Drama francês sobre feminicídio é atração no cinema

Segue em exibição no Cinema do Dragão, até a próxima quarta-feira (02/08), o filme “A Noite do Dia 12” (La Nuit du 12), dirigido por Dominik Moll. Trata-se de um elogiado drama sobre feminicídio que, neste ano, foi o grande vencedor do César (principal premiação cinematográfica da França), tendo sido vitorioso em seis das dez categorias em que foi indicado, dentre as quais a de melhor filme.

A trama é focada na investigação sobre o feminicídio de Clara (Lula Cotton-Frapier), de 21 anos, em uma pequena cidade francesa, no dia 12 de outubro de 2016. Nos anos seguintes, investigadores liderados por Yohan (Bastien Bouillon) se desdobram na busca pelo assassino.

Embora a sinopse lembre em muito diversos filmes estadunidenses, em “A Noite do Dia 12” temos muito mais uma discussão sobre o processo da investigação e sua condução predominantemente por homens, e como ocorre uma disputa paralela: a busca por preservar a honra da vítima, diante do machismo predominante entre os policiais e a sociedade local.

Muito do que ocorre inverte a perspectiva de quem está acostumado a investigações marcadas pela ação ininterrupta. Um elemento em especial rompe os muitos clichês do gênero: Yohan, que é bastante jovem, age com maturidade e equilíbrio, enquanto seu colega de trabalho, Marceau (Bouli Lanners), em muitas situações age de forma intempestiva, pondo a investigação em risco. É como se tivéssemos em cena os protagonistas de “Seven – Os Sete Crimes Capitais” (1995), vividos por Brad Pitt e Morgan Freeman, em cena, mas com personalidades trocadas.

“A Noite do Dia 12” foi premiado ainda no César nas categorias de direção, ator estreante (Bouillon), ator coadjuvante (Lanners), roteiro adaptado e som.

Edição: Salomão de Castro

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