Documentário sobre banda Creedence Clearwater Revival é disponibilizado na Netflix

Você certamente já ouviu a banda californiana Creedence Clearwater Revival em algum momento da sua vida. Até mesmo sem saber. Quase impossível não ter ao menos acompanhado o ritmo do rock batendo o pé, enquanto assistia algum filme consagrado pelos festivais, apesar de não reconhecer a autoria da música. CCR, como era conhecido em sua época, faz parte das trilhas sonoras de cinemas como Forrest Gump, vencedor do Oscar de 1995 e o cultuado Apocalipse Now, de Francis Ford Coppola. Mais de 40 produções cinematográficas levam o selo do Creedence.

É a memória deste grupo que a Netflix tenta resgatar, ao inserir em sua plataforma o documentário "Travelin’ Band: Creedence Clearwater Revival no Royal Albert Hall". A produção se concentra principalmente nos dois anos de sucesso generalizado da banda, que realizou uma série de álbuns e singles de sucesso, além de várias apresentações ao vivo consideradas de alto nível, mesmo com a precariedade dos cenários e as limitações instrumentais da época.

De acordo com a narração do documentário, em 1969 e 1970, o Creedence desafiou os Beatles pelo título de maior banda do mundo. Naquele tempo era comum os críticos fazerem comparações entre os artistas que despontavam. Com Imagens ao vivo e de arquivo do CCR, muitas delas ainda inéditas, o documentário foi dirigido por Bob Smeaton, mesmo diretor do Beatles Anthology.

CCR era formado inicialmente por John Fogerty vocalista e guitarrista líder e principal compositor, seu irmão Tom Fogerty, guitarrista; o baixista Stu Cook; e o baterista Doug Clifford. Em 1970, os irmãos Fogerty tocando guitarra, junto com o baixista Cook e o baterista Clifford transformaram 13 anos de trabalho duro em um nível de sucesso que rivalizava com o dos Beatles.

Em abril daquele ano, a banda chegou à Inglaterra para iniciar sua primeira turnê européia, e nesse mesmo mês os Beatles se separaram. Imagens de arquivo capturam os membros do CCR observando as vistas de Roterdã, na Holanda Copenhague, na Dinamarca, Berlim e Paris enquanto tocam sucessos como “Commotion”, “Midnight Special” e “Green River” para arenas lotadas.

Questionado sobre sua impressão da Europa e da turnê, Stu Cook tem uma visão de longo prazo. “Acho que essa turnê prova que a música rock ‘n’ roll, depois de 15 anos, alguém está levando isso a sério.” Os Beatles se foram. Mas ainda havia uma banda grande o suficiente para aproveitar o espírito da época cultural.

O CCR acabou não fazendo isso. Eles lançaram três álbuns de sucesso em 1969 – Bayou Country, Green River e Willy and the Poor Boys – e seguiram com outro sucesso, Cosmo’s Factory, de 1970. Mas em 1972, eles terminaram, separados por disputas sobre controle criativo e interesse financeiro.

 As filmagens da turnê européia remontam aos anos de formação da banda em El Cerrito, Califórnia, onde Fogerty, Cook e Clifford se conheceram e começaram a tocar música no ensino médio, e se juntaram ao irmão mais velho de John, Tom. Sua promessa inicial foi paralisada pela escalada da Guerra do Vietnã e alistamento no exército e na Guarda Costeira, mas em 1968 covers de “Susie Q” (Dale Hawkins) e “I Put a Spell on You” (Screaming Jay Hawkins) abriram as portas, e em 1969 duas músicas originais de John Fogerty, "Proud Mary" e seu outro lado "Born on the Bayou", tornaram-se sucessos nas paradas da Billboard, principal revista de crítica musical da época.

Além da biografia, é na segunda metade da Travelin 'Band que está a apresentação de abril de 1970 no Royal Albert Hall. “Travelin' Band” entra em “Born on the Bayou”, “Green River” com seu extenso solo de guitarra sangrando no hoodoo de “Tombstone Shadow”, Fogerty muda para sua Les Paul preta para uma corrida raivosa por “Fortunate Son” e “Commotion”, e o set list absolutamente lotado apenas começa a partir daí.

Serviço

Documentário Travelin' Band: Creedence Clearwater Revival at the Royal Albert Hall. 2022. Censura 14 anos. 1h 26min. Concertos com imagens inéditas e a narração de Jeff Bridge. Plataforma Netflix

JS

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