Bandeira vermelha deixa conta de energia mais cara

O acionamento da bandeira vermelha nível 1 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em meio à redução no nível de água dos reservatórios brasileiros terá impacto no orçamento das famílias brasileiras. O consumidor terá um aumento de R$ 4,463 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos . Os valores estão valendo desde o dia 1º de setembro e já devem ser sentidos na próxima conta de energia elétrica.

É possível minimizar o impacto do reajuste adotando algumas medidas no dia a dia. Considerado um dos vilões da conta de luz, o chuveiro elétrico é o equipamento que mais consome energia. Portanto, um uso inteligente durante os banhos pode ser a chave para uma redução significativa dos gastos com energia.

O engenheiro de Eficiência Energética da Cemig, Thiago Batista, explica que o tempo de calorão traz uma "grande oportunidade de economia", porque os chuveiros podem ser colocados numa temperatura menor - o que gasta menos energia. "Ao colocar a chave do chuveiro na posição verão, as pessoas podem ter economia de, aproximadamente, 30% do consumo do aparelho ligado em sua potência máxima", diz o especialista.

Batista destaca ainda que é importante manter o mesmo tempo de uso do equipamento, ou até reduzir. "Não adianta diminuir a potência do equipamento e aumentar o tempo de banho". Outra recomendação é que o consumidor evite usar o chuveiro entre 17h e 22h, horários de pico e lembre de fechar o chuveiro para ensaboar o corpo ou os cabelos.

Geladeira também consome bastante

A geladeira é o segundo equipamento que mais consome energia dentro de casa, por conta de seu tempo de uso e o "abre e fecha". Isso porque a entrada de ar quente na geladeira faz com o que o equipamento precise trabalhar mais para refrigerar os alimentos, consumindo mais. O engenheiro elétrico alerta que alimentos ainda quentes não devem ser armazenados no eletrodoméstico, porque isso faz com que o motor do tenha que funcionar por mais tempo, aumentando os gastos.

Segundo Thiago Batista, ''Utilizar a parte de trás das geladeiras, que é a mais quente, como forma de secar roupa, é contraindicado porque eleva o consumo. Também é preciso atenção ao estado da borracha de vedação do equipamento, porque se as portas não se fecharem totalmente, o consumo aumentará'', observa.

Ar-condicionado x ventilador

O ventilador sempre é a opção mais barata para lidar com as altas temperaturas. Além de o aparelho ser mais barato, o consumo de energia também é menor que o de um ar-condicionado.

Ainda assim, o engenheiro da Cemig afirma que é importante ter atenção ao tempo de uso do equipamento, evitando deixá-lo ligado se a pessoa deixar o ambiente ou quando as temperaturas já estiverem agradáveis.

O consumo de energia depende de duas variáveis: potência dos equipamentos, em watts (W), e tempo de utilização, em horas. Para utilizar corretamente a energia, deve-se atuar nessas duas variáveis. “Por isso, mesmo que o ventilador tenha uma potência menor, se o aparelho ficar por longo período ligado, o cliente poderá ter um aumento significativo na conta de energia", explica Batista.

Para quem prefere o uso do ar-condicionado também é possível economizar seguindo algumas dicas. Thiago Godoy, especialista em educação financeira orienta que é preciso levar em conta exatamente quais são as necessidades do espaço, para não comprar um que utilize mais energia que o necessário.

O especialista esclarece que, para as residências, existem dois modelos: o do tipo janela, menos eficiente, e o split, que tem tecnologia “inverter” e é mais eficiente. Para economizar energia, Thiago Godoy orienta que é importante utilizar o ar-condicionado com sabedoria. "Ajuste a temperatura para um nível confortável, evite variações bruscas e desligue o aparelho quando o ambiente estiver desocupado. O uso de dispositivos de programação, como timers, pode ser uma opção eficaz para automatizar esses ajustes", ensina Godoy.

Edição: Paulo Veras

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