Coordenadoria de Comunicação Social

Com a gravidez precoce, a derrubada de tabus

Por ALECE
10/05/2019 16:23

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Servidora Regina Uchôa com parte de sua família Servidora Regina Uchôa com parte de sua família - Foto: Acervo pessoal

A história da servidora da Assembleia Legislativa do Ceará, Regina Uchôa, é sinônimo de superação. Ela lidou com o preconceito, medo, angústia e um mundo de descobertas aos 14 de idade, quando teve uma gravidez precoce. Se atualmente o tema é encarado  com certa normalidade (a cada ano, mais de 500 mil meninas entre dez e 19 anos de idade têm filhos no Brasil, conforme  dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos), em 1976, esta situação era motivo de tabu na sociedade brasileira.

Foi difícil ter que revelar a notícia para a mãe. "Não foi algo planejado, mas apesar do puxão de orelha, contei com o suporte materno. Minha mãe acolheu meu namorado, que passou a morar conosco e me deu todo o apoio para lidar com a situação", recorda.

Na época cursando o ensino fundamental, Regina parou de estudar para não ser alvo de comentários no colégio. A adolescência foi trocada pela maternidade complicada. "Além dos  habituais enjoos, tive problemas de saúde. Devido a uma anemia profunda, fiquei  sem andar com sete meses de gestação, passei por uma internação para receber sangue, mas minha filha nasceu bem, por meio de um parto normal'', recorda.

Após o parto, vieram as dificuldades de lidar com a filha recém-nascida. Uma adolescente não está completamente preparada física e psicologicamente para uma gestação. Ela afirma que foi complicado cuidar de um filho porque ainda era uma menina. ''A cada vez que ela chorava eu também caía aos prantos porque não sabia identificar se era cólica ou fome'', relata.

Após nove meses do nascimento de Rejane, a segunda gravidez resultou no nascimento de Rogério. A cena não tardou a se repetir. Aos 17 anos, um novo membro da família, Robério. O companheiro Flávio trabalhava como pedreiro, mas a renda  de casa ficou pequena para a família que aumentou.

Dificuldades 

Regina  aprendeu a ser mãe na prática com a rotina dedicada aos três filhos. Tinha como espelho dona Alzira, que a criou sozinha, sem a presença  do pai, trabalhando como lavadeira. O instinto materno apontou a hora de buscar trabalho para garantir o sustento das crianças. Aos 20 anos, Regina arregaçou as mangas e começou a trabalhar como vendedora de flores, bem como em uma churrascaria, atuando ainda como faxineira, babá  e doméstica quando teve a notícia de que teria uma nova bebê, Cristiane.

Por não ter concluído os estudos, qualquer emprego era bem-vindo. Os filhos maiores cuidavam dos demais, com a ajuda da avó. "Foi importante porque eles adquiriram uma certa independência e  sabem fazer as atividades do lar. Minhas noras agradecem até hoje'', destaca.

Regina teve outros dois filhos, Júnior e Jonathan, e decidiu ligar as trompas porque a família não parava de crescer. Apesar de seis filhos e do orçamento apertado,ela driblava as dificuldades.Não tinha luxo, mas nunca faltaram o leite, o  alimento e o principal ingrediente: o Amor.

Oportunidade

De emprego em emprego, Regina começou a trabalhar na Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa (Assalce), como auxiliar de Serviços Gerais até chegar à Rádio FM Assembleia 96,7 onde trabalha atualmente. A Casa do Povo além do emprego, possibilitou a conclusão dos estudos, interrompidos na adolescência, por meio do projeto Superação, criado em 2007.

A iniciativa de escolarização no ensino médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos beneficia os servidores da Assembleia e a comunidade interessada. Atualmente, a servidora não desperdiça oportunidades. Por meio  da Divisão de Treinamento, que contribui para a capacitação dos servidores, participou de um curso sobre informática básica.

Mãe de seis filhos, avó de nove netos e com uma bisneta, a servidora Regina não aproveitou a adolescência, mas mantém um espírito jovem. A matriarca da família Uchôa dá um conselho as futuras mamães: "Sejam por inteiras, com amor. A maternidade é uma dádiva'', defende.

JB/SC

 

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