Série "O problema dos três corpos" traz à tela literatura chinesa

Seres extraterrestres, o fim do mundo no horizonte e questões da física contemporânea, estão presentes na nova série da plataforma Netflix. Trata-se do "Problema dos três corpos", que estreou em março passado, sendo um dos projetos mais caros já realizados pela gigante do streaming. O orçamento revelado está em torno de US$ 160 milhões para oito episódios. 

A nova atração da plataforma inclui como produtores os criadores da série Game of Thrones, David Benioff e D.B. Weis e o autor do livro título que deu origem ao novo conteúdo, Liu Cixin. A história pode causar estranheza pelo nome, que remete a um problema estudado pela física: como se dá a interação de três corpos celestes e se é possível se estabelecer uma previsibilidade, já que a relação tripla tende ao caos.

Mas ela viaja, literalmente, da China no período da Revolução Cultural (1966-1976), para os Estados Unidos Contemporâneo. No país chinês Ye Wenjie, uma jovem cientista testemunha a morte de seu pai em uma manifestação pública governista e se revolta contra o regime. Pouco tempo depois, ela é demandada para trabalhar em um observatório espacial, para investigar possíveis sinais de civilizações extraterrestres. 

Algum tempo depois, ela identifica uma comunicação de seres de outro planeta situado a quatro anos-luz da terra, que tem dois sóis, o que torna instável a possibilidade de vida naquela região do espaço. Os extraterrestres enviam sinais em busca de uma região habitável para realizar a migração de San Ti. Viajando a 1% da velocidade da luz, o trajeto para a Terra será cumprido em 400 anos.  Ye Wenjie envia o sinal para os ETs mais por desapreço pela humanidade do que para fazer uma boa ação aos alienígenas. 

Décadas depois, nos dias atuais, a crise se instala nos Estados Unidos. Um agente de segurança é recrutado para investigar uma série de suicídios inexplicáveis entre cientistas pesquisadores envolvidos em um projeto secreto chamado "Redemption of Time" (redenção do tempo). O agente descobre que esses suicídios estão conectados a um jogo de realidade virtual chamado "Three-Body" (três corpos), que é, de alguma forma, ligado aos eventos extraterrestres iniciados na China.

Para além de seus protagonistas fazerem parte da comunidade científica, a ciência como um todo é muito importante para a série da Netflix, já que explica diversas reviravoltas e revelações que acontecem ao longo de seus episódios.

Na primeira temporada, a teoria dos três corpos, em particular, acaba sendo utilizada em um momento muito específico da história (sem spoolers aqui!), ajudando a explicar um questionamento. Ainda não há a confirmação da segunda temporada da série, mas a julgar pelo sucesso de público, é praticamente certo que O problema dos três corpos não ficará apenas na primeira.

Edição: Paulo Veras

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