Roda de conversa traz orientações sobre risco no uso de telas
Por Júlio Sonsol16/10/2024 12:39 | Atualizado há 1 mês
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A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), por meio Programa de Reflexão Sobre o Amanhã (Prosa) do Departamento de Gestão de Pessoas (DGP), em parceria com o Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) e com o Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi), realizou, nesta quarta-feira (16/10), roda de conversa sobre o tema ''Ferramentas e suporte para as famílias sobre o mundo digital – Diagnóstico, prevenção e tratamento''. A atividade reuniu servidores no Comitê de Imprensa da Casa.
A ação foi conduzida pela diretora do DGP, Elenice Ferreira Lima, a psiquiatra do Ciadi, Thayna Barboza, a psicóloga do DSAS, Mayara Rios, e a psicopedagoga do Ciadi, Luciana Bem. Conforme explicou a diretora, o tema trazido para a roda de conversa teve por objetivo informar pais, crianças, avós, e adultos sobre a importância do cuidado no uso das telas.
"Seja no smartphone, seja no computador, seja na TV, a tela pode ser é muito prejudicial às crianças, adolescentes e adultos. Então, o objetivo dessa roda de conversa, com profissionais de saúde, é o de ajudar a famílias a manter e usar a tecnologia a seu favor", salientou a titular do DGP.
De acordo com Elenice Ferreira Lima, o uso de tela sem um acompanhamento dos pais ou outros responsáveis pode trazer prejuízos à intelectualidade e ao desenvolvimento das crianças, jovens, adultos e até aposentados que usam essa ferramenta sem o controle. "O objetivo desta roda de conversa foi trazer esclarecimentos. Vamos também entregar, via QR Code, uma cartilha onde as pessoas vão poder ver e analisar os pontos positivos e negativos do uso de telas e orientar suas famílias, seus filhos, seus netos e a si próprios", completou.
Quadro crescente
A psiquiatra Thayna Barbosa revelou que "infelizmente" está sendo crescente o número de pacientes, de jovens e adultos que estão com problemas psiquiátricos pelo uso excessivo de telas, por meio de smartphones, celulares, tablets e televisores. "Nosso objetivo hoje é gente esclarecer e informar os sinais, sintomas de alerta, e como a gente pode ajudar as nossas famílias, as nossas crianças", defendeu.
No entender da psiquiatra, é fundamental buscar alternativas pra que essas crianças não tenham tanto acesso às telas que causem esse adoecimento tão grande na atualidade. Ela avisou que é importante um diálogo com as pessoas para que possam entender que nem sempre o problema vai ser tratado com medicamentos. "Muitas vezes, uma equipe multidisciplinar direciona o paciente para os locais corretos. A saúde mental é construída não somente com médico, mas por uma equipe multidisciplinar em que um médico também faz parte dela", completou.
Atividade reuniu servidores no Comitê de Imprensa da Alece - Foto: José Leomar
"Essas crianças têm um mundo lúdico, fantasioso. Então quando elas estão brincando no celular elas perdem aquele vínculo familiar, aquele momento de aconchego e acham que aquele mundo das telas é o real. Então adoecem e ficam ansiosas. Temos ainda transtornos do sono em adolescentes e até automutilações. A gente inicia o tratamento quando esse paciente vai primeiro ao psicólogo, um terapeuta ocupacional ou um psicopedagogo. Depende da demanda. Todo tratamento é individual", alertou Thayna Barboza.
Outros cuidados
A psicopedagoga Luciana Bem explicou que a diferença entre o remédio e o veneno é “mensurar a quantidade". Segundo afirmou, a partir do uso excessivo de telas, há dificuldades no processo de aprendizagem. Há mudança na perspectiva de concentração, de atenção, do próprio raciocínio lógico na criança e no adolescente. "Então, há prejuízos na aprendizagem dentro do contexto desse excesso de tela. Queremos, com essa roda de conversa, trazer uma conscientização ao servidores participantes e todos os ensinantes, para que possam conscientizar sobre o uso equilibrado das telas", assinalou.
A psicóloga Mayara Rios considerou que há muitas crianças, adolescentes e adultos adoecidos por conta de uso exagerado de telas, sendo necessária uma psicoeducação a respeito de como fazer um uso saudável, como também identificar quando o uso já está exagerado, e a pessoa já está adoecida
"O uso saudável seria uma forma produtiva, que não atrapalhe a rotina da pessoa. Que ela consiga ter o momento de cada coisa, ter lazer, obrigação com estudo, trabalho e sua vida social. É preciso ter a dimensão do que é um uso produtivo e equilibrado da internet. Seja em jogos, ou seja, em aplicativos, preservando o de bem-estar dentro do da Internet", disse Mayara Rios. Na avaliação da psicóloga, o uso exagerado de tela pode trazer dependência digital, e causar a falta de criatividade, transtornos de ansiedade, depressão, isolamento e fobias.
Saiba mais
O Programa de Reflexão Sobre o Amanhã (Prosa) busca promover o autoconhecimento, desenvolvimento das competências e habilidades dos servidores pré-aposentados, preparando-os para a pós-aposentadoria, promovendo a elevação da autoestima, para que as pessoas possam ter uma melhor qualidade de vida na construção de novos projetos. O programa abre novas possibilidades no campo pessoal e profissional por meio do incentivo à capacitação de novos conhecimentos.
Conteúdo digital: Leonardo Coutinho
Edição: Salomão de Castro
Núcleo de Comunicação Interna da Alece
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