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Ciadi: Atendimentos focados na autonomia de crianças e adolescentes

Por Fátima Abreu
01/09/2023 10:05 | Atualizado há 1 semana

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Henry, de 11 anos, em atendimento com a fisioterapeuta Daisy Gomes, no Ciadi Henry, de 11 anos, em atendimento com a fisioterapeuta Daisy Gomes, no Ciadi - Foto: Bia Medeiros

O Portal do Servidor encerra, nesta sexta-feira (01/09), a série especial apresentando depoimentos de famílias, cujos filhos recebem tratamento  por meio do Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi). Aqui, reunimos manifestações sobre  crescimento e confiança na aposta pela autonomia de crianças e adolescentes. 

“Mamãe eu quero evoluir”

(Henry, filho de Karen e de Edson)

Ninguém cresce sozinho. Esta é a realidade, por mais que se considere capaz. Só se evolui permutando conhecimentos e apoio. Muitos pais e mães, por mais que se sintam encorajados a enfrentar os desafios diários da maternidade/paternidade,  podem se sentir perdidos diante dos desafios que estão por vir. E quando esses desafios representam cuidados específicos, a exemplo do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Síndrome de Down (T21)? Nesse momento, a especialização é a alternativa para fortalecer o núcleo familiar, para permitir o crescimento saudável da criança e do adolescente.

O apelo de Henry, 11 anos, “Mamãe eu quero evoluir”, encontra resposta no atendimento que recebe do Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi) da Assembleia Legislativa do Ceará. Ele é o único filho dos professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - Campus Maracanaú (IFCE),  Karen Farias, 42, e Edson Mesquita, 45.

Todas as terças e quintas-feiras, o casal sai de sua residência, do bairro do Mondubim, em Fortaleza, conduzindo o filho para receber os cuidados oferecidos pela equipe multidisplinar do Centro. Henry  foi diagnosticado com TEA aos dois anos e oito meses, período em que começou a frequentar o Núcleo de Tratamento de Estimulação Precoce (Nutep). Ele é atendido pelo Ciadi desde o ano de 2021, quando o Centro foi criado.

Conta a mãe que o garoto soma várias conquistas relativas ao comportamento e à fala. “Ele demorou a falar, mas, com as terapias contínuas, já se comunica, graças a Deus, e sou muito feliz por ele ter conseguido essa vaga” comemora.

Edson Mesquita e Karen Farias, pais de Henry - Foto: Bia Medeiros

Karen e Edson vivem um cotidiano semelhante ao de várias famílias cujos filhos recebem este tipo de atendimento. O cotidiano de Henry inclui escola e natação. Devido a essas atividades, os pais tiveram que reduzir a carga horária no IFCE. "Henry necessita realizar essa rotina para continuar evoluindo”, informa Karen. "A rotina dele é bem maior do que a nossa. Os meus pais me ajudam, ficam com ele em casa quando vou trabalhar, mas, em outros momentos, somos eu e o marido”, completa.

Além dos cuidados com Henry, o casal recebe apoio oferecido pelos profissionais, que informam sobre a necessidade de também priorizar  momentos de lazer. “Não é muito fácil. A gente vai tentando, a gente fica tão sem tempo, que acaba relaxando esse lado,  mas faço atividades físicas três vezes por semana”, relata a mãe.

Confiança no tratamento é o que demonstra o pai do Henry, Edson Mesquita, ressaltando a importância de os pais recebam aconselhamento e atendimento. “Disso a gente não abre mão. Aqui, os profissionais têm especializações com  qualidade e boa parte deles já atua em outras clínicas. Inclusive, atenderam o nosso filho no passado”, informa.

Edson Mesquita  reconhece a dificuldade que muitas famílias enfrentam  para encaixar num mesmo lugar e horário as terapias ofertadas pelo Ciadi. “Espero que meu filho fique até os 17 anos sendo atendido aqui. Aqui temos um tratamento de qualidade, eficiente e gratuito. De outra forma não teríamos como bancar um tratamento, que chega em torno de R$ de 7 mil mensais” compara, em referência a serviços semelhantes na rede privada.

