Especialistas debatem impactos do lixo nas mudanças climáticas
Por ALECE25/10/2019 18:28 | Atualizado há 1 ano
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Os impactos do lixo nas mudanças climáticas foram debatidos na Assembleia Legislativa do Ceará, por meio da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido, em durante audiência pública nesta sexta-feira (25/10). O debate foi provocado pela organização civil e sem fins lucrativos do Instituto Lixo Zero Brasil, como parte da Semana Lixo Zero, instituída pelo instituto, e atendeu requerimento do presidente da comissão, deputado Acrísio Sena (PT), subscrito pelo deputado Marcos Sobreira (PDT), que conduziu a audiência pública.
O deputado destacou que a Casa está atenta ao tema e que vem debatendo sobre leis que buscam diminuir os danos ao meio ambiente. “Este é um momento importante, em que a Assembleia abre portas para aprender”, pontuou Marcos Sobreira. O deputado também informou que é autor de um projeto de lei que institui a Semana Lixo Zero nas escolas, para que as instituições de ensino dediquem uma semana para debater sobre os problemas ambientais causados pelo excesso de lixo, “para que tenhamos uma geração futura mais consciente”.
A coordenadora suplente da Agenda Ambiental na Administração Pública na Assembleia (A3P), Luana Ponte, defende que a redução de produção de lixo por meio da reciclagem é uma solução que ajuda a reduzir a emissão de gás carbônico e também traz benefícios sociais, com geração de emprego e renda. Ela explicou que uma das estratégias de conscientização da A3P passa pelos órgãos públicos e que “vem trabalhando junto às associações, aos órgãos e buscando sensibilizar e orientar o servidor para que ele seja multiplicador informações”.
Professora e autora do livro Sustentabilidade 4.0, Magda Maya também considera que a educação ambiental é fundamental e que é preciso criar mecanismos para que as informações cheguem às pessoas, de forma mais ampla e mais sistêmica. A professora também recomenda que a população repense seus padrões de consumo para diminuir o descarte de lixo e os impactos para o clima no planeta. “O primeiro ponto é parar de negar e negligenciar as mudanças climáticas. É entender que é um fato e que a gente precisa se preparar”, enfatizou.
O cientista do clima e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Alexandre Araújo, destacou que o Estado também tem que colocar em prática ações de responsabilidade ambiental e criticou a instalação de usina termelétricas no Ceará, devido à grande quantidade de poluentes que emite. Ele lembrou os grandes desastres ambientais que aconteceram este ano no País, como o rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho (MG), as queimadas na Floresta Amazônica e as manchas de óleo que estão poluindo as praias do Nordeste. “Em nome do lucro estão comprometendo a vida. Não vai ter lucro em um planeta morto. Os jovens estão tendo o futuro sequestrado”, criticou.
(Da Agência de Notícias da AL-CE)
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