Roda de conversa traz informações sobre Setembro Amarelo

A Assembleia Legislativa do Ceará, por meio da Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas Restaurativas do Comitê de Responsabilidade Social, promoveu, nesta quarta-feira (20/09), a roda de conversa “Todos juntos pela vida”.  A iniciativa, realizada no Salão de Práticas Sistêmicas Restaurativas, é voltada para os servidores e terceirizados da Alece e integra a programação da campanha Setembro Amarelo. 

A ação vai ocorreu durante os dois turnos. Pela manhã, a roda de conversa teve mediação das psicólogas Carolina Peixoto e Caroline Pires. O objetivo da iniciativa é promover o diálogo sobre a importância do cuidado com a saúde mental, voltando às atenções para o acolhimento de pessoas que precisam de ajuda e fomentar a grandeza da vida, evitando a prática de suicídios.

A mediadora Caroline Pires esclareceu que a roda de conversa está levando aos participantes a importância da Campanha Setembro Amarelo, criada em 2013, com o objetivo de prevenir a prática de suicídio. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.  Entre 2016 e 2021, houve no país um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil, de acordo com os dados do Ministério da Saúde.

"É importante levar o conhecimento do suicídio, como ele ocorre, e como é possível evitá-lo. As pessoas precisam falar sobre a importância do viver e conhecerem tudo sobre a vida. A partir daí, esclarecemos a importância da parte social, da saúde mental, do bem estar físico e como o lado social é importante para todos. A felicidade não é todo dia, todo instante. Por isso, é importante estar atento a tudo e ter também uma escuta", acentuou Caroline Pires.

Prevenção e pósvenção

A psicóloga Carolina Peixoto informou que estão sendo passado para os servidores esclarecimentos sobre a prevenção e a posvenção do suicídio, que são ações, atividades, intervenções, suporte e assistência para aqueles impactados por um suicídio. A posvenção é considerada uma ferramenta reconhecida mundialmente como um componente importante no cuidado da saúde mental dessas pessoas. 

"Durante a roda de conversa são dadas dicas, sinais de alerta e como cada um pode perceber os próprios sentimentos e perceber se a pessoa está passando por algum processo de perda, de tristeza, ou alguma dificuldade na família", disse Carolina Peixoto.  Ela acrescentou que a ação oferece também uma escuta ativa para mostrar a importância da ajuda profissional que pode ser acessada através do Departamento de Saúde e Assistência Social da Alece. 

Carolina Peixoto lembrou que ainda há muito preconceito em se falar sobre o suicídio como se isso fosse uma forma de incentivar a prática. Segundo ela, acontece exatamente oposto. "É preciso mostrar para a pessoa o que é aquilo, porque tudo que a gente guarda o corpo fala, se transformando em adoecimento. A gente deve sim pedir ajuda".

Para prevenir o suicídio é fundamental ser validada a fala da pessoa que está em crise. "Não podemos dizer que a pessoa está se fazendo de vítima ou se é frescura. Por isso a importância e nós, como profissionais,  trazer as informações e fazer esta escuta. Uma fala, que é julgada às vezes como vitimismo, é um pedido de ajuda", considerou Carolina Peixoto.

A ação conta também com parceria da Célula de Psicologia do Departamento de Saúde e Assistência Social, da Célula de Saúde e Segurança do Trabalho do Comitê de Responsabilidade Social e do Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC).  No turno da tarde, a roda de conversa vai se repetir com a presença de mulheres do Projeto Bem-Me-Quero, que são egressas do sistema penitenciário, com as facilitadoras Nara Guimarães e Viviane Vale.

Conteúdo digital: Leonardo Coutinho

Edição: Paulo Veras

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