Quando o diagnóstico surge na gravidez

Enzo, de seis anos de idade, foi diagnosticado com T21 durante a gravidez. Dono de uma gargalhada contagiante, frequenta o Ciadi desde 2021, com a mãe, Maria Creuza Matias Araújo, 49 anos, moradora no bairro Vila Velha, no Antonio Bezerra. É o mais novo da família, que reúne os irmãos, Ana Karina, 29, e Lucas, de 19 anos. “Essa vaga caiu do céu” disse Creuza, que teve de abandonar o emprego de comerciária para se dedicar exclusivamente ao filho.

Conforme Creuza, antes de receber ajuda do Ciadi, a vida era muito difícil. “Estava muito perdida, tanto eu quanto ele. A gente precisava de muita ajuda. Mas aí tudo mudou, o Ciadi abraçou a gente e eu também abracei. Por isso, faço de tudo para não faltar aos dias de tratamento", observa, enfatizando que teve o primeiro contato com um psicólogo no Centro.

No dia a dia, Creuza comemora com o filho - a quem define como “a alegria e o milagre da minha vida” - as conquistas que se somam a cada terapia. “Depois que os filhos nascem, a gente vê que são eles que nos ensinam. Tudo o que Enzo aprende  é comemorado aqui. Ele também faz natação e tem aula com psicopedagogo. Antes, ele não ficava sentado na escola, e hoje já fica” compara.

Enzo e sua mãe, Maria Creuza Matias Araújo, no Ciadi - Foto: Bia Medeiros

Viver com Enzo, que também foi diagnosticado com TEA em 2022, é, para Creuza, um sentimento de preocupação, mas ao mesmo tempo libertador. Ela diz ter aprendido a conhecer melhor o filho e o TEA ao conviver com casos semelhantes. “Não foi uma novidade, porque aqui o apoio que recebo me dá confiança. Entendo mais ele”, reconhece.

Cuidar de Enzo não é uma tarefa solitária na rotina da casa. Creuza conta com o apoio do marido, Welton Campos da Cruz,  e dos outros dois filhos. “Meu marido me dá muita força. A mãe precisa de ajuda porque também lida com a rejeição. Costumo dizer que sou outra pessoa depois do Enzo. Antes eu não sabia como chegar próximo a uma criança como meu filho”, diz Creuza, ao constatar que atualmente fica mais tranquila com relação aos olhares de reprovação ou de curiosidade, que são dirigidos aos dois.  

Números

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que há cerca de dois milhões de autistas no Brasil. A população total no País é de 200 milhões de habitantes, o que significa que 1% da população estaria no espectro. Já o Ministério da Saúde informa que uma em cada 700 pessoas que nascem no Brasil tem Síndrome de Down.

Diante dessa realidade, a Assembleia Legislativa do Ceará, por meio do Ciadi, aposta cada vez mais na eficiência e dedicação de milhares de profissionais, a exemplo da equipe multidiciplinar. O trabalho de psicólogos, nutricionistas, psiquiatras, dentre outros, permite trabalhar a autonomia de crianças e adolescentes que buscam apoio, resguardando seus direitos com oportunidades contínuas de inclusão social.

Serviço: O Ciadi funciona de segunda a sexta-feira de 8 horas às 12 horas e de 13h30min às 17h30min, na avenida Pontes Vieira, nº 2300, no Anexo III da Alece (Edifício Deputado Francisco das Chagas Albuquerque), bairro Dionísio Torres, Fortaleza. Mais informações pelo telefone (85) 3277.2580.

A série especial de matérias sobre atividades realizadas pelo Ciadi teve textos de Fátima Abreu, produção de Fátima Abreu e Salomão de Castro e edição de Salomão de Castro.

Confira a primeira matéria da série no link https://tinyurl.com/bdhna2sy  

Edição: Salomão de Castro

 

Núcleo de Comunicação Interna da Alece

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