Departamento de Saúde e Assistencia Social

Cine Assembleia apresenta filme cearense "Cabeça de Nêgo" nesta terça-feira (30/11)

Por ALECE
29/11/2021 11:19 | Atualizado há 1 ano

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Filme chegou ao circuito comercial em outubro Filme chegou ao circuito comercial em outubro - Arte: Divulgação/DSAS

A Assembleia Legislativa do Ceará, por meio do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS), realiza, nesta terça-feira (30/11), o Cine Assembleia, com a exibição do filme cearense “Cabeça de Nêgo”. O evento faz referência ao Mês da Consciência Negra e será realizado a partir das 9 horas, no Auditório Deputado João Frederico Gomes, no Anexo II da Casa.

O Cine Assembleia é uma promoção do Núcleo de Saúde Mental e Comitê de Responsabilidade Social, por meio da Célula de Articulação e Fomento à Cidadania, com o apoio do Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC) e Associação dos Servidores da Assembleia (Assalce). O objetivo é promover o debate com servidores, moradores da comunidade do entorno da Casa (Pio XII, conhecida como Pau Pelado) e movimentos sociais convidados.

O diretor e roteirista do filme, Déo Cardoso, explica que a película fala sobre a consciência racial negra, do ponto de vista de um jovem de 16 anos, chamado Saulo, que está aprendendo, por meio de leituras, sobre o grupo Panteras Negras, dos Estados Unidos.  "Ele lê principalmente sobre Angela Davis e os líderes negros do movimento. Justo nesse momento de ebulição intelectual e inspirado por uma professora, ele passa por uma situação de racismo, para além de outras situações ligadas á violência", pontua o diretor, cujo filme foi lançado em circuito comercial em outubro deste ano.

Déo Cardoso revela que ao Saulo só cabem duas coisas: continuar a vida da forma como se encontra ou reagir. "No auge da intelectualidade, ele tem um tomada de posição e resolve reagir, mesmo sendo um menino tímido e ligado à poesia. O filme trata dessa intelectualidade e da formação de uma pessoa negra no Brasil e como uma pessoa negra, ao resolver se movimentar, toda a sociedade se movimenta com ela, seguindo o que Angela Davis fala", aponta.

Importância da discussão

O diretor do DSAS e presidente da Assalce, Luis Edson Sales, ressalta que é necessário abordar a questão étnico-racial todos os dias, no nosso comportamento, bem como o que estamos fazendo para sensibilizar as pessoas quanto ao combate ao preconceito. "Este é um assunto muito sério. Não teríamos que abordar este tema se as nossas mentes se concentrassem apenas na consciência humana de que somos todos iguais.  A desconstrução do preconceito não acontece do dia para a noite, mas requer práticas rotineiras de sensibilização e conscientização. Entretanto, para que isso aconteça é fundamental que a própria sociedade, primeiramente, se desfaça dos seus preconceitos", pontua.

Luis Edson afirma que as questões relativas à data 20 de novembro devem ser lembradas todos os dias para fomentar o debate contra as diversas formas de preconceito e racismo existentes na sociedade. "Nós que fazemos o DSAS estamos realizando essa ação de extrema importância por entendermos que por meio da educação, do debate e da democracia, contribuímos para a queda do preconceito", pontua.

Sobre o projeto

Estão à frente da organização do evento as psicólogas Raquel Penaforte e Lygia Herayde Bessa, integrantes do Núcleo de Saúde Mental da Alece. Conforme Lygia Herayde, o objetivo do Cine Assembleia é o de criar espaços de discussão de temas relevantes para jovens, servidores e para a comunidade de uma forma geral, assim como fortalecer as produções culturais locais e facilitar o acesso a elas.

No entender de Lygia, que tem experiência no atendimento a populações em situação de vulnerabilidade e em intervenção em crise, tratar de temas associados a negritude e racismo é urgente. "Para isso é de extrema importância que produções sobre o tema sejam acessadas por todos, assim como há necessidade de espaços onde seja promovido o diálogo sobre o assunto”, assevera.

Para Tamires Guimarães, orientadora da Célula de Articulação e Fomento à Cidadania, do Comitê de Responsabilidade Social da Alece, o evento é de extrema importância. “Fomos convidados pelo Núcleo de Saúde Mental da Casa para colaborar com a execução desse projeto, o Cine Assembleia. Achamos muito importante chamar um público-alvo, da comunidade do entorno, pois já trabalhamos com ela, o que engloba jovens, adolescentes e líderes comunitários para que possam participar dessas conversas, e que venham enriquecer com falas, ideias e vivências sobre esse tema tão relevante e que precisa cada vez mais ser discutido”, frisa.

Roda de conversa

Após a exibição do filme, haverá uma roda de conversa sobre a produção audiovisual e as diversas temáticas que aborda com Lucas Limeira e Nicoly Mota, que interpretam, respectivamente, Saulo e Clarisse no filme, Preto Zezé, presidente da Central Única das Favelas (CUFA), Franciane Santos, do Comitê de Prevenção e Combate à Violência da Alece, Péricles Moreira, advogado do Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar do Poder Legislativo, e Lygia Herayde Gomes de Brito Bessa, psicóloga.

O filme “Cabeça de Nêgo” é uma produção cearense com direção e roteiro de Déo Cardoso. Estreou em outubro de 2021 em cinemas de todo o Brasil, conquistando público e crítica com enredo que aborda temáticas como racismo, educação, mobilização social e juventude, dentre outras.

O longa, filmado em Fortaleza, foi exibido em diversos festivais e ganhou prêmios como o de Melhor longa-metragem do Festival Cine Ceará 2020 e da Associação de Crítica Cearense de Cinema.

O Dia da Consciência Negra é comemorado anualmente em 20 de novembro. A data reúne diferentes ações de combate ao racismo e reacende o debate sobre a chegada dos negros ao país, a escravidão no Brasil e o racismo estrutural da sociedade. Além disto, é uma homenagem e reconhecimento da luta de Zumbi dos Palmares, um dos mais importantes líderes quilombolas do país, e seus companheiros no quilombo. O Dia da Consciência Negra evidencia as desigualdades e violências contra a população negra ainda existentes em nossa sociedade. Para além de um momento festivo, a data proporciona a reflexão sobre o racismo e as suas implicações na atualidade.

Do Núcleo de Comunicação Interna da Alece, com Assessoria de Imprensa do DSAS

 

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