Alece lança livro que confirma a integralidade histórica do território do Ceará

A Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), por meio do Comitê de Estudos de Limites e Divisas Territoriais do Ceará (Celditec), lançou, na nesta segunda-feira (11/12), o livro "Análise Histórica das Divisas Cearenses: caso do litígio de terras entre o Ceará e o Piauí", de autoria do professor João Bosco Gaspar, membro do Celditec.

O ato solene, realizado no auditório Murilo Aguiar, contou com as presenças do presidente do comitê, deputado Queiroz Filho (PDT), do Procurador Geral do Estado (PGE), Rafael Machado, do prefeito de Tianguá, Alex Nunes e do coordenador do Celditec Luís Carlos Mourão, além do escritor da publicação.

O autor explica que o litígio com o Piauí é um momento importante para o Ceará.  "No Piauí, há uma máxima sobre a Serra de Ibiapaba, que nós só temos o sentimento de pertencimento com relação ao território da Ibiapaba".  Ele assinalou que o pertencimento é a relação do território com os indivíduos, e o livro vem pra provar que nós não temos só o sentimento de pertencimento.

João Bosco Gaspar autografou exemplares do livro durante o evento - Foto: José Leomar

"Nós temos fontes primárias de vários arquivos, arquivos de Portugal que provam a Serra de Ibiapaba pertence ao Ceará em sua totalidade. Do litoral até a Barra da Amarração sempre pertenceram ao Ceará, como mostram documentos do século dezessete e século dezoito. O livro vem derrubar essa tese de que nós só temos o sentimento de pertencimento. Nós temos a conquista, a posse, e o domínio ininterrupto de desde a criação da Capitania do Ceará. E esse trabalho de pesquisa precisa ser socializado e disponibilizado com a imprensa, com a Procuradoria, a defesa do Ceará".

João Bosco Gaspar esclarece ainda que o momento é muito importante para acabar com as dúvidas sobre a integralidade do Estado do Ceará. "Nós não temos só o sentimento de pertencimento, nós temos provas documentais, fontes primárias que estão disponibilizadas nesse livro. Como ibiapabano, acho que esse que essa questão não era nem para ter sido ajuizada. Era para ser feito um plebiscito se as pessoas querem ser cearenses ou piauienses.

Importância

Para o presidente do Celditec, deputado Queiroz Filho, o lançamento do livro tem "uma excepcional importância", dentro da questão que envolve os limites entre o Ceará e Piauí. "Tivemos a oportunidade, nesta comissão instalada desde a passada de ter o privilégio de acompanhar de perto esta história”, pontuou.

Presidente do Celditec destacou o papel do Comitê na questão do lítigio entre Ceará e Piauí - Foto: José Leomar

Conforme salientou o parlamentar, o estudo do professor João Bosco Gaspar permite a formação de uma base sólida em defesa da divisa do Ceará com o Piauí. "O livro é uma importante fonte de conhecimento, para história do nosso Estado. E, principalmente, dá uma base legal, para discutir sobre esse litígio que está acontecendo. E podemos dizer para a nossa população, com muita tranquilidade, que vai sair tudo para o Estado do Ceará.

O coordenador do Celditec, Luís Carlos Mourão, que realizou parte da coleta dos documentos históricos em museus e instituições públicas, com o objetivo de fundamentar a defesa da integralidade territorial do Ceará, e também subsidiar o livro, considera que a obra é muito importante na defesa da área litigada com o Piauí. Segundo ele, a obra mostra documentos históricos para além do mapeamento de todos os equipamentos públicos estaduais localizados nos 13 municípios que fazem divisa com o estado piauiense. 

Para ele o lançamento do livro é fundamental não só pra Assembleia Legislativa, mas para todo o Ceará. "Essa obra do professor João Bosco vem sendo trabalhada há muito tempo. E quando nos faltavam apenas alguns documentos históricos, fomos buscar no Rio de Janeiro lá no Arquivo do  Exército, no Arquivo Público nacional, e Instituto Histórico e Geográfico Nacional, os últimos registros históricos que faltavam para que esse livro fosse concluído”, relatou. 

Luís Carlos Mourão destacou que a publicação mostra um fato, com documentos históricos. Já toda a narrativa dos nossos irmãos piauienses é "eivada de equívocos" de que nós invadimos parte de Parnaíba que foi doada pelo Ceará em troca pela área de Crateús. “Esse livro vem, definitivamente, esclarecer com documentos históricos toda essa falácia que vem sendo proferida por Piauí e pela imprensa do estado piauiense", ratificou. 

O coordenador, que percorreu praticamente todas as localidades da área de litígio, informou ainda que os municípios do Ceará são bem maiores em população do que as localidades do Piauí. "O município que faz fronteira com Tianguá, do Ceará tem quatro mil habitantes. Nós temos quatro mil habitantes em distritos. O Distrito de Santa Teresa que fica dentro do município de Croatá, na área de litígio tem seis mil habitantes. Além disso, os nossos municípios têm estruturas municipais maiores são mais bem organizados do que os do Piauí. E isso vem sendo de muito tempo", asseverou.

Pertencimento

O prefeito de Tianguá, Alex Nunes, observou que toda a população de Ibiapaba sabe do pertencimento daquela região ao Ceará. "Somos todos cearenses, nós temos lá grandes equipamentos, escolas, equipamentos de quadras, unidade de saúde. Isso tudo já pertence ao Ceará. Se quiserem tirar dúvida, teria de haver um plebiscito. Nós sabemos que todos os cearenses querem continuar sendo cearenses principalmente nós da região do município de Tianguá". O prefeito disse ainda não conhecer nenhuma comunidade da Chapada que tenha o sentimento de ser piauiense.

O Procurador Geral do Estado considerou que o livro foi elaborado por um pesquisador e estudioso renomado reforçando que a região de Ibiapaba é pertencente ao Ceará. "Tanto os dados relativos aos aspectos históricos como o sentimento pertencimento é muito ressaltado no livro. O Estado do Piauí desconsidera o crescimento histórico desses municípios. Não é de hoje", complementou Rafael Machado.

Conteúdo digital: Leonardo Coutinho

Edição: Paulo Veras

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