que estava na fila do caixa se negou a me dar prioridade. Relatei o problema à caixa que, por sua vez, orientou-me a pedir permissão aos clientes para passar na frente deles. A situação só foi resolvida quando chamei o gerente que, por ter o conhecimento da lei, reconheceu o meu direito de prioridade na fila", afirmou.

  • Saiba mais sobre o Sapi

O Serviço de Atenção ao Adulto e à Pessoa Idosa (Sapi) é um projeto da Célula de Terapia Ocupacional do DSAS e oferece atendimento multiprofissional para a terceira idade. É destinado a parlamentares, servidores, terceirizados, respectivos dependentes e comunidade do entorno.

O projeto propõe ações que contemplam estimulação, treino e reabilitação cognitiva na prevenção e no tratamento do declínio cognitivo em adultos e em pessoas idosas, buscando resgatar a autoestima, promover o convívio social e contribuir para uma vida mais ativa.

“Isso aqui se tornou para mim uma maravilha, porque a gente tem a oportunidade de conviver com outras pessoas na nossa mesma faixa de idade e ver como é que estão progredindo aqui. Ninguém acredita que existe isso aqui quando a gente faz propaganda lá fora”, assinalou Marluce Cavalcante Mendonça. 

Assim como Marluce, Eunice Guimarães, também elogiou os serviços oferecidos pelo projeto. "Os profissionais são competentes, dedicados e muito pacientes para conosco. Sou muito grata por essa oportunidade tão rica oferecida pela Alece por meio do DSAS", pontuou.

Para mais informações sobre como participar do Sapi, o contato da Célula de Serviço Social do DSAS é (85) 2180.6534

  • Contatos para denúncia

Unidades municipais de saúde;

Delegacia de Proteção ao ldoso e Pessoa com Deficiência: (85) 3101-2495;

Direitos Humanos: disque 100;

Polícia Militar: 190 (para situações de risco eminente);

Defensoria Pública: (85) 3194-5000;

Ministério Público - Promotoria de Justiça de Defesa do ldoso: (85) 9 8956-5840;

Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa ldosa: (85) 9 8957-2567;

Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Fortaleza: (85) 2018-1180

 

Colaboração: Comunicação DSAS

Edição: Samaisa dos Anjos

 

Núcleo de Comunicação Interna da Alece

E-mail: comunicacaointerna@al.ce.gov.br 

Página: https://portaldoservidor.al.ce.gov.br/ 

 

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