Malce - Memorial Pontes Neto

Abolição dos escravizados chega aos 134 anos nesta sexta-feira (13/05)

Por ALECE
13/05/2022 10:38

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Historiador Carlos Pontes analisa o processo histórico que resultou na abolição Historiador Carlos Pontes analisa o processo histórico que resultou na abolição - Arte: Bruna Bringel/ Alece

Apesar de decorridos 134 anos da assinatura da lei que aboliu a escravatura no Brasil, episódios racistas seguem mostrando que negros ainda são alvos de preconceito e desigualdade em nosso País. Dados do Instituto Locomotiva mostram que 64% dos negros frequentam o ensino médio público do país. Apesar de avanços na última década, não negros ainda ainda compõem a maioria dos estudantes no ensino superior: 54%. A data histórica tem seu transcurso nesta sexta-feira (13/05).

O historiador do Memorial Pontes Neto (Malce) da Assembleia Legislativa do Ceará, Carlos Pontes, analisa o processo. Em sua avaliação, a Abolição da Escravatura foi o acontecimento histórico mais importante do Brasil após a Proclamação da Independência, em 1822. Ele pontua que a escravatura foi a conclusão de uma campanha popular que pressionou o Império para que a instituição da escravidão fosse abolida de nosso país. "No dia 13 de maio de 1888, após seis dias de votações e debates no Congresso, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que decretava a libertação dos escravos no país", recorda.

Carlos Pontes destaca o pioneirismo do Ceará na abolição dos escravizados, registrado em 25 de março de 1884. "Com a abolição dos no Ceará, a adesão de diferentes grupos ao abolicionismo fez com que a causa ganhasse força em nível nacional. Essa ação, como percebemos, mobilizou os próprios escravos, contou com a adesão de diferentes grupos da sociedade, inclusive os grupos políticos que defendiam a escravidão acabaram aderindo à causa abolicionista e tomou espaço no debate político", frisa. Ele destaca ainda que em 1887, a situação era insustentável, com revoltas de escravos espalhadas pelo país, enquanto as  autoridades não tinham mais controle sobre a situação.

O historiador recorda ainda que João Alfredo, então integrante do Partido Conservador, foi o autor do projeto pela abolição. Após ser aprovada pelo Senado, em 13 de maio de 1888, a iniciativa legal foi levada para que a princesa Isabel assinasse a Lei Áurea. "Com a Lei Áurea aprovada, as festas populares não aconteceram somente no Rio de Janeiro, mas espalharam-se, sendo realizadas em Recife e em zonas rurais de todo o país", destaca Carlos Pontes.

Ausência de inserção social marcou processo histórico

De acordo com o jornalista e escritor do livro "Bahia de Todos os Negros", Fernando Granato, após a abolição nenhuma estrutura educacional e de saúde foi criada para inserir os escravos recém-libertados na sociedade. A obra, lançada em 2021, aborda confluências de negros escravizados do Brasil colonial.

Observando a questão por outro aspecto, na segurança, o cenário não foi diferente. Outro levantamento do Instituto Locomativa constatou que quatro em cada dez brasileiros já passaram por situação de violência em abordagem policial. Desses, 50% são negros.

Recentemente, casos que envolveram as mortes de negros repercutiram na imprensa, como o de Durval Teófilo Filho, morto por um militar da Marinha chegando em casa após ser confundido com bandido.

De acordo com o escritor Fernando Granato, existem formas de reverter o cenário atual e tentar mudar a percepção das novas gerações. Nesta semana, mais casos de discriminação tomaram o noticiário. Um deles aconteceu em um condomínio de luxo em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, quando dois entregadores foram xingados de macaco por uma defensora pública aposentada.

Em uma outra situação, o ex-jogador de futebol e apresentador da TV Band, Carlos Alberto, foi alvo de comentários racistas durante transmissão ao vivo do programa "Donos da Bola" na Internet.

SC, com sites Brasil Escola e BandNews

 

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